A Geração “Y” mudou o mercado de trabalho. Ansiosos por um crescimento rápido
na carreira, os profissionais dessa geração alteraram a dinâmica e a hierarquia
das empresas. E essas alterações foram tão profundas que pareciam ser as únicas
sofridas pelo mercado. Contudo, mal a “Y” se estabeleceu e uma nova geração já
promete mudar, de novo, a dinâmica do mercado.
Eles nem entraram no mercado de trabalho e já dão sinais de que vieram para
causar mudanças tão intensas quanto as provocadas pela Geração “Y”. Para a
gerente-geral da Right Management, Elaine Saad, ainda pairam dúvidas no ar sobre
as exatas características da chamada Geração “Z”, até com relação ao seu início.
Muitos afirmam que fazem parte dessa geração aqueles que nasceram em 1990. Há
quem diga que somente aqueles que nasceram a partir de 1994 são considerados “Zs”.
Para Elaine, essa nova leva de profissionais nasceu a partir do ano 2000.
Como a Geração “Y”, os profissionais da Geração “Z” têm ânsia por crescer.
Diferentemente da geração atual, contudo, os novos profissionais que começarão a
entrar no mercado daqui há alguns anos estão preocupados com outras questões
para além do sucesso dentro da empresa. “Eles não querem crescer a qualquer
preço”, ressalta Elaine.
“O que já podemos observar e que vem dos jovens do final da Geração Y é uma
certa irreverência em relação ao trabalho”, diz Elaine. “São muito preocupados
com a vida, com o planeta e com sua própria evolução em termos de bem-estar.
Querem poder equilibrar trabalho e lazer melhor do que estão vendo seus pais
fazerem”, diz.
O que vem depois da Y
Intensidade é a palavra usada pela professora de Gestão de Pessoas da
Trevisan Escola de Negócios Juliana Dutra para definir essa nova geração de
profissionais que estão se formando agora.
Para ela, a nova geração tem tudo o que a atual tem, só que de uma maneira mais
intensa, porém, mais planejada. “Para eles, o crescimento profissional é visto
de uma maneira diferente”, afirma. “Eles acreditam que o aprendizado vem com a
prática”, ressalta a professora.
De acordo com Juliana, que também atua na preparação de educadores para lidar
com a nova geração de profissionais, esses jovens querem crescer tanto quanto a
Geração “Y”, por isso, se arriscam mais. O risco, na avaliação da professora, é
um dos pontos que mais diferencia a Geração “Y” da “Z”.
“É aí que os líderes devem dosar a coragem e o preparo desses jovens, pois
correr riscos demais pode não ser vantajoso”, avalia Juliana. “Os líderes atuais
terão de compreender como lidar com esses novos profissionais e como motivá-los
e satisfazê-los num mundo que não estará totalmente pronto para eles”, ressalta
Elaine.
Tecnologia
O risco também é a palavra-chave encontrada pela gerente de Planejamento de
Carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Melina Graf, para diferenciar a
nova geração de profissionais, que ainda sonda o mercado, da geração que já está
se preparando para liderar.
Contudo, como essa nova geração é nascida no berço da tecnologia, a agilidade
deve ser a característica mais marcante dela. “A Geração Z está ligada à
tecnologia desde o nascimento. São pessoas que são mais antenadas, mais ligadas
a esse meio”, ressalta.
“Provavelmente será uma geração que usará a tecnologia de uma forma um pouco
diferente”, completa Elaine. “Observando-os, percebemos que lidam com seus
compromissos e tarefas de maneira imediata e prontamente”, diz. Para eles, diz a
gerente, a tecnologia serve para comunicá-los de maneira imediata. “Também serão
profissionais que usarão a tecnologia para construir e customizar seus próprios
equipamentos”.
Diante disso, a nova geração de profissionais não quer saber de esperar. Dentre
as características da geração que vem depois da Geração “Z”, Melina identifica
outra que diferenciará ainda mais esse novo perfil de profissional: a
criatividade. Empresas de tecnologia, que permitam um trabalho criativo e com
horário flexível, serão as mais requisitadas pela nova geração.
E elas vão corresponder aos anseios da Geralção “Z”? “As empresas terão de se
adaptar”, ressalta Melina. Elaine também acredita que as empresas passarão, de
novo, por mais uma fase de adaptação.