Uma das facilidades de viajar para a Europa é que é possível conhecer
diversos países em um curto espaço de tempo. Com o euro como moeda única dos
países da União Europeia, fica ainda mais fácil pensar nos gastos durante as
férias, já que não é preciso ficar procurando casas de câmbio a cada novo
destino.
Mas e se o passeio envolver países que não aderiram ao euro como moeda única,
como o Reino Unido, por exemplo?
De acordo com Paulo Della Volpe, vice-presidente de marketing da Confidence
Câmbio, é sempre importante ter uma quantia, mesmo que pequena, na moeda do
país, para gastos menores e emergenciais. “Uma análise importante, no entanto, é
definir quanto tempo passará em cada local, para definir o melhor meio de
pagamento durante o passeio”, completa.
Essa análise de permanência vai definir se o ideal é levar apenas o papel
moeda ou se é interessante partir para outros meios, como os cartões pré-pagos (VTM).
“Se a pessoa vai passar 30 dias na Europa e, destes, três em Londres, pode ser
mais interessante fazer um VTM em euro e levar uma quantidade de libra esterlina
em papel”, ensina. “Mas, se a ideia for passar 15 dias na capital da Inglaterra
e os outros 15 em outros países, pode valer a pena levar dois cartões, um em
euro e outro em libra”, explica.
Os cartões VTM permitem a realização de saques sempre na moeda local do país
onde estiver e compras diretamente da rede credenciada Visa. Mesmo permitindo
compras e saques em qualquer moeda, na hora de adquirir um cartão antes de
viajar, é possível carregá-los, atualmente, em dólar americano, euro, libra ou
rand (moeda sul-africana). Mas é preciso optar por uma destas moedas, já que
ainda não é possível mesclar diferentes divisas.
Pré-pago de viagem
Entre as vantagens do VTM, estão a segurança de não carregar muito dinheiro na
carteira e a questão cambial, já que é possível planejar o carregamento do
cartão e evitar surpresas com mudanças cambiais mais bruscas.
De acordo com a Confidence Câmbio, “cada pessoa tem em mente o que acredita
ser mais vantajoso para si, e desta forma escolhe como levar seu dinheiro
durante sua viagem internacional”. Contudo, a sugestão de levar cartão acontece
nas seguintes situações:
- Viagens de longa duração;
- Viagens a destinos classificados como "não seguros";
- Qualquer viagem cuja moeda de destino não seja disponível no Brasil.
Isto porque a maioria das pessoas leva dólares americanos, para trocar no
destino. Levando os mesmos dólares no cartão, os caixas eletrônicos e
utilização de débito representarão segurança, comodidade e eventualmente
melhores taxas de conversão, comparando instituições que atuam em
aeroportos, hotéis ou outras formas de troca (taxistas, restaurantes etc);
- Menores de idade (idade mínima para uso do cartão é 14 anos);
- Viagens de intercâmbio cultural (aportes na medida do necessário e
controle dos gastos pelos pais ou responsáveis);
- Viagens onde muitos países serão visitados e a troca de moeda será
frequente.
VTM x cartão de crédito
Os cartões de crédito ainda são a modalidade de gasto no exterior mais
comum. De acordo com a última nota do Setor Externo, divulgada pelo Banco
Central, os pagamentos com cartão de crédito responderam por 62,4% dos gastos de
brasileiros no exterior em abril deste ano. No quarto mês do ano, as despesas no
cartão de crédito representaram US$ 767 milhões dos US$ 1,229 bilhão gastos por
brasileiros em outros países em abril.
Mas a utilização de cartões de crédito no exterior requer alguns cuidados
especiais, para que a viagem dos sonhos não se torne um pesadelo. Compare o VTM
e os cartões de crédito em algumas situações:
- Cobrança IOF: sobre toda e qualquer transação efetuada
no exterior com seu cartão de crédito incidirá o imposto IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras). Este imposto encarece suas compras em 2,38%,
enquanto a incidência do imposto sobre uma operação de câmbio turismo, como
é o caso do VTM, é de apenas 0,38%.
- Variação cambial: o fechamento da fatura ocorre uma vez
por mês e o valor final em reais utilizará a taxa do dólar do dia do
fechamento. Isto pode representar um sério problema, em virtude do risco de
desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar. Nos cartões
pré-pagos não existe o impacto da variação, ou seja, se você colocou 1 mil
euros hoje no cartão, quando viajar, daqui a dois meses, ainda terá os
mesmos 1 mil euros, mesmo que haja uma grande mudança cambial.
- Juros altos em caso de saque de dinheiro: ao realizar
um saque de dinheiro em um caixa eletrônico, usando seu cartão de crédito,
você estará sujeito aos juros cobrados pela instituição. Para os saques com
o VTM, é cobrada uma taxa única de US$ 2,50 por transação.