Pequenos cuidados na hora das compras com cartão de crédito e
na própria relação com as operadoras dos cartões podem melhorar os custos do uso
do chamado dinheiro de plástico. Confira a seguir as dicas de Reinaldo Domingos,
diretor da consultoria Financeiro24horas:
Anuidade - A maioria dos usuários de cartões paga as
anuidades sem questionar valores. Perdem, assim, uma boa oportunidade de reduzir
os custos pelo uso do dinheiro de plástico. O choro por descontos normalmente é
bem sucedido.Às vezes, chega-se à isenção total, mas a média da concessão é de
dois terços do valor. O usuário deve procurar a operadora e argumentar que
considera as taxas abusivas. No caso daqueles que parcelaram seus débitos ou
conseguem pagar apenas a parcela mínima há um argumento maior: os altos custos
dos juros aplicados sobre o financiamento do débito. Em tempos de inadimplência
alta, quem paga as parcelas em dia tem também um bom respaldo para negociar o
fim da anuidade.
Parcela mínima e juros - Não é à toa que a
possibilidade de se pagar apenas a parcela mínima vem com um certo destaque nas
faturas dos cartões. É bom para as operadoras que o cliente prorrogue parte do
pagamento. Elas passam a ter ganhos com os juros aplicados sobre o saldo
restante, entre 10% e 14,5%. A primeira dica é evitar entrar na roda da parcela
mínima, exatamente para fugir dos juros que podem dobrar o débito original em
poucos meses. Para quem já fez essa opção, uma saída é negociar os juros. Nesse
caso, o usuário terá que encerrar o limite de crédito e pedir desconto sobre as
taxas para parcelar o débito. O argumento são os próprios juros já pagos pelas
parcelas anteriores do financiamento.
Compras parceladas - Pequenas parcelas em 10, 12 vezes
são sedutoras aos olhos, mas podem virar armadilha para o bolso. Antes de
embarcar nas compras parceladas, o ideal é pesquisar o preço do produto em
outros locais e com outras condições de pagamento. Os juros aplicados sobre as
parcelas longas podem até triplicar o preço do produto. Além da pesquisa, é
recomendável fazer um planejamento de gastos anuais, um orçamento que
identifique possibilidade de compras para se ter controle financeiro dos gastos.
Controle - As faturas detalham as compras, identifica
os locais, além dos valores individuais, mas não é exagero fazer um controle
próprio. Por isso, os usuários devem ter seu bloquinho de anotação com todos os
gastos e depois conferir com a fatura. É raro, mas pode acontecer duplicidade de
débito, por exemplo.
Saques - Os cartões oferecem, mas o usuário deve
evitar recorrer a eles para fazer saques em dinheiro. Se a pessoa estiver sem
dinheiro e precisar se capitalizar, a melhor saída é procurar um banco, não usar
esse serviço do cartão. Num banco ele vai pagar em torno de 2,5% ao mês de
juros. A taxa do cartão é de cerca de 6% ao mês.
Seguros- Quando perde o cartão ou é roubado, o usuário
normalmente faz boletim de ocorrência e procura imediatamente a operadora para
fazer o cancelamento. Isso dispensa o pagamento de seguros que protegem os dois
casos, em torno de 3 reais atualmente. O custo com esse seguro, portanto, não
deve ser aceito. Com o respaldo do B.O, dificilmente o usuário terá problemas,
caso seu cartão seja usado por terceiros. O importante é que se tenha uma
relação com telefones da operadora e o número do cartão para facilitar o
cancelamento imediato.
Comprar seguro de vida das operadoras de cartão de crédito
também não é recomendável pelo fato de essa não ser a atividade fim delas. Há
casos de contratos com cláusulas restritivas que dificultam o resgate.
Vencimento das faturas - Para quem usa o cartão de
crédito freqüentemente, e tem gastos altos, o ideal é ter pelo menos três
cartões com datas de vencimento diferente e distantes, como o dia 10, 20 e 30.
Isso permite que, em todas as compras, o cliente se beneficie de prazo de cerca
de 35 dias entre a compra e o pagamento