Ações / Bolsa de Valores - Análise fundamentalista: identificar ações baratas exige dinheiro e estudo
Descobrir tesouros escondidos na bolsa. Talvez seja este o grande desejo dos
participantes do mercado, ávidos por retornos elevados e rápidos. Identificar
ações baratas, com bom potencial de valorização e sem um risco exagerado é o
maior dos anseios do investidor.
A forma de percorrer este processo, no entanto, passa pelo perfil individual de
cada um, contando, basicamente, com duas formas de abordagem. De um lado, a
análise técnica recomenda avaliar a performance passada dos preços dos ativos e
combiná-la com o maior número de indicadores possível para, então, tentar
predizer o comportamento futuro das cotações. Assim, as oportunidades de compra
ou venda seriam descobertas, levando à escolha da pepita de ouro.
Em contrapartida, a síntese fundamentalista descarta a possibilidade de prever o
desempenho futuro apoiando-se na evolução passada dos preços. Desta forma, a
descoberta de tesouros exige necessariamente avaliações profundas acerca dos
fundamentos operacionais das empresas e seus respectivos setores, de arcabouços
institucionais e políticos.
A popularidade dos gráficos
Não por acaso, a primeira escola goza de maior difusão entre os
investidores, sobretudo os individuais. Isso porque a maior complexidade da
linha fundamentalista acaba restringindo sua utilização.
E são vários os motivos para tanto. Primeiro, é bastante caro desenvolver uma
análise fundamentalista bem embasada. O bom analista, em si, já se trata de
mão-de-obra qualificada e, portanto, cara! Avaliar com precisão os fundamentos
da empresa implica visitá-la e, então, mais custos!
Soma-se a isso a necessidade de obtenção da informação de qualidade, o que, por
sua vez, exige infra-estrutura adequada e, de novo, dispendiosa. Para ampliar o
entrave, o universo de cobertura neste espectro é muito mais restrito, dada a
impossibilidade de um único analista acompanhar várias companhias.
Garimpo
Portanto, garimpar ações dentro da análise fundamentalista é um processo
inscrito a muito estudo, pesquisa e até mesmo paciência. Somente através destes
elementos seria possível a identificação de grandes oportunidades na bolsa.
Só assim retornos acima da média poderiam ser obtidos. E nem se tratariam de
retornos encarados como anormais pela teoria econômica tradicional.
Seria, sim, um rendimento superior à média, mas ainda "normal", pois, se
ajustado pelos custos de se obter as informações necessárias - somam-se aqui
todos os dispêndios com pesquisa, esforço intelectual, entre outros -, este
ganho acabaria igualando-se ao dos demais participantes do mercado.
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