Não importa o quanto as pessoas tenham avançado em suas carreiras, ou o
quanto seus salários tenham aumentado, elas sempre irão se comparar com
conhecidos.
Tudo parece incomodar um pouco, ainda que de forma inconsciente: o carro
importado do amigo, o salário do primo, o cargo do colega, a empresa dos sonhos
na qual o cônjuge conseguiu entrar, a casa com piscina da amiga e etc. É, parece
que a grama do vizinho está sempre mais verde.
Na opinião do diretor-executivo do Insadi (Instituto Avançado de Desenvolvimento
Intelectual), Dieter Kelber, a rotina é o motivo principal da insatisfação do
ser humano, não só na vida profissional como na pessoal também.
"Quando se cai na rotina do trabalho, não há mais desafios ou novidades. O
indivíduo tende a não crescer também. Tudo depende do quanto a gente se conhece
e sabe o que quer. Quem sabe o que quer não fica olhando para o jardim do
vizinho", diz.
Fazer comparações é saudável?
Segundo Kelber, "comparar-se com os demais é saudável quando a atitude visa ao
benchmarking [busca das melhores práticas na indústria que conduzam a um
desempenho superior]".
"Vale a pena fazer comparações quando o profissional tem um amigo que faz muito
sucesso e se questiona: o que ele fez para chegar lá? Como ele chegou lá? Além
disso, deve-se ponderar: uma pessoa pode ser muito feliz sem uma Ferrari, mas
com uma família feliz. Precisamos olhar o todo".
Para o especialista, os profissionais devem analisar se estão alinhados com suas
motivações internas. "Você está feliz consigo?", questiona.
Campeão
Para Kelber, ninguém consegue ser campeão em tudo, mas todos devem ser bons em
tudo que fazem, tanto na vida pessoal quanto na profissional. "Um engenheiro,
por exemplo, precisa pensar: eu posso não ter chegado ao topo, mas sou um