Investir em ações é cada vez mais comum no Brasil. E escolher uma corretora é
o primeiro passo para começar a aplicar na bolsa. Segundo especialistas em
finanças pessoais, para cada perfil de investidor há pontos importantes a serem
observados antes de escolher quem fará a mediação dos investimentos.
Por incrível que pareça, os custos não são o mais importante. "Sobretudo para
quem não entende de ações", diz Rogério Bastos, da consultoria FinPlan. Em
geral, as corretoras que oferecem taxas mais em conta disponibilizam menos
materiais e consultoria personalizada ao investidor, segundo Bastos. "O que não
é bom para os mais inexperientes", completa.
O especialista afirma que, conforme o investidor for se sofisticando, por
meio de cursos, com a leitura de prospectos e gráficos, é possível procurar a
corretora com os menores custos.
Observar a solidez da corretora, por meio de dados como patrimônio, por
exemplo - que normalmente estão disponíveis nos sites - é outro fator relevante.
"É importante olhar isso para que você tenha confiança na hora de investir",
explica o educador financeiro Mauro Calil.
E é sobretudo no quesito ‘confiança’ que as corretoras dos bancos, que têm as
taxas de corretagem e de custódia mais altas, conquistam os clientes. "Todos
sabem que no banco no qual se é correntista há segurança de investir", completa.
O famoso home broker, sistema online em que o investidor negocia as ações
diretamente, sem haver a necessidade de contatar o corretor, também deve ser
conhecido antes de abrir a conta na corretora.
Marcos Crivelaro, professor de finanças da Fiap, recomenda principalmente aos
jovens conhecer bem o sistema. "Os mais velhos, normalmente, preferem o método
tradicional de contatar o corretor pelo telefone."
Também é preciso cuidado para ver se o pacote escolhido engloba home broker,
mesa e corretor. "Se só tiver home broker e você quiser fazer uma reserva de
ações de um IPO, não poderá. Por isso, dependendo do objetivo, é bom fazer o
pacote completo", emenda Calil.
Bastos, da FinPlan, também recomenda manter conta em apenas uma corretora.
"Não há porque ter conta em mais de uma, a não ser que o objetivo seja ter
informações variadas."
Checar se a corretora só trabalha com ações também é um ponto importante. Ter
exclusividade na renda variável não é muito interessante, segundo Calil. "Em um
momento como o atual, de forte oscilação na bolsa, é possível reverter o
dinheiro que está nas ações para um CDB, por exemplo", comenta. Há corretoras
que trabalham com ações, CDB, tesouro direto e fundos de investimentos.
Cuidados. Existem também corretoras que oferecem descontos nas taxas de
corretagem a partir de um número específico de compra e venda de papéis. Os
especialistas recomendam cuidado com esse tipo de pacote, já que o desconto pode
estimular indevidamente o investidor a realizar as compras. "Lembre-se que a
corretora ganha a cada compra e venda de ação", reforça Calil.
O educador financeiro também recomenda atenção do investidor nos cursos de
análise gráfica oferecidos gratuitamente pelas corretoras que "estimulam a troca
de posição da carteira no curto e no curtíssimo prazo."