Saúde - Memória falha é sintoma de doença ou falta de atenção; identifique seu problema
Atrasado, você está saindo de casa para o trabalho e não sabe onde colocou as
chaves do carro. Chega tarde ao escritório e ainda esquece de telefonar para o
cliente no horário marcado. Esses são exemplos da falha de "memória de
trabalho", que está diretamente ligada ao processamento da atenção.
Com tantas informações diárias, que precisam ser absorvidas ao mesmo tempo, é
fácil para o profissional esquecê-las. De acordo com a neuropsicóloga do
Hospital Albert Einstein, Camila Prade, a memória de trabalho é suscetível à
distração, curta e específica. "Precisa esquecer para lembrar as coisas
rotineiras", disse.
Camila ainda afirmou que, geralmente, as queixas dos profissionais estão ligadas
a esta falha, que não representa uma doença grave. "A atenção é a grande
auxiliar da boa memória, sendo uma das funções mentais mais facilmente atingidas
em situações de estresse, depressão, ansiedade, fadiga, distúrbios de sono,
levando a dificuldades de concentração no cotidiano e, conseqüentemente, de
memorização, como esquecimentos e confusão de informações".
Quando procurar médico?
Quando a dificuldade para se lembrar dos eventos é freqüente e prejudica o
desenvolvimento social e profissional, é o momento de procurar um médico. "Na
verdade, a falta de memória pode ser o sintoma de alguma outra doença", afirmou
Camila, citando o exemplo do Alzheimer, mais identificado entre as pessoas com
mais idade.
Mas, para pessoas mais novas, que não sofreram nenhum trauma cerebral, como um
acidente de carro, o que causa a falha na memória é o estresse. "Acontece,
porque a pessoa está sobrecarregada, tem muitas informações e não dá conta de
organizá-las." Ainda pode ser um sintoma do déficit de atenção ou de
hiperatividade, que ainda não foram descobertos.
O remédio para a falha de memória é bastante simples: adotar um estilo de vida
saudável. Veja abaixo algumas dicas que a neuropsicóloga dá:
- Alimentação saudável e realização de atividades físicas: contribuem para
a não ocorrência de doenças vasculares, que podem levar a alterações da
memória;
- Ter um estilo de vida pouco estressante, com uma boa qualidade de sono;
- Tomar medicações sempre com acompanhamento médico: algumas delas podem
ter como efeitos colaterais alterações do funcionamento mental (dificuldades
de atenção e, conseqüentemente, de memorização);
- Manter e estimular a atividade mental, com hobbies e leituras;
- Para alguém que possui dificuldades de memória, são recomendados o uso
freqüente e sistemático de anotações, em geral, em uma agenda, manter-se ao
máximo organizado, permitir intervalos freqüentes entre atividades, a fim de
não fadigar-se, e forçar a concentração;
Tipos
Os profissionais normalmente sofrem da memória de trabalho. Além deste, existem
outros tipos de memória, divididos de acordo com o tempo e o tipo de informação
a ser lembrados. Veja-os no quadro abaixo:
Tipo de memória |
Características |
Memória de curta duração ou recente |
A informação é armazenada o tempo suficiente para ser
usada - alguns minutos, horas ou dias. Pode ser algo que nos contaram,
alguém que você encontrou em um restaurante ou uma notícia que você leu
ontem no jornal |
Memória de longa duração ou remota |
Usada para "episódios" ou coisas que aconteceram em
nosso passado. É também chamada de "memória episódica" ou memória
autobiográfica |
Memória prospectiva |
Habilidade que temos de lembrar de coisas para o
futuro, e envolve planejamento. Por exemplo, "encontrar um amigo às 3
horas" ou lembrar de dar um recado a alguém |
Memória verbal |
É a lembrança de eventos que envolveram palavras. Por
exemplo, lembrar-se de uma história contada por alguém |
Memória visual ou viso-espacial |
É utilizada na lembrança de figuras ou imagens |
Memória de procedimento ou procedural |
Envolve a lembrança de um procedimento, associado a
uma habilidade motora ou a um hábito, como andar de bicicleta ou tocar
um instrumento |
Fonte: Camila Prades
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Flávia Furlan Nunes
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