Advogado, médico, jogador de futebol, enfim, em qualquer profissão, sempre
existirá um indivíduo de temperamento explosivo, de gênio forte e que não tenha
costume de medir suas palavras.
"As pessoas têm características de personalidade que as diferenciam das
outras. Elas [as características] são atributos pessoais, nem mérito nem
defeito", afirma o presidente da consultoria Lens & Minarelli e membro do
conselho deliberativo da ABRH-SP (Associação Brasileira de Recursos Humanos),
José Augusto Minarelli.
Segundo o executivo, o que se recomenda nesses casos é que o profissional
faça um esforço para entender o ambiente ao seu redor, e que consiga domar esse
sentimento.
Boas vibrações
No entanto, não é só de "lamúrias" que vive o profissional explosivo. Sendo
assim, ele pode colocar em prática todo o seu fervoroso potencial.
"Muitas situações requerem pessoas corajosas, rápidas e agressivas, de forma
a intimidar as outras pessoas ou a promover a mobilização da equipe. Tudo, é
claro, depende muito do momento", analisa Minarelli.
Fato consumado é que o "esquentadinho", notório por suas ações, sempre corre
o risco de arrumar uma boa briga, ainda mais quando do outro lado está um
profissional igualmente nervoso.
"O relacionamento entre as pessoas é feito na base do cuidado. Sem isso, você
vive arrumando encrenca. Ele tem de saber administrar a encrenca, admitindo que
se precipitou em uma ocasião, pedindo desculpas, enfim, tem de saber se
retratar", afirma Minarelli.
Busca explosiva
Existe uma linha muito tênue a ser traçada na vida do profissional mais
explosivo. O membro da ABRH-SP exemplifica um caso sobre a contratação de um
executivo. Na ocasião, ele havia sido chamado para "aparar as arestas" da
companhia, cujo momento era de "balbúrdia" entre os funcionários.
Pelo fato de ser um indivíduo explosivo, este profissional conseguiu
solucionar os problemas da empresa instaurando ordem e disciplina. Feito isso,
ele foi convocado para uma reunião com a diretoria. Minutos depois ficou sabendo
que seria desligado do cargo, pois a empresa havia recuperado a estabilidade e
já vivia momentos de calmaria.
"Se você é esquentado, procure seu nicho de trabalho. Caso você não tenha
condições de trocar de trabalho, policie-se, avalie o contexto ao seu redor. O
principal risco nessa hora é perder o emprego", diz o executivo.
"Momento zen"
Quando questionado sobre qual exercício fazer para controlar esse sentimento
de nervosismo, Minarelli indicou o tradicional: "Respire, conte até dez ou dê
uma volta para abaixar a adrenalina".