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Cambio - Fundos cambiais só devem ser utilizados como proteção 

Data: 23/04/2010

 
 
Especialistas indicam investimento nesses fundos apenas para quem terá de realizar pagamentos em moeda estrangeira no futuro

Investir em fundos cambiais protege o poder de compra em moeda estrangeira

Nem todos os fundos de investimento têm como objetivo principal a multiplicação do patrimônio. Muitas vezes o investidor pode simplesmente procurar um fundo para se resguardar de possíveis variações de mercado que lhe possam ser desvantajosas. É o que se chama de proteção ou hedge. Um dos principais exemplos desse tipo de fundo é o cambial, que acompanha não um indicador de mercado, mas a flutuação de uma moeda estrangeira.

"É um fundo para quem quer proteger o dinheiro contra a oscilação cambial", define Renato Ramos, diretor de renda fixa do HSBC. Ou seja, destinam-se, basicamente, a pessoas ou empresas que tenham dívidas em moeda estrangeira - ou qualquer outro tipo de obrigação de longo prazo no exterior - ou a quem tem planos futuros em outros países. Por exemplo, empresas importadoras, pessoas que mandam dinheiro para a família no exterior, estudantes ou profissionais que pretendem fazer um curso em outro país. "Como é um fundo para hedge, se for usado como tal, o risco não é alto", diz Ramos.

É importante ficar atento a esse perfil específico de investidor. Isso porque, em um cenário de desvalorização ou grande oscilação da moeda que o referencia, esse fundo não é vantajoso para quem quer ter rentabilidade. Apenas investidores qualificados, com grande conhecimento do mercado, conseguem, eventualmente, ter bons rendimentos com apostas na oscilação de moedas, uma operação bastante arriscada. "O investidor não pode esquecer que pôs o dinheiro nesse fundo para protegê-lo, e não para multiplicá-lo", diz Rafael Paschoarelli Veiga, professor de finanças da USP e criador do site ComDinheiro.com.

O professor exemplifica: se um investidor aplica 170.000 reais num fundo cambial referenciado em dólar com a moeda americana a 1,70 real, terá o equivalente a 100.000 dólares em quotas. Se o dólar cai a 1 real, os 100.000 dólares permanecem, mas em reais o investidor terá registrado uma perda de 70.000. "É por isso que o fundo cambial só é indicado a quem quer preservar seu poder de compra em dólar", explica Veiga.

Veiga também recomenda esses fundos quando as obrigações em moeda estrangeira não são muito vultosas, ou abaixo de 1 milhão de reais. Nesses casos, funcionam como uma maneira de guardar dinheiro sem estar à mercê da variação cambial. Para obrigações milionárias, no entanto, o professor indica, em vez de fundos, a aplicação direta em derivativos. "Nos fundos, o investidor precisa, de fato, pôr dinheiro. Em derivativos, não. Coloca-se caixa apenas no acerto final (na data do vencimento)", explica o especialista.

Mas, em relação aos fundos referenciados na moeda americana, o superintendente de produtos da Bradesco Asset Management, Ricardo Mizukawa, faz uma ressalva: "Antigamente, fundos referenciados em dólar eram considerados uma boa proteção contra a desvalorização do real, por causa do cenário hiperinflacionário do Brasil. Mas com a forte desvalorização do dólar ao longo do tempo, esses fundos perderam muito apelo."

Funcionamento

Os fundos cambiais não investem em moeda estrangeira diretamente, mas em títulos emitidos em moeda estrangeira por bancos e empresas. "A composição da carteira é vinculada à moeda por meio de operações com derivativos (baseadas na negociação do preço do ativo em uma data futura, para comprar mais barato ou vender mais caro). Não existem mais papéis remunerados em dólar, como anos atrás", explica Mizukawa.

De modo geral, investir nesse fundo protege o cotista de uma possível alta em uma moeda da qual ele vai precisar por um longo período de tempo, ou mesmo da qual ele necessita constantemente. Assim, no caso de valorização da moeda americana, alguém que tenha planos de fazer um mestrado nos Estados Unidos daqui a três anos gastará menos se investir hoje do que se resolver trocar seus reais por dólares no futuro.

Esses fundos mantêm, no mínimo, 80% de seu patrimônio em ativos atrelados à variação de preços da moeda estrangeira que os referencia. A taxa que quantifica o rendimento em moeda estrangeira chama-se cupom cambial. As referências mais comuns são dólar e euro, esta última mais disseminada entre investidores pessoas jurídicas. Existem, no entanto, fundos ligados a cestas de moedas, podendo também incluir outras moedas de alta liquidez, ou seja, que podem ser rápida e facilmente convertidas em real, como a libra e o iene.

No entanto, não se deve pensar que esses fundos seguem exatamente a cotação da moeda. O Imposto de Renda (IR) e a taxa de administração reduzem o rendimento. Resgates de aplicações em menos de 30 dias também sofrem cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) com alíquota inversamente proporcional ao número de dias de aplicação.

A cobrança do IR segue a regra dos fundos de investimento de longo prazo: tabela regressiva com alíquotas variando de 22,5% a 15% em quatro faixas de cobrança (aplicações até 180 dias, 22,5%; de 181 a 360 dias, 20%; de 361 a 720 dias, 17,5%; e acima de 720 dias, 15%). Não pode haver cobrança de taxa de performance. Já as taxas de administração oscilam entre 1% e 3% ao ano. "Como a gestão é um pouco mais complexa, mas os patrimônios são geralmente baixos - em torno de 10 ou 20 milhões de reais - as taxas são mais altas. A procura por esse tipo de fundo também é pequena'', diz Ricardo Mizukawa.

Por exemplo, se um investidor aplicar 1.000 reais em um fundo cambial, com o dólar a 2 reais, e, em dois anos, o dólar chegar a 3 reais, ele não receberá 1.500 reais se resgatar seu dinheiro. Supondo que a taxa de administração seja de 2% ao ano, e considerando-se que a alíquota de IR que incidirá será a de 15%, esses 500 reais de rendimento se tornam, com os descontos, 416,50 reais. Portanto, o investidor resgata 1416,50 reais.

Assim, para realizar uma viagem ao exterior dentro de três meses, por exemplo, é melhor comprar a moeda em espécie e não arcar com essas taxas. Aplicar em fundos cambiais só é aconselhável para quem se encaixa perfeitamente no perfil recomendado pelos especialistas. Moedas não são boas opções para quem quer boa rentabilidade, havendo, para isso, outras opções de diversificação, tanto na renda fixa quanto na renda variável.



 
Referência: Portal exame
Autor: Julia Wiltgen
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