Planejamento financeiro é um exercício e pode virar um vício saudável. Nada
melhor do que não ter preocupação com dívidas, poder realizar sonhos, fazer
agrados, poder dormir tranqüilo. Não é uma tarefa tão difícil quanto pode
parecer. Especialistas ensinam a planejar as finanças e fazer com que as
despesas caibam no orçamento. Não é só isso. É preciso também ter reservas. Para
momentos inesperados, ou para objetivos predeterminados. O importante é não
precisar passar sufoco. O primeiro passo é listar todas as receitas. Depois,
todas as despesas fixas. Naquelas cujo valor oscila, é importante ser
conservador. É melhor projetar um valor um pouco acima da média, para não ter
surpresas. Equacionados ganhos e custos, faz-se necessário pensar nos
supérfluos. Todos os gastos devem ser anotados. Pequenas despesas podem fazer
diferença no orçamento, quando somadas. Para poupar, pode ser preciso abrir mão
de algumas coisas, como eventuais viagens e saídas com amigos. A sobra de caixa
deve ser aplicada mensalmente. Aos poucos, pode-se juntar montante suficiente
para realizar alguns desejos. É preciso escolher bem a aplicação mais adequada
aos seus objetivos. Atentar ao perfil de risco e ao prazo da aplicação são
medidas essenciais. - Um erro comum é deixar-se seduzir pela possibilidade de
grandes ganhos. Não é fácil se auto classificar como conservador e optar por
ganhos menores, mesmo com risco menor. Mas, por exemplo, uma pessoa que vá
precisar do dinheiro em três ou quatro meses, não deve investir no mercado de
renda variável. Na hora em que for necessário realizar o pagamento, a Bolsa pode
estar em baixa - disse o especialista em educação financeira, Valdir Lameira.
Poupar é um exercício. Aos poucos, é possível perceber qual é o limite. O
importante é começar, para, com o tempo, aprofundar-se e obter maior êxito. "A
poupança não faz parte da cultura brasileira, mas é muito melhor ter o controle
das finanças do que lançar mão de crédito que, muitas vezes, poderia ser
evitado", disse o especialista em finanças.
Orçamento
O
importante é perceber
que, apesar de caminharem juntos, o planejamento orçamentário é diferente do
planejamento de uma aplicação. "São processos distintos, que exigem
conhecimentos diferentes, com objetivos diferentes", atenta Jorge Luís Santos,
assessor financeiro do site Finanças da Família. Um planejamento mal feito ou
gastos inesperados, como com doenças ou efeitos no carro, por exemplo, podem
afetar o planejamento. O ideal é que se tenham reservas para suprir estas
necessidades, para evitar crédito desnecessário, que têm custo muito mais
elevado do que os possíveis ganhos na maioria das aplicações. O ideal, de acordo
com o assessor financeiro, é que se comece até mesmo com a poupança, que é mais
fácil, apenas para acostumar-se a poupar. A partir de um determinado acúmulo de
receita, já se pode migrar e ir testando, aos poucos, as aplicações mais
adequadas a cada perfil. - O importante é que, se houver necessidade de retirada
de recursos de algum investimento por eventualidades, o aplicador tente repor o
montante. Ou seja, além do investimento mensal, é preciso que se economize para
devolver o que foi retirado. Essa é uma forma de tentar não comprometer o
investimento com gastos eventuais, que podem acabar tornando-se recorrentes -
disse Santos. A satisfação de conseguir poupar faz com que os sacrifícios valham
à pena, assegura Valdir Lameira