Investimentos / Fundos - Seu dinheiro: conheça a rentabilidade de diferentes tipos de investimentos
Qual é a primeira pergunta que lhe vem à cabeça quando o assunto é investimento?
As respostas podem ser variadas, versando sobre quanto ganharei no final do
período ou com relação aos riscos da aplicação. De uma forma ou de outra, ambas
estão ligadas a uma mesma variável: o retorno do investimento.
Quem está preocupado com ganhos, pode ter que arriscar mais para garantir um
retorno melhor. Por outro lado, quem está inseguro com relação aos riscos pode
optar por uma aplicação menos rentável, mas mais conservadora.
Pesquisa da Quorum Brasil revela que, quando o assunto é investimento, o
primeiro ponto levado em consideração, tanto por homens quanto por mulheres, é a
rentabilidade. Na divisão por faixa de renda, o item também aparece no topo da
lista entre os pontos analisados na hora de investir.
Diante deste resultado, conheça a rentabilidade de diferentes modalidades de
investimentos e avalie a aplicação que mais se adequa aos seus objetivos.
Mercado de Ações - sem rentabilidade garantida
Ações são ativos de renda variável, ou seja, não oferecem ao investidor uma
rentabilidade garantida, previamente conhecida. Por não oferecer uma garantia de
retorno, este é um investimento considerado de risco.
A rentabilidade dos investidores é composta de dividendos ou participação nos
resultados e benefícios concedidos pela empresa emissora, além do eventual ganho
ou perda de capital por conta da venda da ação.
O retorno do investimento, no entanto, dependerá de uma série de fatores, como
desempenho da empresa, comportamento da economia brasileira e internacional etc.
"O investidor, principalmente se iniciante, deve ter sempre em mente que o
mercado de ações é um mercado de risco e que pode ganhar (aumentando seu
patrimônio) ou perder (diminuindo seu patrimônio) a quantia que investir, total
ou parcialmente", diz um alerta do site da BM&F Bovespa.
Títulos públicos - liquidez garantida pelo Tesouro
Com liquidez garantida pelo Tesouro Nacional, os títulos públicos são ativos de
renda fixa que se constituem em boa opção de investimento. Segundo o site do
Tesouro Direto, programa de venda de títulos a pessoas físicas desenvolvido pelo
TN, em parceria com a CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia), o
rendimento da aplicação em títulos públicos é bastante competitivo se comparado
com as outras aplicações financeiras de renda fixa existentes no mercado.
A rentabilidade varia de acordo com o tipo de título e o preço de aquisição,
podendo ser prefixada (LTN), indexada à taxa SELIC (LFT), indexada ao IGP-M (NTN-C)
ou indexada ao IPCA (NTN-B).
Confira as vantagens e desvantagens de cada um desses títulos com relação às
suas respectivas rentabilidades:
LTN - Letras do Tesouro Nacional
Por se tratar de título prefixado, o investidor tem a exata noção do retorno
do título se carregá-lo até a data de vencimento, mas...
O investidor está sujeito a perda de poder aquisitivo em caso de alta de
inflação e, caso não consiga "carregar" o título até o vencimento pode ter
rentabilidade maior ou menor do que a acordada.
LFT - Letras Financeiras do Tesouro
Indicada para o investidor que deseja uma rentabilidade pós-fixada indexada
à taxa de juros da economia (Selic), mas...
O preço do título flutua em função da expectativa de taxa de juros dos
agentes financeiros.
NTN-C - Notas do Tesouro Nacional - Série C
Permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, se protegendo da
elevação do IGP-M. Além disso, o investidor recebe um fluxo de cupons
semestrais de juros, o que aumenta a liquidez possibilitando reinvestimentos,
mas...
O preço do título flutua em função da expectativa de inflação dos agentes
financeiros. O investidor que não conseguir "carregar" o título até o
vencimento pode ter baixa rentabilidade.
NTN-B - Notas do Tesouro Nacional - Série B
Permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, se protegendo da
elevação do IPCA. Além disso, o investidor recebe um fluxo de cupons
semestrais de juros, o que aumenta a liquidez possibilitando reinvestimentos,
mas...
