Saúde - Aftas, estomatite aftosa recorrente
A palavra afta é, em geral, usada para denominar qualquer ferida dolorosa da
mucosa, em especial da oral.
As aftas verdadeiras, no entanto, são consideradas uma ou múltiplas áreas de
perda de substância, com ulceração, em locais onde não houve traumatismo prévio,
de localização na mucosa oral, dolorosas, de aparição rápido, bem demarcadas,
inicialmente necróticas e não precedidas por vesículas ou bolhas, e que tenham
com padrão recorrente.
O melhor termo para definir a entidade recidivante da mucosa oral de etiologia
múltipla é estomatite aftosa recorrente.
Pelo conceito atual, outros processos que provocam úlceras na mucosa oral não
devem ser denominados afta, como é o caso das úlceras por traumatismo, por
alergia de contato, por medicamentos, e a da doença de Behçet, entre outras.
1. estomatite aftosa recorrente é muito comum: 10 a 30% da população;
2. afeta qualquer idade;
3. é ligeiramente mais freqüente no sexo feminino (57% : 52%). As mulheres, além
de deterem a maior freqüência, quando apresentam a aftose recorrente, têm maior
número de lesões do que os homens acometidos pela entidade;
4. doença da classe média e alta, em especial de profissionais de bom nível
cultural;
5. pode ocorrer infecção bacteriana, o que retarda seu desaparecimento.
Quanto ao tratamento da afta, drogas cauterizantes, anti-sépticos, antibióticos,
agentes protetores da mucosa oral, anestésicos tópicos, vitaminas, entre outras,
têm sido utilizadas. Algumas delas melhoram a dor por provocar destruição das
terminações nervosas; entretanto, como produzem queimadura que leva a retardo na
cicatrização, devem ser evitadas. Por isso nunca se deve prescrever agente
cáustico, pois, apesar de aliviar a sintomatologia, retarda a involução da
lesão.
Algumas medicações são estritas para os casos mais graves, para melhorar o
surto. Há algumas que apresentam efeitos colaterais. Para evitar recidivas, é
primordial a suspensão de certos alimentos que podem provocar aftas. A
prescrição é inicialmente mais voltada para a regressão da sintomatologia e
depois para se evitar as repetições que, às vezes, são muito freqüentes.
O tratamento é sempre precedido de uma valiação clinico laboratorial completa do
paciente, e a prescrição é muito individualizada, dependendo das alterações
encontradas. Os problemas gástricos, infecciosos, hormonais, psicológicos e
nutricionais, entre outros, devem ser corrigidos logo no início, às vezes sendo
o suficiente para regredir o quadro oral. A relação médico/paciente é
primordial, em especial para a detecção de problemas psicológicos, que podem
exacerbar o quadro.
Se você é portador de aftas recorrentes, procure um especialista em Dermatologia
Oral, ou um dermatologista geral na sua cidade, especialista pela Sociedade
Brasileira de Dermatologia. Ele é o médico que melhor pode determinar qual a
conduta terapêutica para o seu caso, já que, hoje em dia, há vários tratamentos
eficazes para a afecção.
Referência:
Site médico
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Autor:
Dra. Marcia Ramos-e-Silva
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