Carreira / Emprego - Mulheres e homens em postos de liderança: comportamento é igual?
Chamado de "sexo frágil", as mulheres lutaram muito para conseguir ingressar
no mercado de trabalho. Assumir cargos de liderança, então, foi algo que teve de
ser construído tijolo por tijolo. Mesmo conquistando postos de alto nível, será
que elas deixaram toda essa fragilidade de lado e igualaram o comportamento
delas ao dos homens?
De acordo com o consultor do instituto de aperfeiçoamento profissional IDORT-SP,
David Carlessi, houve mudanças no decorrer do tempo. "Quando ela começou, tinha
que brigar muito e era mais atrevida. À medida que o tempo foi passando, essa
mulher se consolidou no mercado de trabalho e já toma medidas mais
estratégicas", afirmou.
Ele ainda disse que a mulher está mais tranqüila com relação à carreira, sendo
que muitas estão em profissões típicas de homens, como piloto de avião e nas
Forças Armadas.
Estilos diferentes?
Sobre o estilo de liderança, Carlessi deixa claro: o que se observa não pode ser
aplicado a todas as pessoas, mas, mesmo assim, é possível identificar
comportamentos e qualidades típicos de cada sexo. A mulher, por exemplo, se
tornou mais analista e administradora, mas não deixou de lado o tratamento
emocional com as pessoas.
Elas são mais eficazes em alguns pontos particulares. "Em relação à formação
profissional, elas estão muito mais preparadas do que os homens", afirmou. As
mulheres também estão um passo à frente quanto aos assuntos imagem e postura. Um
exemplo dado pelo consultor é a própria aparência. "Elas sabem se arrumar
melhor!".
O homem já é mais virtuoso no tratamento entre as pessoas, o que significa que
consegue ser mais igualitário. Ele é mais objetivo, consegue ser mais racional e
assertivo.
Subordinados
De acordo com Carlessi, a líder mulher não tem necessidade de provar sua
capacidade tanto quanto o homem, independentemente do assunto discutido. Ela
consegue formar equipes e inspirar outras pessoas mais facilmente, porém peca,
quando o assunto são as colegas de trabalho. "Ainda há uma boa competitividade
entre as mulheres. É uma questão de posicionamento e de pensar "por que não sou
eu que estou liderando?".
Hoje, existe mais liberdade e naturalidade no trato entre homens e mulheres no
mundo corporativo, mas, quando o negócio é discutido entre eles, existe uma
relação mais fácil. As coisas fluem melhor, por sua vez, quando a mulher lidera
um homem. "Porque ela envolve, cativa, usa o aspecto mais emotivo. A mulher
convence melhor".
Mas essas discussões de estilo de liderança não afeta nos resultados. De acordo
com Carlessi, independentemente de ter um homem ou mulher no posto de liderança,
os objetivos são alcançados. "Eu quero acreditar que, ao longo do tempo, a
liderança vai se caracterizar pelo estilo pessoal de cada um e não pelo sexo".
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