Tempos de tempestade e incerteza exigem das lideranças o que estas têm de melhor
de sua vivência e de sua habilidade para abstrair-se do caos presente e
vislumbrar o futuroA atual crise global da economia trouxe para dentro de
casa a ansiedade presente em todos os mercados e a necessidade de ajustes
estruturais em distintos setores econômicos e empresas. E, principalmente, em
sua estrutura de comando. Não se busca apenas o que é necessário para atender às
urgências da crise atual, mas, sim, aquele elenco de qualificações que serão
decisivas para manter a organização viva e sa udável, à medida que caminha em
direção ao futuro.
Cabe às Diretorias Executivas e os Conselhos de Administração/ Consultivos das
empresas, neste momento, uma árdua tarefa. Uma reflexão inicial desta liderança
sobre os interesses dos vários grupos envolvidos, entre eles clientes,
empregados, fornecedores, investidores e reguladores, poderia ser o ponto de
partida para a concepção de uma nova visão da empresa e de seu futuro. Este
trabalho, que se inicia com a revisão da história e dos fatores responsáveis
pela sustentabilidade da empresa até então, requer em seus desdobramentos
posteriores inventividade para criar as novas bases e diferenciações que a
levarão, ou não, ao êxito e sobrevivência: a sua nova estratégia.
No entanto, mesmo essenciais, o desenho da estrutura e das competências
necessárias para construir o futuro não são suficientes para assegurar a
perenidade e a saúde da organização. É preciso que a liderança – Diretoria
Executiva e Conselho – seja capaz de comunicar bem a nova estratégia empresarial
e inspirar seus liderados para que estes a abracem e dela se apropriem com todo
seu talento e motivação.
Em nosso País, ainda em busca de um amadurecimento sobre as práticas de
governança, há muito sendo feito para que se possa obter uma sintonia fina entre
Conselho e Diretoria Executiva. Como otimista, acredito que a pressão gerada
pela crise – “A necessidade é a mãe da invenção”, Platão – é um poderoso
argumento para que a liderança se alinhe e atue de maneira coesa, ágil e
objetiva.
Temos trabalhado no Brasil e em outros países (Europa e Américas) cujas práticas
de governança e direcionamento estratégico estão nos mais variados estágios de
desenvolvimento. Contudo, nossa vivência mostra que qualquer que seja a
geografia, o estágio, a natureza, ou complexidade das questões, cabe à liderança
o papel essencial de articular o desenvolvimento da empresa de maneira
sustentável.
Para que esta tarefa seja realizada com a amplitude e profundidade necessária
são críticas: a qualificação e a composição Direção Executiva e do Conselho de
Administração/ Consultivo. São estes talentos e lideranças que, bem orquestrados
fazem a diferença, articulam a visão e estratégias da empresa e inspiram e
energizam o seu time em direção ao futuro.