A facilidade de se comprar um carro zero quilômetro chegou à classe C.
Contudo, na hora de contratar um financiamento, é preciso cuidado para não
entrar nas estatísticas do endividamento. Afinal de contas, não é só a parcela
da compra que deve ser levada em consideração.
Para o especialista em finanças e desenvolvimento pessoal do Moneyfit,
Antonio Fernando De Julio, os consumidores devem fazer as contas considerando o
custo total ao final do plano de financiamento, levando em conta os gastos com
impostos e seguros.
“É preciso avaliar e não comprar somente pelo fato da parcela ser bem menor
que o salário ou pela possibilidade do desconto de 50% nas primeiras 12
parcelas”, disse, por meio de nota.
Por isso, De Julio listou os cuidados que os aspirantes a carro zero precisam
ter para não ver o sonho se tornar uma dívida impagável.
Compras sem riscos
Para o especialista, um carro popular deve ser adquirido pelo menor número
de parcelas possível. “Poucas pessoas sabem que um veículo zero desvaloriza
cerca de 20% no seu primeiro ano de uso”, justificou. Por isso, não vale a pena
financiar um popular a longas prestações.
Para De Julio, o melhor a se fazer é financiar um usado mais simples, com
médios prazos, e fazer uma poupança ou mesmo um consórcio para tentar uma
negociação à vista no veículo zero, dando o usado até como entrada.
Para o especialista, deixar-se levar pelas promoções das concessionárias, que
divulgam parcelas de baixo valor e juros próximos a zero, é perigoso. De Julio
reforça que é preciso ficar atento ao custo total do financiamento e considerar
outros gastos para não enforcar o orçamento.
“Quando se gasta demais, por exemplo, com a compra de um carro sem
planejamento, as contas básicas, do dia a dia, também podem ficar prejudicadas e
isso resulta no endividamento das famílias”, lembrou.