Proventos: conheça os tipos e os
mecanismos de pagamento
Ao acompanhar o mercado acionário, você já deve ter se
perguntado as diferenças entre os diversos tipos de proventos. Para quem não
sabe, proventos são os benefícios (dividendos, bonificações, direitos de
subscrição, juros sobre capital e outros) distribuídos por uma empresa a seus
acionistas.
Os mais comuns desses benefícios são os dividendos e os juros sobre capital
próprio (JCP), mas proventos como bonificações e direitos de subscrição também
aparecem com freqüência.
Confira as diferenças entre os tipos de proventos
Os dividendos são pagamentos efetuados pela empresa aos seus acionistas através
da distribuição de parte do lucro líquido da empresa, subdivididos de acordo com
as diferentes classes de ação.
O montante é pago em dinheiro e de forma proporcional à quantidade de ações
possuídas. Pela Lei das S.A., deverá ser distribuído um dividendo mínimo de 25%
do lucro líquido apurado em cada exercício. A decisão sobre o pagamento de
dividendos anuais é feita pela Assembléia Geral Ordinária e o Conselho de
Administração pode decidir sobre distribuição de dividendos intercalares e
intermediários.
Os juros sobre capital próprio (JCP), por sua vez, são pagos com base no lucro
retido pela empresa nos anos anteriores, além de trazer incidência de imposto de
renda de 15% na fonte para quem recebe o benefício.
Bonificações e direitos de subscrição
Há também as bonificações em ações, que, em caso de incorporação de reservas e
lucros por parte da empresa, são oferecidas gratuitamente aos acionistas. Outro
tipo de bonificação é a bonificação em dinheiro, que pode ser concedida pelas
empresas como uma participação adicional nos lucros.
Já os direitos de subscrição conferem ao acionista o direito de adquirir, em
caso de aumento de capital, preferencialmente, ações da empresa, para preservar
a proporção das ações que possui. Vale destacar que o investidor pode, ao invés
de exercer seu direito de subscrição, optar por vendê-lo no mercado.
Como funciona o mecanismo de pagamento?
Antes de entender o mecanismo, vale a pena conhecer a definição de alguns
termos. O termo "com" se refere às ações com direito ao recebimento de
dividendos. Assim, o último dia "com" reflete o último dia em que você pode
comprar uma ação no mercado e ainda ter direito ao recebimento dos proventos que
a companhia anunciou.
O dia seguinte, ou seja, quando o investidor não tem mais direito ao provento é
chamado dia "ex". Já a data de aprovação se refere à data na qual os proventos
foram aprovados pela empresa, não interferindo no pagamento aos acionistas.
A distribuição dos proventos é feita somente aos acionistas que possuírem as
ações no último dia em que elas ficarem "com", ou seja, no dia anterior à data
na qual negociam já sem os proventos. Se você tiver as ações naquele dia,
receberá 100% dos proventos, caso contrário não receberá nada, independentemente
de quanto tempo tenha ficado com a posse dos papéis antes disso.
Onde são depositados os recursos?
O pagamento dos proventos é feito diretamente da empresa ao acionista, via CBLC
(Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia), sendo os recursos creditados,
em geral, na conta que o investidor possui junto à corretora com que opera ou
diretamente em uma conta bancária indicada previamente.
Para calcular o valor, basta multiplicar o número de ações que você tem (sempre
levando o lote de negociação em consideração) pelo valor por lote de ações.
Lembre-se que dividendos não são sujeitos ao pagamento de impostos enquanto nos
JCP são descontados 15% a título de IR.
Proventos: conheça melhor os
procedimentos e os principais termos usados
Para muitos investidores, sobretudo os mais conservadores, o
pagamento de proventos é um dos principais atrativos do mercado acionário. Além
de contar com o potencial de valorização, diversas ações oferecem em proventos
retornos bastante atrativos, muitas vezes não muito distantes do que é oferecido
na renda fixa.
No entanto, muita gente ainda tem dúvidas quanto aos mecanismos de distribuição
e pagamento de proventos, tanto no que diz respeito às datas anunciadas pelas
empresas como nas formas de pagamento. Para entender melhor como este processo
funciona, certamente vale a pena estar familiarizado com os principais termos.
O anúncio das empresas
Na grande maioria das empresas, os proventos em dinheiro, tal como dividendos e
juros sobre capital próprio, são aprovados em uma reunião do Conselho de
Administração. A data na qual esta reunião ocorre é chamada de data de
aprovação do provento.
Mais importante do que a data de aprovação é a chamada data "com" ou
seja, a data na qual é determinado quem receberá os proventos. Por exemplo, se a
data "com" for 25 de agosto, quem estiver de posse das ações no fechamento deste
dia específico terá direito a receber os proventos anunciados.
O pregão seguinte, chamado data "ex" indica, portanto, o momento no qual
as ações passam a negociar sem os proventos, ou seja, quem comprar neste dia não
os receberá, pois eles já foram distribuídos para quem tinha posse das ações no
pregão anterior.
Quando receber
No entanto, o fato de as ações ficarem "ex" no dia 26 de agosto não indica que
os proventos serão efetivamente pagos neste dia. O que ocorre é os proventos são
provisionados a partir do dia "com", até a data de pagamento definida pela
empresa, que pode ou não ser anunciada na data de aprovação.
