Ao longo da carreira, é comum que profissionais sejam surpreendidos pelos
seus chefes para cumprir uma tarefa com a qual não concordam, seja na forma de
executá-la, no prazo de entrega estabelecido ou, até mesmo, por considerá-la
desagradável. Nesse momento, o que deve ser feito? Como escapar dessa "saia
justa"?
Segundo o sócio diretor da Compassa Desenvolvimento Humano e Empresarial,
Wilson Roberto Lourenço, o profissional, ao se deparar com algo que não o agrade
ou que não concorde, deve procurar o chefe para pedir mais informações sobre a
atividade, sugerir outra maneira de fazer, e expor sua opinião sobre o que foi
pedido.
“É muito importante esse canal de comunicação. Mas isso depende da abertura
que existe entre líder e liderado. Os profissionais têm de se colocar, emitir a
sua opinião. Mas não é indicado que ele bata de frente com o chefe. A conversa
sempre é o melhor caminho” disse.
Assertivo
Lourenço afirma ainda que a situação torna-se mais complicada se o
chefe não está disponível para conversa ou se o profissional não tem o hábito de
se posicionar em relação ao trabalho. “Ser assertivo no mercado de trabalho é
fundamental”.
Mas, para emitir opiniões, os profissionais devem ter um bom relacionamento
com o líder. Se a comunicação for um problema, o especialista aconselha que a
pessoa busque conversar com os colegas que conseguem falar mais abertamente com
o chefe para pedir dicas. Outra maneira é procurar o departamento de RH
(Recursos Humanos).
“O RH não foi feito para ouvir reclamação. Ir conversar e não acrescentar
nenhuma sugestão ao profissional daquela área não mudará a situação. O RH não
resolverá seu problema, mas poderá apoiá-lo de outra maneira”, esclarece
Lourenço.
Pedido anti-ético
A situação pode se agravar ainda mais quando o pedido feito pelo líder
for considerado anti-ético pelo profissional.
“Quando envolve valores morais, a situação é extrema. Das duas uma: ou o
profissional cumpre a tarefa e depois fica se questionando, se culpando e
arrependido de ter feito, ou conversa com o chefe e avisa que não irá fazer
porque considerada aquele pedido anti-ético”, afirma Lourenço.
Lourenço alerta ainda que, depois, a pessoa terá de arcar com as
consequências, como uma demissão ou ser transferido de setor. “O profissional
deve seguir seus valores. É a sua imagem e seu nome que podem ficar sujos no
mercado de trabalho”, finaliza.