É uma tendência vermos líderes escolhendo profissionais que se parecem com
eles para compor suas equipes, pois é mais fácil se relacionar com pessoas que
tenham valores similares aos nossos. Quando pensamos de maneira semelhante, o
entendimento torna-se agradável e prazeroso.
Normalmente, esse clima de entendimento é bem visto pelas gerências, pois não
se têm tensões no processo decisório e raramente acontecem discussões
acaloradas. Entretanto, esse bom relacionamento social pode gerar comportamentos
estereotipados e bem próximos de uma agradável zona de conforto. Nesses casos
corre-se o perigo de haver pouca evolução nas práticas gerenciais, pois o grupo
tende a ter pouca criatividade e baixo comportamento inovador.
Peter Drucker afirma que as empresas não devem criar clima de felicidade e
bem-estar como objetivo final. O bom ambiente é apenas um meio de incentivar o
bom desempenho. Segundo o autor, devemos criar ambientes saudáveis, para que
possam existir opiniões divergentes. "Deve-se criar um clima de pontos de vista
divergentes, mas com ação convergente", onde possa discutir abertamente questões
empresariais, independente de agradar o líder. Evidentemente que tal ambiente
exige seleção de indivíduos dinâmicos e assertivos ao invés de semelhantes, pois
grupos uniformes e passivos são pouco criativos.
Na atualidade, vivemos em ambientes de negócios altamente competitivos e as
empresas devem ser criativas e inovadoras. As que não forem correm o risco de
sofrer crises ou desaparecerem. Nessa visão, torna-se importante ter equipes
diversificadas.
Como consultor, procuro conscientizar os dirigentes empresariais de que um
dos objetivos primordiais dos líderes é integrar suas equipes. Isto significa
fazer com que pessoas diferentes, com funções diversas e formações específicas
ajam com objetivos comuns. Exemplifico com o comportamento de uma orquestra
sinfônica: são músicos com diferentes instrumentos, partituras diversas, que
atuam em tempos próprios. A função do maestro: integrar os diferentes
instrumentistas sincronizando e harmonizando suas ações.
A complexidade dos negócios exige equipes tecnicamente diversificadas e com
comportamentos abertos, onde possam discutir os problemas sem medo de desagradar
os dirigentes. Em qualquer atividade ou empreendimento de alto risco devemos
integrar as equipes, bem como comprometê-las com os resultados finais. A
palavra-chave para essa integração é a negociação entre os membros. Se o maestro
estudar e planejar sozinho, dificilmente conseguirá um desempenho que agrade ao
público.
Lembrem-se, senhores líderes empresariais: uma de suas funções básicas como
gerente é integrar e harmonizar suas equipes, como um maestro integra os músicos
de sua orquestra, isso vale, sobretudo, em época de crise mundial como a que
estamos passando. Comunicações abertas, negociação e diálogo são condições
necessárias para esse trabalho em equipe.