Assim, outra data muito importante, já que envolve o desembolso de recursos pela
empresa e o recebimento pelos acionistas é a data de pagamento. Em boa
parte dos anúncios de proventos, as empresas já deixam claro qual será a data,
porém em alguns casos é necessária uma nova assembléia para determinar a data
exata.
Para quem investe freqüentemente no mercado brasileiro de ações e recebe as
comunicações mensais da CBLC, que é a depositária das ações, fica fácil entender
a diferença entre os campos "provisionado" e "creditado". No caso, provisionado
significa que o acionista tem direito aos proventos, que, no entanto, ainda não
foram pagos. Já o campo creditado indica o pagamento efetivo, em dinheiro.
Onde receber
A forma mais popular e mais fácil de recebimento dos proventos é na conta que
você possui junto à sua corretora, que atua como agente de custódia. Para quem
não conhece, os agentes de custódia são instituições financeiras, como
corretoras, distribuidoras de valores e bancos, responsáveis, perante a CBLC,
pela abertura, administração e movimentação das contas de custódia dos
investidores, que são seus clientes.
Outra opção é receber diretamente na sua conta bancária, mas para isso você
precisará indicar, junto à instituição financeira que atua em nome da empresa (e
não à sua corretora) os dados da conta na qual você deseja receber os recursos.
Proventos: conheça a diferença
entre as formas de remuneração dos acionistas
Embora praticamente todo mundo que acompanha o mercado de
ações já tenha se deparado com os conceiros dividendos ou juros sobre o capital
próprio, muita gente ainda têm dúvidas em relação à diferença entre estes dois
conceitos e como eles se comparam com outros proventos, como bonificação e
subscrição.
Em primeiro lugar, é importante diferenciar os proventos pagos em dinheiro, como
dividendos e juros sobre o capital próprio, dos proventos no qual o benefício ao
acionistas se dá na forma de ações, como subscrições ou bonificações.
Distribuição de parte dos lucros da empresa
O conceito básico por trás dos proventos em dinheiro é a distribuição de parte
dos lucros obtidos por uma empresa para seus acionistas. Ao comprar uma ação,
você se torna acionista e, portanto, tem direito a receber a sua parte dos
lucros que a empresa gera.
Assim, quando você recebe dividendos de uma empresa, você está recebendo uma
parcela do lucro, que é determinada pela legislação brasileira em pelo menos 25%
dos lucros gerados pela empresa em um determinado período de tempo. Para a
empresa, os dividendos são distribuídos a partir do lucro líquido, ou seja, após
o pagamento de IR, CSLL e outros impostos ou contribuições.
Com isso, os valores que são anunciados em dividendos para os acionistas já são
líquidos de imposto de renda, já que a empresa efetuou o pagamento de impostos
sobre estes lucros.
Juros sobre capital próprio
Outra forma de pagamento de proventos em dinheiro é através dos juros sobre o
capital próprio (JCP). Para o acionista, a grande diferença é que ele tem que
pagar 15% de imposto de renda na fonte, de forma que sempre é preciso ficar
atento se o valor anunciado é o bruto (sem impostos) ou líquido (já descontando
os impostos).
Para a empresa, muitas vezes o uso de JCP é vantajoso do ponto de vista fiscal.
Desde sua criação, o pagamento de JCP permite que a empresa remunere seus
acionistas até o valor da TJLP, com o valor sendo considerado como despesa
financeira. Com isso, ele reduz o lucro tributável, diminuindo o IR a ser pago
pela empresa.
A grande vantagem é que a empresa pagaria impostos maiores sobre o lucro, na
faixa de 25%, do que os acionistas, que pagam 15% sobre os JCP. Assim, ela pode
oferecer JCP, que mesmo após o pagamento de IR, podem ser maiores do que seriam
na forma de dividendos, em função da diferença nas alíquotas de tributação.
Bonificação
Já a bonificação não é, na grande maioria das vezes, um provento em dinheiro,
mas sim em ações. Assim, representa uma distribuição gratuita de novas ações,
geralmente em função de aumento de capital ou incorporação de reservas. É
importante destacar que, ao contrário dos dividendos e JCP, onde existe um
efetivo desembolso de dinheiro, no caso de bonificações as cotações das ações
podem se ajustar.
Por exemplo, se a empresa anunciar uma bonificação de 100%, ou seja, uma nova
ação para cada possuída, sem uma contrapartida em termos de aumento do efetivo
valor da empresa, o preço das ações tende a se ajustar. Por exemplo, se o valor
da empresa era de R$ 1 bilhão e ela tinha 500 milhões de ações a R$ 2,00 cada,
dar uma bonificação de 100% em geral leva o preço das ações a R$ 1,00, já que
são agora 1 milhão de ações de uma empresa que continua valendo R$ 1 bilhão.
Subscrição
A subscrição representa um direito dados aos acionistas para que eles adquiram
novas ações a custo e preço determinado. A subscrição pode surgir como um
benefício aos acionistas caso o preço de subscrição seja inferior ao preço de
mercado, de forma que está sendo dada uma espécie de "desconto" para os
acionistas.
