Cartão de crédito - Cartão de crédito não é educador financeiro, afirma especialista
O cartão de crédito não deve ser utilizado como um educador financeiro, mas,
sim, como uma ferramenta somente após a exata consciência do consumidor sobre o
orçamento pessoal. O entendimento foi apresentado por Cássia D'Aquino,
especialista em educação financeira, durante debate realizado no 2º Congresso do
Mercado Brasileiro de Meios Eletrônicos de Pagamentos.
"Fica aquela impressão de que você usa o plástico quando não tem dinheiro. É
possível comprar aquele objeto tão desejado para, um dia, quem sabe, pagar por
ele. Então é muito difícil ter a percepção de que aquilo é uma dívida", afirmou.
Situação preocupante
Dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e
Serviços) apontam para mais de 400 milhões de cartões em circulação no País.
Destes, quase 90 milhões são de crédito e outros 130 milhões, private labels,
que possibilitam o pagamento a prazo.
Conforme a Cartões Itaú, mais da metade das compras feitas com o plástico de
crédito, em nível nacional, é dividida em mais de uma vez. A Mastercard, por sua
vez, afirmou que quase 60% de sua base de cartões está contratada por clientes
recentes, com vínculos de menos de três anos com os bancos.
"Esse é um dado extremamente complicado, porque quanto menor o tempo de
relacionamento, menor o índice de responsabilidade financeira", afirmou o
gerente-geral da Mastercard no Brasil, José Tosi.
Compreensão
Segundo Cássia, grande parte dos consumidores ainda não possui uma
compreensão sobre o que é exatamente o cartão de crédito. Para exemplificar, a
especialista citou casos de pessoas que emprestavam o plástico para amigos
fazerem compras e, quando a fatura chegava para ser paga, não entendiam aquela
dívida como sua.
"Existe uma impressão mágica do cartão de crédito. As pessoas precisam antes de
mais nada precisam ter poupança, nem que recorram a ela em caso de
inadimplência. É preciso que teçam o orçamento", finalizou a a especialista.
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