A exposição das crianças às ações publicitárias faz com que estas se tornem
cada vez mais cedo consumistas. Mas como saber quando as crianças estão dentro
dos limites ou já são excessivamente consumistas?
Para o consultor e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro O
Menino do Dinheiro (Editora Gente), essa é uma resposta complicada. “Hoje a
criança é elevada ao status de consumidora adulta sem estar preparada. E a
publicidade utiliza de propagandas são apelativas, que causam desejos imediatos
nas crianças de querer o produto, e isso não significa necessariamente que essa
criança é excessivamente consumista, pois, esse desejo será rapidamente
esquecido”, explica.
Para Domingos, uma situação que indica uma criança excessivamente consumista é
quando ela gasta todo seu dinheiro ganho com mesadas e logo pede mais dinheiro
para seus pais. Porém, não existe um índice que mostre qual o grau que esse
problema atingiu.
Por isso o consultor alertar ser papel fundamental dos pais desde cedo ensinar
para seus filhos como não perder o controle do dinheiro. “Cada família tem seus
valores, e isso faz com que qualquer ação de pessoas fora desse grupo não tenha
tanta relevância. É simples, se a criança vê os pais comprando sem parar, vão
tender a seguir esse exemplo e acabar ficando desta forma. Assim, é fundamental
ter muito cuidado com o exemplo que os familiares passam, e desde cedo
demonstrar que a felicidade não está associada ao consumismo desenfreado e sim
na atitude de atingir seus objetivos.”
No caso do exemplo externo, a família também terá um papel de grande relevância,
que é o de estabelecer os limites para esta atitude. Os pais podem reforçar ou
não a atitude consumista da criança e se o comportamento da criança não mudar
nesse primeiro momento é muito provável que ela se torne um adulto sem limite
nos seus gastos e que estará facilmente exposta a industria de crédito fácil e
juros abusivos que leva milhões de brasileiros as estatísticas de endividamento.