Carreira / Emprego - Sem fumaça: ambiente de trabalho livre do cigarro é mais produtivo
O tabagismo mata, aproximadamente, 5 milhões de pessoas por ano em todo o mundo.
No Brasil, são 200 mil. A estatística é dramática e, por isso, levou empresas e
governos a tomarem medidas sérias para protegerem as pessoas dos danos causados
pelo fumo, inclusive no ambiente de trabalho.
Milhões de pessoas em todo o mundo já contam com um ambiente de trabalho
totalmente livre do cigarro, o que é importante para acabar com os efeitos
negativos do fumo passivo. Existe um consenso forte entre autoridades médicas e
científicas de que o tabagismo passivo é uma ameaça à saúde pública.
Para quem não sabe, o tabagismo passivo também é conhecido como poluição
tabagística, por formar uma complexa mistura de cerca de 4 mil componentes
químicos, sendo que 70 deles podem causar danos genéticos. A OIT (Organização
Internacional do Trabalho) estima que, por ano, 200 mil trabalhadores morram por
causa da exposição a essa fumaça no trabalho.
Políticas salvam vidas
Políticas nas empresas são importantes para diminuir os efeitos do tabagismo. De
acordo com manual divulgado pela organização não-governamental ACT (Aliança de
Controle do Tabagismo), um estudo internacional revelou que ambientes de
trabalho livres de fumo diminuem em 4% o número de fumantes.
Conforme mostrou o guia "Ambientes de Trabalho Livres do Fumo - Manual para
Tornar sua Empresa mais Produtiva, Segura e Saudável", os benefícios de
implementar políticas anti-tabagismo são aumento na produtividade dos
profissionais, redução das doenças relacionadas ao cigarro, dos acidentes de
trabalho e incêndios.
Para formar uma política de local de trabalho 100% livre do fumo, é preciso
registrá-la por escrito e identificar claramente seus objetivos e etapas para
alcançá-los. Se possível, ela deve ser alinhada ao programa de saúde e segurança
no trabalho. "O apoio dos funcionários que desejam parar de fumar com a adoção,
por exemplo, de programas de qualidade de vida, é fundamental para o sucesso
desse tipo de projeto", afirmou a socióloga Paula Johns, diretora executiva da
ACT.
Alguns pontos merecem atenção especial na política, como o objetivo. Deve-se,
segundo a ONG, deixar claro que o respeito à norma é uma condição para a
manutenção do emprego. Se permitir o fumo em lugares abertos, deixe bastante
claro quais são os ambientes em que é permitido fumar.
Mitos sobre as políticas
Para incentivar as políticas anti-tabagismo nas empresas, o manual traz alguns
mitos sobre elas. Confira alguns deles:
- "O tabagismo passivo não causa danos": ao contrário do que se
afirma, o tabagismo passivo constitui uma séria ameaça à saúde;
- "As políticas de ambientes livres do fumo violam o direito individual
de fumar": sobressai o direito de as pessoas respirarem um ar limpo;
- "As políticas incentivam que as pessoas fumem mais em casa, expondo
as crianças": as evidências sugerem que essa política reduz a exposição
das crianças ao tabagismo passivo, porque incentivam os adultos a pararem de
fumar;
- "As restrições ao fumo não são adequadas para o nosso país": no
mundo todo, mais de 200 milhões de pessoas são protegidas pelas leis de
ambientes 100% livres do fumo. Em todas as regiões, normas nesse sentido
foram implementadas com sucesso. É imperativo proteger todas as pessoas, não
importando em que país vivam, contra as doenças e as mortes causadas pelo
tabagismo passivo, pois ninguém está imune a esses riscos.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Flávia Furlan Nunes
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