Caso o preço seja equivalente ou superior ao de mercado, isso muitas vezes não
representa uma vantagem, já que não existe condição diferenciada em relação a
quem ainda não possui ações da empresa.
Direitos de subscrição: entenda
melhor o que são e como funcionam
Um evento relativamente comum no mercado de ações e que pouca
gente conhece em detalhes o seu funcionamento é a subscrição. De fato, em muitas
ocasiões as empresas desejam aumentar o seu capital social e concedem aos seus
acionistas um direito de subscrição de novas ações, proporcional às já
possuídas.
Isso significa que os acionistas têm uma espécie de direito de preferência na
compra das novas ações. Como muitas vezes o preço de venda das novas ações fica
abaixo das cotações de mercado dos papéis, isso significa um benefício para os
acionistas atuais, que pode ser considerado quando o retorno total do
investimento é contabilizado.
Como funciona
Quando a empresa lança uma subscrição de ações, ela anuncia uma série de
condições, sendo as principais o número de ações colocadas à venda e o preço de
subscrição destes papéis, que resultam no valor total da operação, além do
cronograma da subscrição. Assim, o acionista acaba sendo informado de duas
variáveis importantes: qual a proporção de novas ações que sua posição já
existente dará direito e a qual preço elas estão sendo oferecidas.
Vamos imaginar uma empresa com capital atual de R$ 1 bilhão, composto por 250
milhões de ações valendo R$ 4,00 cada. A empresa agora decide aumentar seu
capital em R$ 500 milhões, com as novas ações sendo ofertadas a R$ 3,50 cada.
Neste caso, cada acionista terá direito a subscrever ações equivalentes a 50% de
sua posição atual, a um preço abaixo do valor de mercado, o que certamente
significa um benefício.
Porém, o acionista atual não é obrigado a participar da subscrição. Quando do
último dia "com" da subscrição, o acionista receberá um direito de subscrição,
que equivale ao direito de participar da subscrição, e que pode ser, dentro de
um intervalo de tempo definido pela empresa, negociado na bolsa.
Negociação dos direitos
Neste ponto, os direitos passam a ser negociados de forma separada da ação, ou
seja, como mais um papel na bolsa. Assim, quem tinha um papel, a ação original
da empresa antes da subscrição, passa a ter dois: a ação e o direito, que
geralmente negocia como as quatro letras do código da ação seguido pelo número 1
ou 2 e que pode ser exercido ou vendido para outro investidor.
Estes direitos são negociados por um prazo pré-determinado, geralmente trinta
dias, dando ao acionista a opção de exerce-lo, ou seja, entrar com os recursos e
participar da subscrição ao preço anunciado pela empresa, ou simplesmente
negociar estes direitos com outro investidor. No caso dos direitos permitirem a
compra das ações a um preço abaixo de mercado, eles têm valor, que aumenta
proporcionalmente com a diferença entre os dois preços (a vista e de
subscrição).
Sobras de subscrição e dividendos
Como muitas vezes nem todos os direitos são exercidos, existe o que conhecido na
bolsa como sobras de subscrição, que são novamente oferecidas pela empresa ao
mercado. Isso permite que a empresa alcance o montante inicialmente desejado na
subscrição de ações.
Para quem exerce os direitos e adquire as novas ações na subscrição, vale sempre
a pena checar se elas terão direito à distribuição dos últimos dividendos ou
juros sobre o capital próprio, caso seja o caso. Se estes novos papéis não
tiverem direito a estes proventos em dinheiro, serão negociados de forma
diferenciada até que os proventos sejam distribuídos, o que implica, inclusive,
em um código de negociação diferente do original.
Entenda o que significa e como a
bonificação afeta o seu investimento em ações
Uma reação muito comum dos investidores quando se depararam
com o conceito de bonificação é acreditar que este evento acaba influenciando a
rentabilidade de suas ações. Afinal de contas, o raciocínio é que agora, além
das ações que ele já tinha, a empresa anunciou a distribuição gratuita de novas
ações a seus acionistas.
No entanto, a distribuição de bonificações em ações geralmente não traz um
efeito positivo sobre a posição em ações do investidor, já que o aumento na
quantidade de papéis acaba sendo compensado pela queda no preço dos mesmos.
Portanto, ter 400 ações a R$ 50 cada, ou 500 a R$ 40 cada faz pouca diferença,
já que o valor da posição, de R$ 20.000, segue o mesmo.
O que é a bonificação
Em termos técnicos, a bonificação em ações pode ser descrita como a distribuição
de resultados da empresa através da emissão de novas ações, realizada quando da
incorporação de reservas ao capital social. Estes novos papéis são distribuídos
gratuitamente aos acionistas, sempre na proporção da quantidade de ações que o
acionista já possuía.
Neste sentido, a bonificação aumenta o capital social e a quantidade de ações da
empresa, porém sem alterar o valor do patrimônio líquido, já que as reservas
fazem parte do patrimônio da companhia. Deste modo, isso explica porque não
existe alteração no valor possuído por cada acionista, pois, na prática, a
empresa não vale mais por conta deste evento.
Vale lembrar, contudo, que o mercado criou uma terminologia para denominar a
ação que é distribuída sob a forma de bonificação: é o filhote.
