Depois dos excelentes comentários sobre a importância da educação financeira
nos últimos artigos (cliquem AQUI, AQUI e AQUI), resolvi escrever um artigo
sobre esse tema, para aprofundarmos ainda mais esse debate. É notória a
relevância da educação financeira para o bem-estar de cada um. Saber lidar com o
dinheiro, seja para gastar com inteligência, programar suas despesas ou investir
adequadamente, é vital para não incorrermos em dívidas e garantirmos uma
aposentadoria tranquila.
A grande vantagem é que a informação está disponível em todos os cantos e de
forma gratuita. Existem milhares de artigos e blogs pela internet que distribuem
gratuitamente informações sobre o assunto. Existem familiares, vizinhos e
colegas de trabalho que conhecem algo sobre esse assunto e podem repassar essas
dicas. E existem meios para que conhece sobre o assunto repassar esse
conhecimento para os outros.
Quando escrevi sobre poupadores e investidores, falei sobre a importância de
se dedicar para deixar de ser um poupador e passar a ser um investidor.
Entretanto ainda existem muitos pessoas que estão até abaixo da categoria
poupador: são os gastadores ou pagadores de dívidas. Eles contam com todo o
salário para gastar, não poupando nada. Ou pior: além de gastarem todo o
salário, ainda acumulam dívidas através de empréstimos ou compras parceladas com
juros.
Mesmo quando percebemos uma grande melhora nas condições financeiras da
população (vide o crescimento do consumo e da classe C no Brasil), ainda assim
nada muda em relação à educação financeira. Quanto mais o povo ganha, mais o
povo gasta. E nada de investir, comprar à vista, poupar para aposentadoria.
O Brasil só superou bem a crise porque o governo estimulou o consumo. Baixou
impostos sobre produtos industrializados (IPI sobre automóveis,
eletrodomésticos, móveis, produtos para construção) e praticamente ordenou a
população a ir às compras. E a população foi.
O problema é que não existe preocupação com a educação financeira das
pessoas. Não há preocupação se essas pessoas compraram à vista ou a prazo. Se a
oferta de crédito para a população causará problemas. Se o número de carros
tomados pelas financeiras pela falta de pagamento das prestações cresce
diariamente. Se o governo não se preocupa com isso, nós temos que nos preocupar.
É impressionante (e preocupante) a parcela da população que possui celulares
de última geração, carros 0km na garagem, TVs de LCD, entre outros bens de
consumo, mas, ao mesmo tempo, possuem também dívidas e nenhum dinheiro poupado.
É lamentável essa inversão de valores.
É por isso que, não apenas o Quero Ficar Rico, mas também diversos outros
blogs se preocupam com esse assunto e se empenham diariamente em mudar esse
quadro. É por isso que eu procuro repassar o máximo de informações para meus
pais, irmãos, amigos e colegas de trabalho. E é por esse mesmo motivo que vocês,
leitores deste blog, também devem ter a mesma preocupação. Todos nós sairemos
ganhando. Podem acreditar. E não é necessário ter um blog, coluna no jornal ou
numa revista para fazer isso. Sempre o fiz com as pessoas que citei muito antes
de ter qualquer uma destas coisas.
Corram atrás de informações, questionem, duvidem, aprendam. Feito isso,
repassem também para seus pares. Sempre haverá o que se aprender e o que se
ensinar. Ninguém sabe tudo. Nem nunca saberá. Estejam sempre abertos ao
aprendizado. Assumam vossos papeis de educadores financeiros. Todos nós temos
esse direito e, ao mesmo tempo, esse dever. Que tal começar agora?