Consumidor - Crédito: 5 dicas para que ele não passe de alívio a pesadelo financeiro
O crédito é visto como uma luz no fim do túnel por muitos brasileiros, que
recorrem a ele para equilibrar o orçamento ou para fazer uma aquisição de alto
valor. Porém, em um piscar de olhos, pode ser que esse "alívio" financeiro se
torne um "pesadelo". Isso porque não são levados em consideração alguns cuidados
na tomada do empréstimo.
De acordo com a professora de Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), Myriam
Lund, existem alguns pontos que não podem ser deixados de lado no momento de
recorrer ao crédito. Alguns deles não têm relação com o comportamento ou o
orçamento do consumidor, mas com o cenário em que se está vivendo.
A crise financeira global, por exemplo, deixou os recursos destinados ao crédito
mais escassos. Com menos dinheiro para emprestar, o custo do dinheiro ficou mais
caro. Por isso, o cuidado ao tomar o crédito deve ser redobrado.
Cinco dicas
Para ajudar quem pretende tomar um empréstimo, a professora de Finanças listou
cinco dicas que considera básicas e que são as orientações "do momento". Confira
abaixo:
- A primeira coisa que a pessoa tem de fazer é uma planilha, para
verificar se as parcelas do empréstimo cabem no orçamento. "Nunca pode ter
dívidas que comprometam acima de 30% de seus ganhos líquidos, a não ser que
seu salário seja só para seus gastos, como no caso das pessoas que moram com
os pais, o que não é a realidade da maior parcela da população".
- Em segundo lugar, saiba que não adianta só olhar as parcelas. É preciso
analisar as taxas de juros e o melhor é que isso seja feito em pelo menos
três bancos. "O mercado vive de barganha e, se a pessoa não procura taxas
diferentes, a chance de levar uma taxa de juros ruim é grande". Fique atento
e questione sempre qual o CET (Custo Efetivo Total) do crédito.
- A terceira dica é tomar o empréstimo no menor prazo possível, pois a
forma como a taxa de juros é cobrada penaliza quem paga no longo prazo, que
às vezes acaba arcando com mais de um produto, quando quita tudo.
- Um quarto cuidado que deve ser tomado é o de pegar emprestado somente o
que precisa. Muitos bancos, na hora em que a pessoa vai pedir o empréstimo,
acabam oferecendo mais ou dizendo que a pessoa tem direito a mais. "Se tem
crédito a mais, ótimo, mas só use aquilo que precisa, para poder usar o
restante no futuro".
- A quinta dica dada por Myriam é que o consumidor não se iluda com as
taxas de juros baixas do empréstimo consignado. Apesar de esta ser uma
vantagem inquestionável do tipo de crédito, é bom saber que, por ser
descontado em folha de pagamento, sua renegociação fica mais complicada. Por
isso, tome-o somente se estiver dentro de seu planejamento e não porque é um
dinheiro mais barato, quando comparado com outras modalidades de crédito.
Momento
A principal orientação que a professora da FGV dá, nesse momento de crise, é que
a pessoa evite tomar empréstimos para a compra de produtos supérfluos, "porque
não se sabe o que vem pela frente em 2009 e 2010". Nesse momento, tomar
emprestado o que não é essencial é uma manobra arriscada.
|