Estudos comportamentalistas sobre a motivação dão ênfase no controle
educacional, referindo-se ao tipo de reforço que se dá. Oferecer algo
interessante como resposta a um comportamento adequado é capaz de motivar,
mantendo a freqüência deste mesmo comportamento.
De outro lado, há contestação sobre o Comportamentalismo, definindo-o como um
método limitador, tendo em vista uma resposta comportamental que ocorre apenas
mediante uma proposta de reforço. Portanto, defendese a idéia de estimular o ser
humano de forma intrínseca, ou seja, de dentro para fora. Desta forma, não se
cria a limitação imposta por reforços externos.
O equilíbrio entre a motivação interna e externa deve ser a base na educação
infantil e na reeducação do adulto. Portanto, ao considerar a motivação, faz-se
necessária uma profunda reflexão acerca de suas bases. A motivação torna-se o
elemento chave para os resultados de várias propostas de vida, e, em particular,
a obtenção da qualidade nos programas de excelência que muitas organizações
objetivam introduzir, e, ainda mais difícil, conseguir a sua manutenção.
Comprometer-se com a qualidade nos processos produtivos depende do grau de
motivação que está presente ao se praticar, de dentro para fora,
intrinsecamente. Se as organizações considerarem apenas a obrigação e a
obediência de seus colaboradores, as técnicas e procedimentos da norma ISO
9001:2000 e seus termos internos, ainda que haja boa vontade por parte da
direção, poderá ocorrer enorme dificuldade em fazer funcionar a implementação ou
a manutenção de um programa de Qualidade Total. Faltará o essencial, pertinente
ao recurso humano: a motivação.
Os novos tempos demandam mudanças na gestão das pessoas. Novos conceitos como
a visão holística, deve fazer parte da cultura organizacional. O ser humano
precisa sentir-se pertencente ao todo organizacional. Para tanto, a liderança
deve servir, e não apenas ser servida. Os líderes atuam como facilitadores, que
percebem as individualidades de seus seguidores, canalizando-as em prol da
equipe.
Nesta perspectiva, as pessoas percebem-se ouvidas e compreendidas, alargando
o canal de comunicação, fator resultante do respeito e da motivação que se
instala naturalmente neste tipo de relação humana. A forma de aprender e
assimilar as mudanças, incluindo-se os programas de qualidade, torna-se parte da
cultura da organização, a qual, sofre as transformações necessárias, com menor
dificuldade, além de gerar possibilidades de maior êxito.
A qualidade de vida desenvolvida nas questões mais simples, e de baixíssimo
custo financeiro podem formar a estrutura que se tornará o terreno fértil para a
geração de um programa de Qualidade Total. Encontra-se a coerência: qualidade
interna, motivadora da qualidade externa. Motivação, ainda que complexa, é
inerente ao ser humano, devendo ser cultivada por uma compreensão profunda a
respeito das características naturais de existência. A qualidade é desejada a
medida em que a motivação, decorrente dos resultados combinados em sua base,
venha de dentro para fora e se harmonize com qualquer regra ou conduta externa,
que servirá, apenas como orientadora para algum processo, nada mais do que isso.
São a mente e o coração que determinam a vontade de realizar algo, e, não, pelo
menos na essência, a norma escrita e a imposição que o fazem.
A motivação para o comprometimento das pessoas a um programa de Qualidade
Total encontra-se mais no fundo do que na forma. Ela é viva e não apenas palavra
morta.