"Nunca é bom escutar certas coisas a nosso respeito, principalmente
negativas", admite o sócio- diretor da LCZ Desenvolvimento de Pessoas e
Organizações, Luis Felipe Cortoni.
É bom que se diga, entretanto, que as pessoas têm direito de descartar uma
crítica ou sugestão. Ouvir, com educação e humildade, é sempre o mais
recomendado, não só no ambiente corporativo como nas relações pessoais, mas isso
não implica aceitação.
"Não acho que tudo que vem do outro é bom. Nem sempre o que se escuta é um fato,
pode ser uma simples leitura, fruto da percepção alheia. Temos direito de
recusar o que não é construtivo. Mas é essencial não tomar atitudes que fechem
as portas para as críticas", ressalta Cortoni.
Ouvir críticas é bom
A verdade é que para os adultos, que já têm uma opinião formada sobre si mesmos,
uma imagem pronta das coisas, é muito difícil ouvir críticas. Eles não se dão
conta de como elas podem ajudar, principalmente no crescimento profissional.
O problema de reagir mal às críticas e sugestões é que as pessoas simplesmente
param de fazer críticas. E aquele que era criticado até então pára de crescer.
"Quando a pessoa rejeita a opinião alheia duas, três vezes, os outros percebem e
param de opinar".
O pior disso tudo é que, segundo o sócio-diretor da LCZ, o brasileiro não tem o
costume de ser assertivo, de fazer colocações de forma clara e transparente.
"Preferimos deixar o colega passar vergonha do que falar, porém, muitas vezes,
isso é pior para a pessoa", diz ele. Com isso, ficamos facilmente expostos ao
ridículo.
É claro que a recepção da crítica depende da relação que se tem com quem a faz.
Se é alguém confiável, que costuma fazer críticas construtivas, é difícil não
ouvirmos, mas, se vamos adotar ou não a idéia, é outra história.
Além disso, vamos ser sinceros: fazer crítica não é para qualquer um. É preciso
criar uma relação de confiança com o próximo, não julgar, saber descrever, ter
paciência, enfim, ser assertivo. Segundo Cortoni, é uma ação que depende de
certo grau de inteligência. "A capacidade de fazer críticas é uma competência
interpessoal".