Desdobramentos e grupamentos: como
eles afetam o valor de suas ações
Embora acabem criando dúvidas para alguns investidores, os
desdobramentos e grupamentos trazem, na maioria dos casos, pouco efeito sobre o
valor efetivo do investimento em ações. Mas será que você conhece bem o que são
estes conceitos e como eles funcionam?
O desdobramento, também conhecido pelo termo inglês split nada mais é do
que uma divisão de uma ação em várias. Por exemplo, se uma ação atingiu um
patamar de preço considerado caro pelos investidores, a empresa pode optar por
dividir a ação em duas, três, ou qualquer outra proporção.
Já o grupamento, ou inplit ou reverse split, é exatamente o
inverso, ou seja, o número de ações diminui, de forma que duas, três ou mais
ações sejam grupadas em uma. Porém, vale a pena entender que, apesar do
investidor estar agora da posse de mais ações, o valor de seu investimento não
se altera.
Na prática, valor do investimento não muda
Um ponto importante a ser destacado é que, na prática, o grupamento ou
desdobramento em si não afeta o valor do investimento. Por exemplo, um
investidor que tivesse 50 ações com valor de R$ 100 cada uma, antes de um
desdobramento de 5 por 1, teria R$ 5.000 aplicados nesta ação.
Após o desdobramento o valor investido segue o mesmo, porém sendo resultado
agora da posse de 250 ações a R$ 20 cada uma. Em outras palavras, um
desdobramento de 5 por 1 significa que para cada ação existente será
transformada em 5 novas ações cujo valor equivale a 1/5 do valor da ação
original!
O mesmo ocorre com o capital social da empresa, que segue inalterado, embora a
quantidade de ações tenha aumentado cinco vezes, compensado, porém, por um preço
cinco vezes menor dos papéis.
Objetivo da operação
Dois são os principais objetivos por trás dos desdobramentos e grupamentos. O
principal, que explica boa parte dos desdobramentos no Brasil e no resto do
mundo, é que o valor da ação pode ter alcançado um patamar de preço elevado, o
que pode reduzir sua base de investidores.
Por exemplo, a ação da empresa X atingiu R$ 300, e o seu lote mínimo de
negociação é de 100 ações. Isso implica que o investidor, para poder comprar o
papel no mercado não fracionário, teria que dispor de R$ 30.000. Caso a empresa
decida por um desdobramento de seis por um, o valor mínimo cai para R$ 5.000, o
que pode ampliar a base de investidores.
Este aumento da base de compradores pode, por sua vez, favorecer as ações, já
que agora existem mais investidores aptos do que antes, a investir no papel, o
que, eventualmente, pode contribuir para uma alta na ação. Em mercados com forte
participação de investidores pessoa física, como o norte-americano, por exemplo,
este tipo de reação do mercado é bastante comum.
Ajuste do lote de ações
Outro motivo, desta vez para os grupamentos, é buscar alterar o lote de
negociação de ações. Durante muito tempo, boa parte das ações negociadas na
Bovespa era "precificada" por lote de mil, ou seja, a cotação da ação na verdade
se referia a mil papéis e não a uma ação. No entanto, esta situação passou a
mudar desde 2003.
Com o objetivo da CVM e da Bovespa de facilitar o funcionamento do mercado de
ações, as empresas foram aconselhadas a mudar para lote unitário, o que tem
levado a um número elevado de grupamentos. Em parte dos casos as empresas
decidem simplesmente mudar o lote de mil para unitário e manter o preço ao qual
o mercado já estava acostumado, que passa a corresponder agora a uma ação.
Assim, se 1.000 ações valiam R$ 25,00, agora uma ação vale o mesmo, após um
grupamento de 1.000 por uma.
Já em outros casos, as empresas decidem mudar também os preços, de forma que são
realizados grupamentos em outras proporções que não seja de 1.000 para um. Vale
destacar que, em boa parte dos mercados internacionais, como os europeus e
norte-americanos, a maioria das ações negocia em patamares entre US$ 1 e US$ 100
(EUA) e 10 e 100 euros (Europa).
Isso facilita a vida do investidor, ao contrário do que ainda ocorre no Brasil,
onde muitas vezes 1.000 ações de uma empresa são negociadas a R$ 0,50, enquanto
uma ação de outra negocia a R$ 250, o que traz certa confusão para o investidor
que está começando no mercado. Nada como simplicidade para atrair um número
maior de investidores.
Conheça as diferenças entre os
indicadores de dividend yield e dividend payout
Para muitos investidores, principalmente aqueles de perfil
mais conservador, a escolha do melhor investimento no mercado de ações passa
pela análise da política de dividendos da empresa.
Além de ser um importante indicador de como a empresa se relaciona com seus
acionistas, a distribuição de proventos em dinheiro, como dividendos ou juros
sobre o capital próprio, pode impulsionar de forma significativa a rentabilidade
do investimento em ações.
Para analisar e comparar as políticas de distribuição de diversas empresas, dois
indicadores são bastante utilizados: o dividend payout, ou proporção de
pagamento de dividendos, e o dividend yield, ou retorno de dividendos.
Neste contexto, vale a pena explicar as diferenças entre eles.
