A Declaração de Collevecchio, bem como os Princípios do Equador, prevê
compromissos para que os bancos promovam a responsabilidade socioambiental.
Buscando esse objetivo, o Itaú lançou uma política de concessão de crédito que
leva em consideração o impacto negativo das atividades das empresas ao meio
ambiente e à sociedade.
O objetivo principal é incorporar ações de sustentabilidade ao próprio ramo
financeiro. De acordo com a superintendente de risco de crédito do Itaú, Inês
Gomes da Silva, a ação pretende estabelecer instrumentos para avaliação dos
riscos socioambientais na análise de crédito, definir diretrizes para que os
técnicos possam lidar com essas questões e contribuir para que os clientes
melhorem suas práticas sustentáveis.
Solicitação
As empresas que solicitarem crédito passarão por análise de risco
socioambiental, quando os impactos ao meio ambiente e à sociedade serão
identificados. Na prática, essa fase acontece no mesmo momento em que o banco
analisa as condições econômico-financeiras, e exige que as empresas preencham um
formulário.
O banco pretende divulgar, anualmente, o número de empresas analisadas e mostrar
quantas delas foram aprovadas. "Atuando em parceria com seus clientes, uma
instituição financeira é capaz de colaborar para mudanças efetivas na relação
entre atividades produtivas e comerciais, o meio ambiente e a sociedade",
disseram Inês e Sônia Favaretto, superintendente de responsabilidade
socioambiental do banco.
Diretrizes
O banco Itaú assumiu compromisso voluntário com os Princípios do Equador,
diretrizes criadas em 2003 pelo International Finance Corporation (IFC), que
buscam garantir o sucesso dos projetos, evitando os impactos negativos à
sociedade e à natureza. As regras são válidas para financiamentos acima de US$
10 milhões.
No Itaú, porém, a prática abrange todas as pessoas jurídicas. "No prazo máximo
de dois anos, abrangerá todos os clientes do banco Itaú que venham a tomar
crédito acima de R$ 5 milhões", afirmou a superintendente ao Instituto Akatu.
A Declaração de Collevecchio, por sua vez, conta com seis compromissos nos quais
os bancos devem se basear, para se tornarem entidades sustentáveis. São eles: o
compromisso com a sustentabilidade, em "não causar dano", com a
responsabilidade, com a prestação de contas, com a transparência e com a
sustentabilidade dos mercados e da governança.