Professores, instalações e equipamentos de qualidade são fundamentais para
que uma faculdade seja considerada boa. Mas cada vez mais instituições percebem
que, além da infraestrutura e da carga teórica, é importante que seus alunos
tenham uma experiência prática sobre a profissão que escolheram e que estão
estudando e, por isso, criam as empresas juniores.
Nessas companhias, o trabalho é todo desenvolvido pelos estudantes e não serve
simplesmente para aumentar a nota ou ser aprovado em uma matéria. As empresas
juniores vão além disso e podem facilitar a entrada do aluno no mercado de
trabalho, seja na busca de um estágio ou de um emprego com carteira assinada.
Isso porque o estudante terá no currículo uma experiência que costuma ser
valorizada pelas companhias do mercado.
Funcionamento
Assim como ocorre no mercado de trabalho, a empresa júnior está dividida em
diversos departamentos, como finanças, marketing e administração, com os seus
respectivos funcionários.
"As empresas juniores são como uma empresa normal, a diferença é que elas têm os
professores como orientadores", explica o vice reitor da PUC-SP (Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo), Antonio Vico Mañas. Porém, engana-se quem
pensa que os professores são como chefes. O papel deles nas companhias é apenas
guiar os alunos, mas as decisões finais serão sempre do estudante.
Segundo Mañas, os serviços das empresas juniores são procurados principalmente
por companhias pequenas, organizações mistas e comunidades, que pagam pelo
trabalho feito. "O que acontece é que, normalmente, os preços cobrados são
menores do que em companhias do mercado", explica.
O vice reitor ressalta que, na PUC, as empresas são independentes e possuem CNPJ
(Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), e que a remuneração dos trabalhos é
investida na própria empresa. Em alguns casos, os alunos recebem um salário.
Como participar?
Ainda de acordo com Mañas, são nos cursos de Administração, Economia e Direito
que as empresas juniores são mais comuns, mas também podem ser encontradas em
cursos como Ciências Sociais, embora o foco de trabalho seja diferente e muitas
vezes não tenha a conotação de empresa.
Assim como em uma empresa tradicional, o aluno que quiser participar terá de
passar por um processo de seleção, que pode incluir testes e entrevistas, de
acordo com o número de concorrentes.
Muitas vezes, as notas nas diversas matérias do curso também são levadas em
consideração, mas pode não ser o fator decisivo. "Normalmente, quem procura essa
empresa tem interesse em aprender, em trabalhar e até em exercer sua liderança,
mas nem sempre o líder é o melhor aluno", diz o vice reitor.