Dividend payout
O dividend payout é um importante indicador da política de dividendos de
uma empresa. Ele é calculado como a proporção dos lucros da empresa que são
distribuídos na forma de proventos em dinheiro e, em geral, é determinado pela
própria empresa, em seus estatutos.
Assim, uma empresa que aplica uma política de payout de 50%, irá
distribuir aos seus acionistas metade dos lucros obtidos em um determinado
período. Por exemplo, a Cemig, estatal mineira no segmento de energia elétrica
adotou em 2004 uma política de payout de 50%. Isso significa que metade
do lucro líquido da empresa será distribuída aos acionistas, com o restante
sendo retido para diversos fins, principalmente o financiamento de novos
investimentos.
Em geral, o dividend payout varia de acordo com o estágio de evolução e
as oportunidades de investimento de cada companhia. Em geral, as empresas mais
maduras e com menos necessidade de investimentos costumam distribuir uma parcela
maior de seus lucros na forma de proventos. No mercado brasileiro, podemos citar
como exemplos desse tipo de empresa a Telesp e a Souza Cruz. Já empresas em
expansão tendem a pagar uma parcela menor, pois utilizam os recursos para
suportar seus planos de investimento e expansão.
Dividend yield
Já o dividend yield não trabalha somente com os dados referentes a quanto
foi distribuído em proventos, mas avalia o quanto isso representa em relação ao
preço da ação. De certa forma, o conceito é similar ao utilizado no mercado de
renda fixa, onde o montante pago em juros representa uma proporção do montante
investido, ou seja, a taxa de juro.
No caso do dividend yield, ou retorno de dividendos, o indicador é
calculado em duas etapas. Inicialmente, são acumulados todos os proventos pagos
em um determinado período, sendo mais comum os últimos doze meses. Assim, se nos
últimos doze meses a empresa pagou dividendos de R$ 1,00 por ação e juros sobre
o capital próprio de R$ 1,50, o acumulado é de R$ 2,50 por ação.
A segunda etapa consiste em comparar o que este valor representa em relação ao
valor da ação. Se o papel está sendo negociado a R$ 25,00, o retorno de
dividendos é de 10%, ou seja, os R$ 2,50 pagos em proventos nos últimos doze
meses divididos pelo valor da ação (R$ 25,00). Deste modo, pode ser avaliado o
quanto, em termos relativos, a ação rendeu em proventos para seus acionistas.
Vale a pena analisar os dois indicadores
Assim, para escolher o melhor papel em termos de distribuição de proventos, vale
a pena acompanhar os dois indicadores. Para ser beneficiado pelo payout,
o investidor tem que analisar ações com uma previsão de lucro por ação elevado e
também com uma proporção de distribuição atraente.
Já o dividend yield pode ser distorcido por diversos fatores,
principalmente fortes valorizações ou quedas da ação. Imagine no exemplo
anterior que os papéis da empresa que pagou R$ 2,50 em proventos não valham mais
R$ 25,00, mas R$ 12,50. Isso indicaria um retorno de dividendos de 20%, porém
causado não por uma maior distribuição de proventos, mas sim por uma queda na
cotação da ação, o que certamente distorce a comparação!
Política de distribuição de
proventos ganha importância na escolha da melhor ação
Com a melhora generalizada nos padrões de governança
corporativa no mercado brasileiro, as questões referentes à política de
distribuição de dividendos das empresas ganham maior importância. Embora a Lei
das Sociedades Anônimas determine que pelo menos 25% do lucro líquido seja
distribuído, os montantes, freqüência e características dos proventos varia
bastante entre as empresas.
A decisão de quanto pagar em dividendos para os acionistas vai depender do
estabelecido no estatuto de cada empresa, desde é claro, que isso respeite a Lei
das S.A. Porém, vários fatores definem as práticas adotadas por cada empresa,
sobretudo relacionada ao perfil da companhia.
Entendendo melhor cada empresa
Antes de tudo, é preciso entender que existem no mercado acionário, basicamente,
dois grupos distintos de empresas. As empresas do tipo "crescimento ou growth" e
as empresas de "renda ou income".
No primeiro grupo estão empresas que iniciaram suas atividades recentemente e
que mostram forte crescimento, ou seja, ainda não consolidaram seu patamar de
rentabilidade. Assim, estas empresas possibilitam ganhos aos investidores com
base no potencial de valorização das ações, mais do que na renda que irão gerar
através do pagamento de dividendos. Neste grupo podemos incluir a maioria das
empresas de tecnologia e telecomunicações, por exemplo.
Boas pagadoras de proventos
Por outro lado, existem empresas que adotam uma política mais agressiva de
dividendos, pagando dividendos constantemente e sempre acima do mínimo previsto.
Através desta estratégia, estas empresas buscam atrair para sua base de
acionistas um grupo de investidores distinto, com perfil mais conservador.
Estes investidores analisam a compra das ações destas empresas menos pelo seu
potencial de valorização e mais pela renda gerada. Exatamente por isto, o
investimento é comparável em risco e retorno com aplicações em renda fixa. Neste
grupo estão os bancos, por exemplo, que pagam dividendos inúmeras vezes ao ano.
