Estamos constantemente super atarefados e com a agenda lotada de
compromissos. Trabalho, estudo, carreira, casamento, filhos, lazer e etc. A
correria do dia a dia não é fácil, e nos sentimos cada vez mais sobrecarregados.
Por vezes pensamos que o estresse é normal e, apesar dele, nos fazemos acreditar
que estamos de certa forma bem e nos enganamos com a sensação de estar
aproveitando de forma vantajosa o nosso dia.
Um estudo realizado por psicólogos do Hospital do Coração (HCor), de São Paulo,
identificou que 50% do entrevistados, entre homens e mulheres, possuem um alto
nível de estresse. As 234 pessoas que participaram da pesquisa são profissionais
que assumem cargos de gerência ou chefia e mantêm uma vida extremamente
atribulada, com tarefas e compromissos agendados para a semana toda. Dentre os
sintomas apresentados pelos participantes, a ansiedade corresponde a 75% dos
casos e a irritabilidade está presente em 51%. Esses profissionais estão
administrando a própria vida como deveriam? É correto chegar à tão alto nível de
cansaço, nervosismo ou até mesmo desolação por dedicar-se intensamente a apenas
um setor de sua vida?
Existem alguns elementos que podem contribuir para você descobrir e alcançar as
respostas para essas questões. Para isso, é preciso avaliar o que você viveu até
este momento e repensar seu caminho daqui em diante. Tenha em mente que a única
pessoa plenamente responsável por suas decisões, falas, atitudes e passos, é o
gestor da sua vida, ou seja, você mesmo. Você é o líder que pode colocar em
prática os seus planos de desenvolvimento e crescimento tanto pessoal quanto
profissional.
Então, proponho que você olhe para o administrador da sua vida e avalie: ele tem
respeitado seus valores? Tem seguido as diretrizes que você estabeleceu para sua
vida e contribuído enfaticamente para a realização das metas? Seu líder ou
gestor tem se concentrado no que realmente importa? Se questionar sobre suas
atuais decisões é uma das formas para encontrar a estabilidade entre trabalho e
família.
Em outra pesquisa, realizada pela Universidade de Toronto, Canadá, em conjunto
com a Universidade de Maryland, EUA, revelou que 50% dos 1,8 mil colaboradores
entrevistados levam trabalho para casa com regularidade, ou seja, não bastasse a
pressão existente no ambiente corporativo, esta pessoa utiliza o tempo que
deveria ser destinado a realização de atividades pessoais para otimizar os
deveres de sua carreira.
Se o nível de estresse é alto para as pessoas que exercem cargos gerenciais,
levar tarefas para casa com regularidade pode não ser a melhor saída, pois,
dessa forma, você não estará aprimorando o seu desenvolvimento como deveria e
ainda correrá o risco de aumentar esse nervosismo. Uma alternativa é utilizar
este curto espaço de tempo para concluir alguns cursos, ler aqueles livros
voltados para sua área de atuação ou realizar qualquer outro tipo de atividade
que otimize sua carreira de forma mais significativa do que a extensão do
horário de trabalho para sua casa.
Neste contexto, perceba que devemos ser os administradores de nossas próprias
vidas, e decidir fazer sempre o que mais importa, nem que seja uma vez a cada
semana. Faça o que te traz prazer, tendo como termômetro a sua saúde e a
qualidade de vida. E lembre-se: cada minuto de vida é um minuto a menos e não um
minuto a mais.