Negócios / Empreendedorismo - Empresa familiar sofre com falta de profissionalização e novas lideranças
Em mais da metade das empresas familiares (55%) não há planejamento de
sucessão, segundo pesquisa do Núcleo de Estudos de Empresas Familiares e
Governança Corporativa da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Resultado: a sucessão acaba ocorrendo de forma natural. "Com o falecimento do
fundador, um dos filhos assume, mas sem preparo algum. Isso quando não há
disputa entre irmãos", observa o coordenador do núcleo, Eduardo Najjar.
Falta de profissionalização
O problema central é que, sem a profissionalização do negócio, dificilmente um
fundador é substituído por um executivo. Por profissionalização entende-se o
afastamento das questões familiares - o que determina a imparcialidade nas
decisões - e não, necessariamente, a contratação de executivos que não são da
família.
A parcialidade leva os profissionais ligados à família a tomar decisões pouco
racionais com relação à empresa. Por exemplo, vamos supor que a primeira fábrica
da organização está quebrada, dando prejuízo já há alguns anos. Pode ocorrer de
o fundador e até mesmo seus filhos resistirem em fechá-la, por conta do forte
sentimento que possuem com relação à unidade.
Resistência do fundador
Outra barreira à sucessão sadia ao negócio é a própria resistência do fundador.
"Fundadores de empresas familiares permanecem 30, 40 anos à frente do negócio e
não costumam preparar novas lideranças, seja da família ou não. Muitos saem,
mas, sem um projeto de vida e acostumados à dedicação ao negócio, acabam
voltando", explica Najjar.
A resistência do fundador tem a ver, principalmente, com a crença de que ninguém
é suficientemente competente para administrar a empresa. "O fundador crê que
somente ele sabe fazer as coisas direito", completa o coordenador do núcleo de
estudos.
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