Você deve conhecer pelo menos um exemplar da espécie. É o tipo que quer
agradar a todos, em qualquer circunstância. É o sujeito cheio de boas intenções,
solícito e simpático, mas que, por ingenuidade - ou às vezes, falsidade -,
mostra-se disposto a parar tudo o que está fazendo para atender a um pedido seu.
É tão gentil que acaba parecendo chato, tolo e bajulador.
"Ser gentil é bom em qualquer ocasião, mas também não precisa exagerar", afirma
Célia Ribeiro, qeu trabalha há 30 anos com etiqueta e já escreveu cindo livros
sobre o assunto. "O bonzinho exagerado pode acabar sendo visto como alguém de
pouca opinião sobre as coisas, sem iniciativa nem pulso firme", diz Célia. Se
você não está a fim de assumir este papel, pare um pouco e veja os conselhos de
Célia.
Não peça desculpas a toda hora, por qualquer coisa. A não ser que tenha um bom
motivo. Isso é visto como subserviência. Os que fazem parte da turma do "quer
que eu faça" também deveriam maneirar.
Diga não quando for preciso. O super bonzinho geralmente não sabe dizer um
simples "não", e por isso há quem se aproveite para deitar e rolar. Ser
cooperativo é uma coisa, ser explorado é outra. Se você estiver ocupado e alguém
pedir um favorzão, algo que pode tomar boa parte de seu tempo, diga que naquele
momento você não pode ajudar e explique a razão.
Não engula desaforo. As pessoas prestativas e gentis demais agem como se nada
tivesse acontecido ao ouvir uma ironia ou algo que as contraria ou ofende.
Continuam com o eterno sorriso congelado. Tudo errado. Num caso como esse, é
melhor reagir com elegância, sem bater de frente, mas nunca deixando o episódio
passar em branco.
Se alguma coisa estiver aborrecendo você, soe o alarme. Alguém que trabalha ao
seu lado fuma sem parar ou fala muito alto ao telefone? Dê um toque. Numa boa,
deixe-o saber que aquilo está lhe incomodando. Defenda seus direitos, por
menores que sejam.
Nunca é demais dizer "bom dia", "por favor" e "até logo". Aliás, é o que se
espera de pessoas que se conhecem e dividem o mesmo ambiente todos os dias.
Transmitir um recado a alguém ou perguntar como foi o fim de semana do colega é
educado, demonstra consideração e faz parte da boa convivência. Mas estender a
mão para cumprimentar as pessoas todo santo dia e abraçar e cumprimentar com
beijinho, aí já é forçar a barra. Isso ninguém agüenta.
Não exagere nos elogios. Confete demais, a toda hora, pode soar falso e gerar
constrangimentos, sobretudo se forem atirados na frente de todo mundo. Pegue
leve. Feedback é importante mas sem excessos.