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Investimentos / Fundos - Culpa da crise? Foque em erros que todo investidor conhece, mas esquece 

Data: 24/02/2009

 
 
Por si só, a crise é desculpa comum a boa parte dos insucessos em bolsa. Mas não dá para colocar todas as histórias negativas de investimentos apenas na conta da atual força vendedora do mercado. Bear Market ou não, é preciso dançar conforme a música. Antes de culpar a crise por mais uma perda na bolsa, é preciso se atentar a alguns erros muito cometidos nestes períodos.

A crise devastou o preço das ações; a tendência é de baixa. Somente desta afirmação, dá para extrair duas práticas simples que todo investidor conhece, mas esquece. A primeira chega a ser trivial; no entanto, é o erro mais cometido hoje em dia. A regra básica das finanças exige que se compre barato e venda mais caro.

A regra básica

Todo mundo sabia, mas muita gente entrou no pico do mercado, atraído pelos IPOs bombásticos e pelos recordes seguidos, e saiu lá embaixo, seja por ansiedade ou necessidade. O problema é que a bolsa convida a entrar quando esta oferecendo retorno elevado; se tratando de dinheiro, é tentador seguir a euforia do mercado em alta.

Operar emoção

Ansiedade é outro erro comum destes períodos. Variações de preço tão profundas contaminam as decisões com emoção, tanto para cima quanto para baixo. Além deixar se levar pela influência externa, investir com emoção limita o espaço da razão nas escolhas. Tende a precipitar movimentos.

Não limitar perdas

Saber limitar as perdas também é questão básica; mas tabu nos momentos de crise. Esperança de recuperação, aquela do 'sempre deixar mais um pouco que volta', precisa ser administrada. Afinal, no meio de tamanha correção do mercado, assumir uma perda a tempo pode garantir outro investimento de sucesso.

Comprar rumores

São muitos erros. Mesmo os conhecendo, vez ou outra eles aparecem, ainda mais se tratando de tantas variáveis que fazem parte da tomada de decisão. Administrar um grande volume de informações também é crucial para os investimentos. Com a popularização do mercado, cresceu muito o número de fóruns de debate e rumores infundados. Com dinheiro em jogo, boa parte destes "conselhos" é tendenciosa. Filtrar as informações é fundamental.

Não comprar liquidez

Small caps são badaladas nestes fóruns de debate. Geralmente, oferecem a possibilidade de serem adquiridas, de oscilações muito mais expressivas. Mas não se pode esquecer que estas variações podem ser tanto para cima quanto para baixo. Além do risco da volatilidade, trazem o risco da falta de liquidez. De que adianta um ativo disparar se não tiver quem compre ele lá em cima.

Se enganar pelo gráfico

Atenção na escolha do ativo deve ser redobrada nos períodos de crise. Além da exposição da empresa a mercados externos e elasticidade da demanda por seu produto, é preciso cuidado extra com seus movimentos passados. Olhar para um gráfico exige conhecimentos suficientes de análise técnica para não se deixar levar apenas por tendências. Por si só, o comportamento histórico de determinado ativo não pode ser tomado como tendência para seu movimento no futuro. Ainda mais submetido à imprevisibilidade da crise.

Miopia de curto prazo

Outra questão básica que serve para todos os períodos diz respeito a duas questões: timing e diversificação. Na crise, é recomendado que se esqueça perspectivas de curto prazo. Nos períodos de instabilidade, a probabilidade de sucesso de uma empresa varia de acordo com seus fundamentos, que precisam de tempo para prevalecer sobre a tendência imposta pelos índices. Longo prazo traz mais segurança, assim como diversificar a aplicação.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Roberto Altenhofen Pires Pereira
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