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Carreira / Emprego - Psicologia explica os erros mais comuns na hora da contratação 

Data: 06/08/2009

 
 

Em um processo seletivo, um dos gestores da empresa gostou de determinado candidato. Não graças às suas competências técnicas ou comportamentais, mas devido a algum motivo que talvez ele próprio desconheça. Nada mais. Imediatamente, tratou de convencer o pessoal do departamento de Recursos Humanos a contratá-lo. Então alguém disse: "Mas outro candidato se saiu melhor nos testes!". O gestor não quis saber, já havia tomado uma decisão.

A história ilustra um dos erros mais comuns na contratação, de acordo com a gerente de Desenvolvimento Organizacional da Luandre, Flávia Garbo.

"É o mesmo tipo de erro que pode acontecer quando se contrata alguém por indicação. Os testes do RH são importantes, porque servem de filtro. Antes de preencher uma vaga, é importante detalhar o que a empresa espera no novo funcionário, descobrir quais competências técnicas e comportamentais são necessárias à função, e se o candidato possui valores e crenças alinhados à cultura organizacional", afirma.

Mas, dificilmente, todos os cuidados são levados a sério. "O que determinados gestores não enxergam, entretanto, é que eles próprios terão de lidar com os problemas que esse funcionário trará futuramente", alerta Flávia.

O que explica a empatia?
Em processos seletivos, profissionais de RH tentam detectar falta de conhecimento do português, de uma visão mais abrangente, falhas comportamentais que podem trazer problemas à empresa, nível de conhecimento do inglês... Mas nada disso traz resultados se imperar a vontade do gestor que passa por cima de pré-requisitos da vaga.

O leitor pode estar se questionando: "Mas a empatia não é fundamental?". Flávia admite que é importante. Não adianta contratar um profissional que não inspirou confiança, por exemplo. Porém, é vital avaliar a origem da empatia. "Questões psicológicas do contratante afetam todo o processo seletivo", explica.

De repente, um candidato é descartado simplesmente porque lembra alguém de quem o gestor não gosta ou um ex-colega que lhe pareceu incompetente. Em outra ocasião, pode ser que, sem querer, não contrate um profissional muito talentoso. De forma inconsciente, e por insegurança, ele teme perder seu posto de líder. "O gestor inseguro pode associar o candidato talentoso a um futuro rival".

São sutilezas, detalhes de projeção inconsciente, que mudam todo o curso da contratação. A empatia pode explicar também por que profissionais gabaritados e competentes se deparam com dificuldades na busca por um emprego. Alguns simplesmente não têm carisma. E se alguém perguntar para o recrutador por que não optou por este ou aquele candidato, ele poderá responder: "Sei lá, não gostei".

Redes sociais induzem ao erro
Flávia diz que não se utiliza de redes sociais em processos seletivos, e nem recomenda que se faça isso. O principal motivo é que determinadas redes têm caráter muito pessoal, porque trazem fotos, imagens, comunidades, gostos e preferências. Para ela, até mesmo o Twitter tem esse caráter. E essas informações confundem o contratante.

Por exemplo, o recrutador vê na rede uma foto do candidato parecendo embriagado em uma festa e, inconscientemente, associa a imagem à falta de responsabilidade. Pode ser um erro de julgamento, porque não significa que a pessoa seja irresponsável no trabalho, ou que lhe falte seriedade e maturidade. Outro exemplo: o candidato pertence à comunidade "Adoro dormir". O recrutador já imagina que ele é preguiçoso e que irá faltar ou chegar atrasado. Porém, o profissional pode, na verdade, ser obediente a regras.

O fato é que, como já diz o ditado, "quem vê cara não vê coração". As redes sociais, portanto, constituem verdadeira armadilha. Não só na vida profissional, mas também na pessoal, as consequências de pré-julgar podem ser frustrantes.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Karin Sato
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