Muitas pessoas, na hora de realizar o planejamento financeiro de cada mês,
passam horas listando quanto dinheiro vai entrar, quanto vai sair, quais são as
despesas correntes, quanto vai ser investido, quais dívidas serão pagas e se
esquecem de colocar na lista algo que pode se tornar um grande vilão do
orçamento: o gasto extraordinário.
Com a desculpa de que é difícil prever quando acontecerá uma situação adversa, e
quanto será preciso gastar para resolvê-la, as pessoas acabam não destinando
valor algum para esta finalidade, o que é um grande erro, já que quando
acontecem, "pegam o cidadão de calças curtas", como diria o velho ditado.
Imprevistos bastante previsíveis
Por mais difícil que seja prever, quase todos os meses acontece algo que não
era esperado - uma batida de carro, uma máquina de lavar roupas que quebra, um
óculos para o filho mais velho e até mesmo a gripe do filho mais novo, que faz a
conta da farmácia subir bastante.
Para essas situações é necessário ter uma reserva de caixa, que ajuda a evitar
que você fique no vermelho - caso já tenha destinado toda sua renda mensal para
outras coisas - ou que você tenha que resgatar parte dos seus investimentos, o
que pode prejudicar o rendimento da aplicação.
Para a diretora-presidente da Gradual Corretora, Fernanda de Lima, apesar de não
sabermos o que vai acontecer, sempre sabemos que algo vai acontecer. "Por isso é
importante ter uma reserva para essas situações, que fazem parte da vida. Se
você não fizer uma reserva, pode ver seu orçamento mensal arruinado quando algo
acontecer. Agora, se você guardar dinheiro e nada acontecer, melhor ainda, vá
poupando para não ser pego desprevenido".
Situações extraordinárias
Fernanda explica que muita gente são se preocupa com os gastos
extraordinários e acaba comprometendo sua economia com eles.
"É comum a pessoa investir tudo o que sobra, e quando acontece qualquer coisa
que não estava planejada, tirar o dinheiro de suas aplicações. Isso prejudica os
rendimentos, e os esforços para obter lucros acabam não dando resultado. É
preferível que a pessoa invista menos e faça uma reserva para gastos
extraordinários, para não precisar mexer no que está investido e não comprometer
os rendimentos".
A diretora alerta ainda que, às vezes, acontecem situações mais complicadas,
como a perda do emprego. "Por isso, ter uma reserva de emergência é muito
importante, pois ela ajuda a garantir estabilidade até que se arranje outro
emprego. O ideal é ter guardado seis vezes o valor de suas despesas correntes,
ou seja, se você gasta R$ 3 mil por mês, tente manter R$ 18 mil guardado. Seis
meses é o tempo médio que um executivo demora para encontrar outro emprego",
explica Fernanda.