De repente, o trabalho virou um sofrimento. As piadas dos colegas não têm
mais graça, o café já não está mais saboroso e sua rotina é sempre a mesma.
Diante de tudo isso, você tomou uma decisão: irá procurar outro emprego. Mas
como fazer isso de uma forma discreta?
Na opinião da consultora do IDORT/SP, Aparecida Bucater, antes de tomar qualquer
atitude, o profissional precisa pensar em alguns aspectos. "Para não tomar uma
decisão precipitada, reflita sobre quais são os motivos para a troca de emprego
e, principalmente, se você quer trocar de emprego ou de profissão?".
Se, ao responder as questões, a ideia de mudança de emprego prevalecer, é hora
de checar qual é o seu nível de empregabilidade. "Eu sou um profissional
atraente para o mercado? Tenho cursos extracurriculares? Possuo facilidade em
comunicação e para trabalhar em equipe?"
A transição
Depois da avaliação, chegou a vez de fazer a transição profissional. A
consultora alerta que, neste momento, a postura profissional precisa continuar.
"Faltas, críticas e atrasos não podem acontecer. Ao ter esses comportamentos, a
pessoa fecha as portas na empresa na qual trabalha".
Além de continuar com os mesmos procedimentos, a pessoa pode expôr para o seu
gestor, em determinadas situações, que pretende mudar de emprego. "Se o seu
chefe é uma pessoa aberta, comunique-o da sua decisão e os seus motivos. Caso
contrário, se não houver esse espaço para o diálogo, seja discreto na procura
por uma nova oportunidade".
Cuidado com os currículos!
Espalhar aos quatro ventos as novas pretensões para a sua carreira não é uma das
melhores maneiras de mudar de emprego. Então, como agir? Que gafes não podem ser
cometidas?
Na visão da consultora, o profissional tem de desenvolver estratégias para
distribuir o seu currículo. "Um cuidado fundamental, antes de disparar os
currículos, é avaliar se as empresas que irão recebê-lo possuem contato com o
seu atual local de trabalho. Não há situação mais constrangedora que o seu chefe
saber por um amigo, e também concorrente, a pretensão de mudança de emprego de
um dos seus funcionários".
Ao procurar uma vaga em uma instituição concorrente, Aparecida aconselha que a
pessoa não fale mal da sua atual empresa nem comente sobre os problemas que a
companhia enfrenta.
Discrição é o segredo
Mas não é só na hora de enviar os currículos que o profissional precisa ser
discreto. Durante o processo de recrutamento, ele deve usar a ética. "Não marque
entrevistas no horário do seu expediente. As desculpas "Estou doente" ou "Tenho
uma consulta", dentre outras, já são facilmente identificadas pelo seu atual
chefe. Por isso, converse com o responsável pela seleção e tente agendar
horários alternativos, fora do seu período de trabalho", diz Bucater.
Para finalizar, a consultora lembra que o profissional não deve usar o e-mail
nem o telefone comercial da empresa para resolver as questões relativas ao novo
emprego. "Sempre utilize o seu e-mail pessoal, seu celular ou telefone
residencial para agendar entrevistas".