Ações / Bolsa de Valores - Por que investir em ações?
O investidor brasileiro não tem o hábito, nem a cultura, de investir seu capital
no mercado de açõesTradicionalmente a maioria dos brasileiros investe seu
capital na caderneta de poupança. O que mostra duas coisas: sua aversão a risco
e falta de esclarecimento dos agentes financeiros sobre outras possibilidades de
investimentos no mercado de capitais. Não invisto em ações porque não entendo
muito a respeito, ou, não entendo de ações, por isso não invisto.
Uma tendência de não correr risco faz com que a maioria opte por investir nos
ativos de renda fixa em detrimento aos de renda variável. Os investidores
americanos na terceira idade, ao contrário dos brasileiros, investem suas
economias em ações de empresas sólidas e boas pagadoras de dividendos, o que
mostra como a cultura faz diferença. São necessárias ações afirmativas de
marketing no sentido de esclarecer as vantagens, desvantagens e riscos que
oferecem os mercados de ações.
O que posso fazer com meu recurso poupado? A resposta está no dilema risco
versus retorno. Quanto maior retorno, maior o risco. Quanto menor o retorno,
menor o risco. A maioria dos investidores brasileiros opta em investir seu
capital poupado em ativos de renda fixa. Porque são previsíveis seus rendimentos
e menos arriscados, com retornos menores comparados aos ativos de renda variável
no longo prazo.
Optam pelo rendimento menor, porém, mais seguro. A previsibilidade do rendimento
é o atrativo dos ativos de remuneração fixa, permitem planejamento, fácil
execução e entendimento. Uma remuneração fixada indexada a taxa de juros, pode
render menos, porém rende sempre. Um título de renda variável como o próprio
nome diz é variável, essa variação pode ser positiva ou negativa do valor
investido, portanto, mais arriscada, mais incerta, porém pode dar mais retorno
sobre o capital investido.
As grandes instituições bancárias no Brasil, de forma tímida, têm tentado mudar
esse quadro, ao disponibilizar novos produtos financeiros. Pecam por falta de
capital humano capacitado nas agências bancárias para explicar esses novos
produtos e pela facilidade de vender ativos de renda fixa, produtos mais simples
e culturalmente aceitos pelos clientes em geral.
Encorajam pouco o investidor brasileiro em diversificar seu portfólio de ativos
financeiros. Já as instituições reguladoras do mercado de capitais, estão aquém
no que tange esclarecer ao grande público da excelente oportunidade de investir
sua poupança em ações, no médio e longo prazo. Precisamos de ações afirmativas
que possam no médio prazo trazerem novos investidores para o mercado de
capitais.
Aos investidores conservadores, façam uma reflexão sobre a possibilidade de usar
parte da poupança comprando ações. Ao adquirir título de renda variável, na
prática está adquirindo parte da empresa, ou seja, a menor fração de capital de
uma empresa. No momento está transferindo diretamente seu recurso para a
empresa, esperando participar dos resultados, isto é, os lucros distribuídos.
Essa opção de investimento possibilita canalizar a poupança para investimentos
produtivos, gerando mais emprego e renda no futuro.
A empresa que abre o capital, lança ações no mercado, capta recursos de
terceiros de forma barata, nesse caso diferente de um empréstimo bancário, não
envolve o pagamento de juros. Qual o risco do investidor? O risco de uma péssima
gestão falta de transparência com os acionistas, consequentemente, uma
governança corporativa ruim. Bem menos complicado de tomar decisão de qual
carreira devo seguir.
Meu caro investidor pense na possibilidade de fazer poupança de longo prazo
através do mercado de ações. Separe a parcela de seus recursos que não farão
falta no seu orçamento mensal e compre ações de empresas que paguem bons
dividendos, tenham bons resultados, e tratem muito bem seus acionistas com
transparência, seriedade e responsabilidade.
Único trabalho que terá é pesquisar essas oportunidades de negócios, ou pode se
quiser procurar os fundos de ações e clubes de investimentos. A vida tem um
risco muito maior e é mais imprevisível do que arriscar na bolsa.
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