Consórcio - Vale a pena usar os recursos do FGTS?
Talvez você não saiba, mas desde maio de 2002, é possível usar os recursos do
FGTS nos consórcios imobiliários. Vale notar, contudo, que os recursos do FGTS
só podem ser usados para complementar a carta de crédito em caso de sorteio ou
lance, ou para efetuar os próprios lances.
Contudo, antes de optar por esta alternativa, é preciso analisar com cuidado se
realmente vale a pena.
FGTS deve ser usado na hora da compra
A grande diferença de usar os recursos do FGTS nos consórcios imobiliários é
que estes recursos acabam sendo sujeitos ao pagamento de taxa de administração,
ao contrário do que acontece no uso do FGTS nos financiamentos imobiliários,
onde os recursos são usados integralmente para reduzir o saldo devedor.
Assumindo uma taxa de administração de 12%, isso significa que para cada R$ 100
que você paga em mensalidade do consórcio, apenas R$ 88 são usados para
financiar a compra do seu imóvel, os R$ 12 restantes servem para cobrir os
custos da administradora de consórcio.
Como as taxas são cobradas também dos valores dos lances, isto significa que
parte dos recursos do FGTS acaba sendo perdida, pois ao invés de financiar a
compra do imóvel, acaba sendo usada para arcar com os custos da administração.
Exatamente por isso, a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio (Abac)
recomenda que os recursos do FGTS devem ser usados na hora da compra e não para
efetuar o lance.
Faça as contas você mesmo
Para ilustrar melhor esta situação, vamos imaginar um consórcio de 120 meses
para comprar um imóvel de R$ 120 mil, cuja taxa de administração seja de 12%.
Neste caso, cada prestação seria de R$ 1.120, de forma que no final do consórcio
o participante pagaria o equivalente a R$ 134.400, dos quais R$ 14.400 a título
de taxas para a administradora do consórcio.
Por sua vez, se o indivíduo conta com R$ 60 mil em recursos do FGTS, outra opção
seria entrar em um consórcio cujo valor da carta de crédito é de R$ 60 mil.
Assumindo a mesma taxa de administração de 12%, isto implicaria em prestações de
R$ 560, o que equivale a um gasto de R$ 7.200 em taxas. Ao receber sua carta de
crédito de R$ 60 mil do consórcio, o indivíduo pode complementar com os R$ 60
mil que tem no FGTS. Contudo, nesta situação gasta apenas R$ 7.200 em taxas ao
invés dos R$ 14.400 no caso anterior.
Por último, vale lembrar que o fato de você usar os recursos do FGTS para
efetuar um lance não necessariamente significa que você será sorteado, pois
alguém pode vir a fazer um lance ainda maior. Portanto, o melhor antes de fazer
um lance é analisar os últimos lances, de forma a tentar estimar qual o lance
necessário para ganhar a carta de crédito. Nos casos de desistência, nada muda e
o participante tem direito à devolução dos recursos, mas terá que esperar o
final do grupo do consórcio que pode durar até 120 meses!
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