Preço do título flutua em função da expectativa de inflação dos agentes
financeiros. O investidor que não conseguir "carregar" o título até o
vencimento pode ter baixa rentabilidade.
Caderneta de Poupança - conservadorismo e segurança
Um dos investimentos mais tradicionais, a caderneta de poupança é sinônimo de
segurança, mas de baixo retorno. As regras de funcionamento da aplicação,
incluindo a remuneração, são reguladas pelo Banco Central, de forma que,
independente da instituição financeira escolhida para a aplicação, a
rentabilidade será a mesma.
A regra para definir a rentabilidade é simples: 0,5% ao mês (que equivale a um
retorno anual de 6,07%) mais a variação da TR (Taxa Referencial). A TR é um
indicador criado pelo governo, calculado com base na Selic e nas taxas médias
dos CDBs pré-fixados de 30 dias. Ao investir na caderneta de poupança, a
variação da TR até o primeiro aniversário já é conhecida, de forma que você já
sabe qual será a rentabilidade no primeiro mês.
Como a variação da TR após este período não é ainda conhecida, a caderneta de
poupança pode ser considerada um investimento pós-fixado.
Apesar da característica segurança e conservadorismo da aplicação, alguns
cuidados devem ser tomados para que o retorno, já entre os mais baixos do
mercado, não fique menor ainda. Confira as dicas:
Menor saldo do período: a rentabilidade é definida sempre sobre o
menor saldo do período. Por exemplo, se você iniciou o mês com R$ 1.000 e
sacou R$ 400 após 15 dias, a rentabilidade será calculada sobre R$ 600. Isso
mostra que saques fora da data de aniversário podem prejudicar a
rentabilidade de forma significativa.
Sub-contas: vale a pena considerar instituições que ofereçam sistemas
que gerenciem aplicações e saques, de forma que sejam criadas "sub-contas"
dependendo do aniversário, sem a necessidade de abrir novas contas. Isso, em
geral, garante que os saques sejam feitos das sub-contas com aniversário
mais vantajoso.
Dias úteis e não úteis: no caso de datas de aniversário em dias não
úteis, não saque no dia útil anterior, já que você perderá toda a
rentabilidade do período. Espere o dia útil posterior ao aniversário para
sacar sem perder juros.
Fundos de investimentos - questão de estratégia
Os fundos de investimento aparecem como uma aplicação financeira formada pela
união de vários investidores e organizada sob a forma de pessoa jurídica, como
um condomínio, visando a um determinado objetivo ou retorno esperado, dividindo
as receitas geradas e as despesas necessárias para o empreendimento.
A rentabilidade de cada fundo é determinada pela estratégia de investimento
adotada pelo gestor - pessoa responsável pela alocação dos recursos do fundo,
avaliando os cenários e estruturando as carteiras -, que deve respeitar as
características definidas no seu estatuto.
Existem fundos de diversos perfis (renda fixa, ações, multimercados, etc) que se
aproximam, em termos de rentabilidade, da aplicação direta nestes mercados. Por
exemplo, o perfil de um fundo de ações é muito próximo do investimento direto em
Bolsa, enquanto um fundo DI tem um perfil próximo a uma aplicação em LFTs.
Se um fundo conseguir rentabilidade de 3% em um mês, todos os cotistas terão a
mesma valorização, independentemente do valor aplicado. As taxas e impostos têm
grande importância na rentabilidade do fundo, portanto, vale a pena ficar atento
também às taxas cobradas, que variam de acordo com o fundo e com a instituição.
Pés no chão - de olho no futuro
A rentabilidade é uma das variáveis que devem ser avaliadas na hora de escolher
uma aplicação. No entanto, conhecer o comportamento de cada investimento com
relação ao seu retorno em períodos passados, não garante bons resultados ao
investidor. Vale a premissa: "rentabilidade passada não é garantia de
rentabilidade futura".
Informação, objetivos concretos e pés no chão são importantes para ter sucesso
no mundo dos investimentos.
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