Perfil da empresa deve ser analisado
Assim, a decisão final vai depender não somente da rentabilidade da empresa,
porém também de sua estratégia para o seu chamado free capital. Afinal,
se o setor em que atua não possui muitas oportunidades de crescimento, seja via
aquisição ou não, vale mais a pena distribuir o excedente do lucro através da
distribuição de dividendos adicionais do que incorporá-lo à reserva.
Por sua vez, se existem inúmeras oportunidades de crescimento, o retorno final
para o acionista pode ser maior se a empresa usar o excesso que poderia pagar em
dividendos adicionais na compra de outro negócio. Neste caso, o investidor
estaria trocando o retorno através de investimento pelo de apreciação no valor
da ação.
Periodicidade varia bastante
Além dos valores distribuídos, também a periodicidade na qual são distribuídos
os proventos variam bastante entre as empresas. No caso brasileiro, a maioria
das empresas anuncia proventos uma ou duas vezes ao ano, considerando os
resultados obtidos no ano ou no semestre.
No entanto, existem também empresas que adotam uma política de distribuição
trimestral, como a Gerdau, por exemplo, ou mesmo mensal, como é o caso
principalmente dos bancos, como Bradesco e Itaú.
Para o investidor, um dos pontos mais importantes, além do valor, é a
previsibilidade do anúncio e distribuição, o que facilita a análise do
investimento e reduz dúvidas em relação à política adotada pela empresa. Neste
sentido, o mercado tem registrado avanços significativos, com empresa, como Vale
do Rio Doce, Petrobrás, Cemig, e outras, adotando regras bastante claras e
transparentes.
Distribuir altos dividendos atrai
acionistas, mas pode ser prejudicial à empresa
Quando um investidor decide comprar uma ação, ele é
recompensado através de duas formas, pela valorização da ação no tempo e pela
distribuição de proventos em dinheiro, como dividendos e juros sobre capital
próprio (JCP). De fato, cada vez mais o volume de proventos distribuído é
valorizado pelo acionista e considerado um indicativo do grau de compromisso da
empresa com o mercado.
As ações das empresas que possuem uma política de maior distribuição de
dividendos e juros conseguem, em geral, atrair um número maior de investidores.
Por outro lado, existe um elemento desfavorável, já que essas companhias
utilizam uma fatia dos lucros retidos que poderia ser utilizada no financiamento
de novos projetos para pagar os acionistas. Tais projetos poderiam render mais e
inclusive aumentar o valor da companhia e conseqüentemente da ação.
Investidor quer bons dividendos
Entre a promessa de valorização das ações no futuro, com os investimentos em
novos projetos, ou a entrada de caixa periodicamente, via dividendos, o
investidor geralmente tem escolhido este último. Nem sempre o investidor está
disposto a esperar tanto pelo retorno do dinheiro que aplicou. Assim, o volume
de proventos torna-se relevante.
Não apenas o montante, como também a consistência dos pagamentos é importante.
Isso porque não adianta um pagamento expressivo em um ano e nenhum tipo de
remuneração no ano seguinte. O acionista valoriza quando recebe pagamentos com
regularidade e com um volume mínimo garantido.
É preciso investir na empresa
Entretanto, distribuir montantes elevados de dividendos pode ser prejudicial à
empresa. Com raras exceções, as empresas precisam realizar os investimentos
necessários para continuar crescendo no seu negócio principal. Isto é, o
pagamento de dividendos não pode sacrificar a evolução do empreendimento. Vale
lembrar que o lucro retido é uma forma menos onerosa de financiamento da
empresa.
Quando as empresas adotam uma política agressiva de dividendos, cresce o número
de investidores interessados em suas ações, que trazem mais recursos para as
companhias. Além disso, existe uma redução da volatilidade das cotações e
vantagens futuras para a evolução do mercado de capitais brasileiro.
Conhecer a política de dividendos da empresa
A empresa deve tentar otimizar seus gastos com proventos, de modo que possam
atrair acionistas, mas, ao mesmo tempo, que não sacrifiquem os investimentos em
suas operações. Vale lembrar que a companhia não tem total liberdade com relação
ao pagamento de proventos, pois existem normas que visam assegurar um mínimo
para o acionista, como o intervalo máximo entre os pagamentos.
Mesmo com essas normas, é importante conhecer a política de dividendos da
empresa antes de adquirir sua ação. Na grande maioria das vezes essa informação
pode ser obtida no Estatuto Social da empresa, que pode ser consultado através
do próprio site da companhia, na sessão "relações com investidores". Dados como
intervalo de pagamento e volume mínimo distribuído podem estar disponíveis, mas
as perspectivas de crescimento da empresa também interferem na distribuição de
proventos. Se estiver com dúvidas, é importante tentar se informar, para tomar a
decisão de aplicação mais adequada com o seu perfil.
Dividend Yield: conheça
como ganhar mais no mercado de ações
Você sabe o que é o dividend yield? Alguns
investidores entram no mercado de ações esperando obter lucros apenas a partir
da oscilação dos preços das ações, comprando na baixa e vendendo na alta. Mas
existe uma outra forma de obter ganhos através do mercado de ações.
