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Investimentos / Fundos - O que é preciso saber antes de investir em meio a uma crise? 

Data: 13/02/2009

 
 

As crises fazem parte da economia mundial. Certa vez, Fareed Zakaria, editor da Newsweek International, escreveu que, nos Estados Unidos, entre 1854 e 1919, a economia entrava em recessão a cada 49 meses. Entre 1988 e 2008, esse intervalo passou a ser de cem meses.

Além disso, segundo os cálculos, até 1919, em todo o mundo, as crises duravam 22 meses. Depois daquele ano, elas passaram a durar oito meses.

Se as turbulências em âmbito econômico são tão esperadas quanto a chuva após um relâmpago, nada mais sábio do que se adaptar a elas. Principalmente quando o assunto é investir no mercado financeiro.

Como investir em crises
Na opinião do diretor do MBA Executivo da Faap, Tharcisio Souza Santos, o investidor inexperiente é sempre tentado a operar em mercados mais sofisticados, como o de derivativos. Mas, até ele entender como funcionam as aplicações financeiras, é preferível o mercado à vista, que não envolve operações a serem realizadas lá na frente. Especialmente em um momento de crise.

Evite ainda os mercados futuros de commodities. Ele recomenda, para quem está começando, as operações de renda fixa. "De preferência, a compra de títulos do governo, por meio do Tesouro Direto", afirma.

Outra opção, segundo Santos, é a compra de cotas de fundos, mas evitando os fundos multimercados. "Os fundos de renda fixa são mais seguros. Os fundos de renda variável não são proibidos, mas tome cuidado com aqueles que adotam estratégias agressivas, mais passíveis de perdas e ganhos", acrescenta. Por fim, ele recomenda diversificar as operações, ou seja, investir em aplicações diferentes.

Economia vai mal, mas você pode estar bem
O professor de Mercado Financeiro do Ibmec-SP, Ricardo Rocha, explica que, independentemente de a economia passar por uma crise, há fatores que o investidor sempre deve levar em conta. Isso porque, às vezes, a economia pode ir de mal a pior, mas as suas finanças, pelo contrário, estarem muito bem.

A primeira coisa a ser feita é analisar o horizonte do investimento. "Você está investindo pensando na sua aposentadoria, ou na casa que deseja comprar daqui a dois anos?", indaga o professor.

Caso o objetivo seja quitar uma dívida em seis meses, por exemplo, é essencial levar em conta a influência da crise sobre os rendimentos e a liquidez das aplicações. "Nesse caso, não aplique em Bolsa, ainda que a grande maioria dos preços das ações estejam baratos. Não tome decisões precipitadas. A verdade é que não dá para saber quando a economia irá melhorar", garante.

Primeiros passos
Rocha aconselha ainda, a quem pensa em investir em renda fixa, analisar se o retorno está adequado ao risco. Já o investidor decidido a apostar na renda variável deve saber que tem três opções: comprar ações, aplicar em um fundo de ações, ou entrar em um clube de investimento.

No primeiro caso, as ações são compradas diretamente, via corretora. No segundo, o investidor compra uma cota de um fundo administrado por especialistas, pessoas que, teoricamente, entendem mais do que investidores iniciantes. "Mas é preciso pagar taxa de administração e, eventualmente, de performance", alerta.

Por sua vez, clubes de investimento podem ser criados por um grupo de pessoas que queiram investir em ações e tenham objetivos em comum. Estamos falando de pessoas comuns, que não necessariamente atuam no mercado financeiro, como aposentados, professores, metalúrgicos, donas-de-casa, médicos e universitários.

Não delegue seu dinheiro
A dica mais valiosa de Rocha é: "não delegue seu dinheiro a terceiros". Em outras palavras, nada de aplicar no fundo X ou Y somente porque o gerente do banco disse que era uma boa opção, ou ainda porque o amigo afirmou que o preço de determinada ação está baixo. Faça o possível para entender o funcionamento do mercado. Leia livros, sites especializados, revistas, e estude.

Além disso, não se esqueça de respeitar seu perfil de risco. Pessoas com personalidade conservadora, com aversão a riscos e aventuras, devem optar por aplicações mais seguras, ainda que elas rendam menos. Depois que se perde dinheiro, não adianta colocar a culpa no gerente do banco, ou no consultor financeiro, que, certamente, expôs as chances de perda.

"Quando uma pessoa aplica seu dinheiro, ela deve entender que a forma como irá investi-lo é uma escolha pessoal", completa o professor do Ibmec-SP.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Karin Sato
Aprenda mais !!!
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