Não importa se é momento de expansão ou de retração da economia, o fato é que
as empresas estão sempre em busca de talentos. Eles são aqueles profissionais
que fazem a diferença e podem ditar o sucesso dos negócios. Por isso, as
companhias correm para atraí-los... Mas o problema é que pouco pensam sobre como
se preparar para a chegada deste colaborador.
De acordo com a diretora executiva da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Izabel de
Almeida, os profissionais ligados ao novo talento - tanto líderes quanto o RH -
devem ter objetivos claros quanto ao que se espera do novo profissional. Eles
devem definir também políticas de recompensa e o passo-a-passo para crescer
dentro da companhia. Tudo isso precisa ser pensado antes da contratação.
De maneira geral, Izabel afirmou que as empresas brasileiras se preocupam com a
retenção dos talentos. "Elas estão preocupadas principalmente quando se fala de
área estratégica e que não tem muita mão-de-obra qualificada, como TI
(tecnologia da informação). Hoje elas têm essa preocupação e ações mais
agressivas, para torná-los mais fiéis à organização".
O que leva à fidelidade?
Izabel explicou que aquilo que coloca em jogo a fidelidade do profissional é ele
não reconhecer seus valores éticos e morais na empresa em que atua.
"Quando as empresas não lidam com o mercado de forma ética e mentem, não tratam
o profissional com respeito, elas desmotivam o profissional competente. E hoje
temos internet e as ações ruins se disseminam com a maior facilidade e rapidez",
disse. Esse é outro ponto que precisa ser pensado antes da contratação do
talento: ele se adequa à cultura da empresa?
A chegada do talento
Mas a atenção, com a chegada do talento, não deve ser somente voltada ao novo
profissional. Existem líderes que, na necessidade de tê-lo na equipe, acabam
ficando reféns destes colaboradores, esquecendo dos demais. E o resultado disso
para a equipe é bastante negativo. Dentre os sentimentos ruins, estão ciúmes,
inveja e, na pior das hipóteses, pode acontecer até mesmo um "boicote".
"Se o novo talento for um profissional sênior, suas ações podem ser bastante
valorizadas e expostas, para que o grupo o veja como modelo. Mas se estiver no
mesmo patamar, o líder deve tomar cuidado para não desmotivar a equipe, o que
nem sempre ele consegue".
Para evitar esta desmotivação, o que o líder deve fazer é, já na contratação,
deixar claro para a equipe o propósito da chegada do profissional. "Aí é que
entra a inteligência emocional do gestor, que deve ser usada para motivar a
equipe, trazer as pessoas para si e estimulá-las".