Negócios / Empreendedorismo - Financeiro e intelectual: de olho no patrimônio na família
A família que pretende manter o negócio que possui por longo prazo deve, em
primeiro lugar, instalar um balanço de todos os bens para rever os investimentos
feitos. Isso porque, como em uma aplicação qualquer, os acionistas, neste caso
os membros da família, devem saber como a empresa está se saindo.
De acordo com o autor do livro "Riqueza Familiar: Como manter o patrimônio por
Gerações", James E. Hughes Jr., o balanço da maioria das empresas reflete
resultados passados e futuros em períodos de tempo específicos, a fim de
analisar tendências e exibir o progresso de sua empreitada.
O comércio define dois anos como curto prazo para analisar tendências. As
companhias familiares que pretendem manter o patrimônio, por sua vez, devem
tomar como curto prazo o mínimo de 20 anos, referente a uma geração, de acordo
com a tabela abaixo:
Período |
Negócio comum |
Negócio familiar |
Curto Prazo |
2 anos |
20 anos (uma geração) |
Médio Prazo |
5 anos |
50 anos (duas gerações) |
Longo Prazo |
10 anos |
100 anos (três gerações) |
Fonte: Riqueza Familiar: Como Manter o Patrimônio por Gerações
"Essa diferença de pontos de vista afeta profundamente a natureza dos ativos e
passivos que estão sendo avaliados, e também fortalece o planejamento a longo
prazo. Com essa ferramenta, cada membro de uma família pode aprender a agir como
um acionista", diz o livro.
Balanço
De acordo com o livro, o balanço familiar é uma tentativa de medir como uma
família está administrando seu capital humano. "É um adendo - e não um
substituto - para o relatório financeiro de uma família. Um negócio de
administração de bens deve, como qualquer outra organização financeira, conhecer
sua capacidade econômica para dar cabo de sua missão".
Depois de analisado o período do balanço, para que possa rever os efeitos dos
investimentos feitos, é hora de colocar tudo na ponta do lápis. O que realmente
entra nesse balanço da família? A avaliação abaixo permite instruir todas as
pessoas ligadas ao negócio:
- Ativos: capital intelectual de cada membro da família; capital
financeiro de cada membro da família; capital social de cada membro da
família.
- Passivos: pode ser dividido em riscos internos (morte,
divórcio, vícios, segredos, credores, comprometimento da saúde,
relacionamentos deficientes com curadores, programas de investimentos de
menos de cinquenta anos), riscos externos (inflação, administração
inadequada do curador, impostos e taxas sobre patrimônios ou outras formas
de transferência de bens, guerras, desastres naturais, mudanças de sistema
político e ausência de segurança de pessoal) e riscos de curto prazo
(impostos sobre renda, flutuação do mercado, inexistência de uma declaração
de missão e ausência de educação financeira).
Os ativos menos os passivos resultam no Patrimônio Líquido, que deve responder
às seguintes perguntas: os membros da família estão em busca da realização
pessoal? O capital intelectual e humano está crescendo em relação aos riscos que
a família corre? A família, como um todo, está se preservando? Está acertando
mais do que errando?
Se as respostas para essas perguntas forem positivas, o balanço intelectual da
família está bem protegido e, conseqüentemente, o financeiro também.
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