Ao adquirir uma ação, o acionista passa a ter o direito de receber parte dos
lucros da empresa emissora do ativo. Esta parcela do lucro, distribuída
periodicamente conforme decidido pelo Conselho Administrativo da empresa, é
chamada de provento, e é composta pelo pagamento de dividendos ou juros sobre
capital próprio, e a relação entre os proventos pagos em dinheiro por uma
empresa e a cotação das ações desta empresa no mercado de ações é conhecida por
dividend yield.
De maneira simplificada, pode-se dizer que este indicador irá expressar qual foi
o retorno relativo, ou seja, percentual, em dinheiro que o investidor obteve a
partir do pagamento dos proventos.
Calculando o dividend yield
A fórmula para o cálculo do dividend yield é bastante simples. Basta
dividir o valor do provento por ação em um determinado período de tempo pelo
preço da ação e multiplicar por 100. Assim, caso você tenha feito uma compra de
10 ações da empresa A, e no dia do pagamento deste dividendo suas ações estejam
valendo R$ 100, e esta empresa lhe pagou dividendos anuais no valor de R$ 15 por
ação, então o dividend yield da empresa A será de 15%.
Assim, podemos dizer que para cada ação que você adquiriu da empresa A, você
obteve um retorno de 15% caso tenha ficado com o papel até o pagamento do
provento. Entretanto, caso o investidor tenha realizado diversas compras do
mesmo ativo em períodos diferentes, uma maneira de adequar as oscilações do
preço da ação para o cálculo é fazer uma média ponderada dos preços pela
quantidade para obter o preço médio da ação.
O mercado e o dividend yield
Um ponto interessante do yield é que ele funciona como um balizador para
a queda de preço das ações. Note que se uma empresa tiver perspectivas de pagar
dividendos de R$ 10 por ação, esta ação provavelmente não irá custar R$ 15 ou R$
20, pois o seu retorno seria muito alto e conseqüentemente a demanda por ela
aumentaria, aumentando também seu preço.
Entretanto, vale lembrar que como o dividend yield é uma medida de
relação direta com o preço da ação, yields muito elevados podem ser
reflexo de cotações muito baixas, o que pode evidenciar um mercado financeiro
fraco.
Estudos mostram que a relação entre dividendo e preço no Brasil em 1998 era de
7,8%, enquanto que nos EUA era de 1,3% Atualmente, essa relação se mantém
estável nos Estados Unidos, mas caiu para 4,3% no Brasil, embora algumas fontes
citem 5% para as empresas brasileiras nos últimos anos.
Reinvestindo os proventos
Vejamos agora um exemplo de como obter ainda mais lucro com os proventos pagos
pelas empresas. Uma maneira de ampliar ainda mais seu capital é através do
re-investimento dos proventos recebidos, por exemplo, adquirir mais ações da
empresa que lhe pagou o provento.
Suponha que você tenha adquirido 100 ações da empresa A por R$ 20 cada uma, seu
investimento inicial portanto foi de R$ 2.000, suponha também que esta empresa
paga em média, 5% de dividendo ao ano, como é o caso de alguns bancos. Além
disso, devemos considerar também a valorização que as ações têm no ano, vamos
supor 10% ao ano, embora o Ibovespa, nos últimos 5 anos, tenha se valorizado, em
média, 8% ao ano.
Pois bem, ao final do primeiro ano você não recebeu proventos, mas já no segundo
ano, além de obter o ganho com a valorização do papel, que subiu 10%, e passou a
ser cotado a R$ 22, você acumulou lucro de R$ 110 somente com o pagamento de
proventos, o que lhe permitiu adquirir mais 5 ações. Portanto lembre que agora
você possui 105 ações da empresa A .
Assim, no terceiro ano, com mais 10% de valorização das ações, e com proventos
de 5% você recebeu R$ 127,05 e comprou mais 5,3 ações, de forma que ao final de
5 anos adotando esta estratégia você terá conseguido 121,6 ações que estarão
valendo R$ 29,28, o que lhe dará um montante de R$ 3.559. Ou seja, seu
investimento inicial de R$ 2.000 cresceu cerca de 15,6% ao ano, apenas com o
re-investimento dos proventos e da valorização das ações.
Telesp fixa tem o maior dividend yield do mercado
Assim, para carteiras de longo prazo, é interessante adquirir ações que, além de
apresentarem bons fundamentos e liquidez, também proporcionem um dividend
yield atrativo. Caso as ações não se valorizem muito, você poderá comprar
mais ações com o pagamento de proventos, mas se elas se valorizarem, embora você
compre menos ações, você tem a vantagem de ter papéis mais caros, de forma que
um ponto compensa o outro.
Fundos de dividendos: boa
alternativa para começar no mercado de ações
A compra direta de ações não é única alternativa para o
investidor que quer aplicar nas ações de empresas com bom histórico no pagamento
de proventos, como dividendos ou juros sobre o capital próprio. Estão se
tornando cada vez mais comuns os fundos de dividendos, o que representa uma
alternativa interessante para quem quer explorar este segmento.
Os fundos de dividendos centralizam boa parte da composição de suas carteiras em
ações de empresas com boas perspectivas de pagamentos de proventos. As ações
geralmente são escolhidas por seu histórico recente e/ou pela expectativa de
distribuição mais agressiva de benefícios aos seus acionistas.
