De acordo com a conjuntura atual, haverá sem dúvida toda uma série de
profissões que se conjecturam num futuro próximo por substituição ou atualização
das que existem atualmente devido à evolução do meio sócio econômico,
tecnológico e geopolítico onde estamos inseridos. Falamos naturalmente do
impacto demográfico pelos efeitos da redução da natalidade e do aumento da
esperança média de vida, das novas tecnologias e da sociedade do conhecimento,
das crescentes necessidades do consumo e de uma maior responsabilidade social,
fatores estes que condicionarão sem dúvida a continuidade de algumas profissões
atuais e criarão oportunidades para o aparecimento de outras.
Desde a geriatria, profissão que visa cuidar dos mais velhos (técnicos e
auxiliares de geriatria, psicogerontologia), das profissões ligadas à manutenção
doméstica e à gestão de recursos habitacionais (domótica), à gestão de redes e
sistemas informáticos, passando pelas energias renováveis até à biotecnologia,
reciclagem dos resíduos, ao voluntariado, ou ás profissões ligadas à gestão de
imagem pessoal e corporativa, são algumas das áreas e profissões à apostar e
cujas necessidades já se estão a fazer sentir motivadas quer pela escassez de
oferta pelo desinvestimento nalgumas destas áreas, quer pelo fato de algumas
áreas profissionais serem ainda bastante recentes.
Algumas profissões de cariz manual como a de gasolineiro, a de sapateiro ou a
de portageiro por exemplo, devido à forte industrialização e automatização
destes sectores estarão por certo condenadas ao seu desaparecimento, mais tarde
ou mais cedo. As engenharias, sobretudo aquelas viradas para o sector energético
e alimentar serão aquelas que irão ter mais solicitação. As áreas do
comportamento e as sociais serão importantes principalmente se focalizadas para
a valorização das competências no domínio do saber ser, das relações
interpessoais, da negociação, da assistência aos mais velhos e sobretudo das
atividades de voluntariado, pois não obstante um esforço que se prevê ao nível
dos programas de inclusão e igualdade de oportunidades, uma faixa considerável
da população estará sem dúvida sujeita à exclusão social e profissional.
Considerados durante muito tempo somente como gestores administrativos, os
profissionais de RH com competências na Gestão do Desempenho Estratégico serão
cada vez mais procurados no futuro para assessoria e orientação na tomada de
decisão que envolvam pessoas (falamos de Gestores de RH, Psicólogos das
Organizações, Sociólogos do Trabalho, etc.). Também a área do Ensino e da
Formação quer institucional ou empresarial como vetor fulcral para a educação,
profissionalização e cidadania não será exceção e verificar-se-ão igualmente
mudanças consideráveis neste sector. Com o advento da internet e o
desenvolvimento de novas ferramentas de ensino colaborativo à distância, das
quais se destaca o e-Learning, todas as profissões atualmente relacionadas com o
ensino e com a formação verão as suas formas de atuar e os respectivos
portfólios de competências destes profissionais significativamente modificados.
A era do conhecimento e por conseguinte do trabalhador do conhecimento exige por
parte deste uma nova postura face à forma de aprender, de trabalhar e de gerir a
sua própria carreira. Estamos a falar de alguém mais autônomo, portador de uma
nova intelectualidade, com capacidade de auto decisão e de aprendizagem ao longo
da sua vida útil ou “Lifelong Learning”.
Por conseguinte, a educação formativa do sujeito será feita em moldes
diferentes dos atuais e o papel dos profissionais do conhecimento (professores,
formadores, educadores) assumirão provavelmente uma nova identidade ou uma nova
designação por exemplo de e-tutores, e-formadores e e-educadores cabendo-lhes
simultaneamente o papel de Coachers e Mentores por via de uma nova aquisição de
competências fornecendo as “self learning tools”, tendo o sujeito (e-formando) a
opção de gerir o que quer aprender num ambiente virtual e pedagogicamente
diferente, cabendo assim aos novos profissionais da educação direcionar, apoiar,
estimular, sugerir, indicar, dar suporte, enquadrar, etc., apostando numa
relação mais individualizada e dual. Haverá por conseguinte mais cruzamento de
informação entre os profissionais do conhecimento e este trabalharão cada vez
mais em equipa no âmbito multidisciplinar.