Diversificação de carteira
Assim como a grande maioria dos fundos de investimento em ações, os fundos de
dividendos permitem que o investidor obtenha um bom perfil de diversificação sem
ter que aplicar uma grande quantidade de dinheiro. De fato, não é difícil
identificar quais são as ações que pagam mais dividendos, mas o ideal é sempre
montar uma carteira diversificada.
Assim, ao invés de concentrar os recursos em um ou dois papéis de empresas com
boas perspectivas de dividendos, o investidor pode simultaneamente aplicar em
diversas ações e se beneficiar do fato de que seu dinheiro está sendo
administrado por um profissional do mercado, que é especializado no assunto e
acompanha de perto o sobe e desce das bolsas!
Vale sempre lembrar que a diversificação é importante, porque uma carteira
composta por diversas ações acaba reduzindo os riscos do investimento em ações,
sem que isso tenha um impacto negativo sobre a rentabilidade. Afinal de contas,
o velho ditado já dizia: "nunca ponha todos os seus ovos em uma cesta só".
Aplicação a partir de R$ 1.000
A popularização dos fundos de dividendos é evidenciada pelo fato de que grande
parte dos maiores gestores de recursos já oferece esta alternativa de
investimento a seus clientes. O maior fundo do segmento, considerando o
patrimônio líquido investido, é o Itaú Ace Dividendos, com destaque também para
o Safra Multi Dividendos e o BB Top Ações Dividendos.
Estes fundos variam bastante no que diz respeito às taxas de administração e
volume mínimo de investimento, com opções para todos os gostos e bolsos, desde
R$ 1.000 até R$ 50.000. Neste sentido, vale a pena consultar as diversas opções
disponíveis e escolher a melhor combinação entre taxa e montante mínimo que se
encaixa com o seu perfil.
Ao analisar a melhor alternativa, vale sempre a pena estudar com atenção a
composição das carteiras, já que é ela que irá determinar tanto a rentabilidade
como o risco que você corre quando investe neste tipo de investimento. Neste
sentido, busque sempre investir através de gestores que prezem a transparência
das informações, evitando "surpresas" desagradáveis.
Saiba como montar sua carteira
baseada no reinvestimento de dividendos
No último dia 23 de setembro, a Vale do Rio Doce anunciou o
início do seu programa de re-investimentos em ações, visando elevar a formação
de poupança, se juntando a companhias como os bancos Itaú e Bradesco neste que é
um programa relativamente novo no país. Mas você sabe como montar uma carteira
de investimentos baseado no critério de re-investimento de proventos?
O investimento através dos Planos de Reinvestimento dos Dividendos (PRD)
consiste em reinvestir todos os lucros e dividendos recebidos em sua própria
carteira. Embora essa prática não seja amplamente utilizada pelos investidores
brasileiros, nos EUA ela já é bastante disseminada e recomendada por analistas.
Considerado uma sólida estratégia de investimento, tanto para investidores mais
experientes quanto para investidores iniciantes, os PRDs também representam um
bom modo de poupar dinheiro, já que crescem constantemente com um mínimo de
necessidade de intervenção.
Como começar?
Para montar seu portfólio baseado em PRDs, primeiro é preciso identificar as
companhias que permitem o investimento direto em ações através de dividendos, no
caso brasileiro podemos citar as empresas já mencionadas anteriormente. Em
seguida, é preciso saber quais as regras que as empresas estipulam para se
participar do PRD, ou seja, se cobram taxas ou comissões. Estas taxas podem ser
iniciais, adicionais ou mesmo a taxa para re-investimento automático de ações.
Outro ponto importante é que o investidor que estiver considerando adotar esta
estratégia deve contatar a empresa escolhida para conhecer os detalhes do seu
plano de PRD, já que estes planos podem variar de empresa para empresa. Além da
estrutura de taxas, o investidor também deve saber sobre o investimento mínimo e
máximo e a programação dos pagamentos de dividendos.
Atenção ao PRD escolhido
Apesar dos PRDs serem considerados como uma sólida estratégia de investimentos
por peritos da área, um determinado PRD pode não ser o ideal para seus
objetivos. Por isso, recomenda-se que o investidor pesquise a empresa para ter
certeza de que o perfil da mesma é adequado ao perfil do seu portfólio.
Além disso, é muito importante certificar-se de que o PRD escolhido não é muito
arriscado para seu perfil. Desta forma, procure saber se ele vem crescendo ao
longo do tempo. Por isso, procure administrar os risco de seu portfólio,
lembrando que a diversificação, principalmente entre setores, é fundamental para
a redução do risco inerente ao mercado acionário.
Desmontando a carteira
Além de saber definir sua carteira baseada nos PRDs, é preciso saber também o
momento propício para se desfazer dela. Por isso, analistas afirmam que é muito
importante manter registros dos seus PRDs,.
Esta é uma maneira de saber qual a sua base de custo e qual o desempenho do seu
PRD ao longo do tempo. Outro ponto relevante a ser considerado no momento de se
desfazer da carteira são os impostos. Por representarem um ônus significativo
sobre o rendimento da carteira, o volume de impostos deverá ser devidamente
calculado.