Todos os pais compartilham um objetivo comum: que seus filhos sejam felizes e
bem sucedidos. Porém, contrariando o senso comum, nem sempre dinheiro e
felicidade andam de mãos dadas. O mais importante, na verdade, não é o tamanho
do patrimônio dos pais, mas as suas atitudes com relação ao dinheiro.
O tema foi alvo de discussão no bestseller "Freakonomics", escrito pelo
economista norte-americano Steven Levitt em conjunto com o jornalista do New
York Times, Stephen Dubnner. No livro, os autores definem que as crianças são
influenciadas pelo que os pais são, ou seja, pelas atitudes que desenvolveram ao
longo de uma vida, e não por aquilo que possuem.
Patrimônio não garante inteligência financeira
Levitt conclui, por exemplo, que o hábito de leitura de uma criança não é
resultado do número de livros que uma família possui em casa, mas do constante
estímulo que os pais, que também lêem e apreciam a educação, dão aos seus
filhos. Assim, uma pessoa rica pode ter muitos livros em casa, mas é o hábito de
ler que irá estimular o seu filho a gostar de ler.
O mesmo pode se dizer dos hábitos financeiros. Aqui, é importante notar que ser
financeiramente inteligente não é sinônimo de riqueza e afluência. Muitas
pessoas ganham muito dinheiro, através de herança, prêmios, ou por simplesmente
serem muito bons no que fazem. Mas, se não aprenderem a se relacionar com esse
dinheiro, é possível que venham a perdê-lo.
Pais financeiramente inteligentes vão além do patrimônio que a pessoa possui, já
que possuem hábitos saudáveis com relação ao dinheiro e que são passados aos
seus filhos. Falar com seus filhos sobre dinheiro de forma construtiva,
ilustrando com exemplos os valores que querem passar, certamente é o caminho
mais seguro para se criar filhos financeiramente inteligentes.
Traduzindo conhecimento em ações
Em contrapartida, passar esses valores quando não se possui hábitos financeiros
saudáveis é uma tarefa quase impossível. Não só porque as crianças tendem a
absorver melhor os conceitos que vêem serem praticados, mas também porque os
pais têm maior dificuldade de comunicar aquilo que não dominam.
Uma criança que vê os pais discutirem sobre dinheiro, não aprende a dar valor ao
planejamento. Ao contrário, ela associa dinheiro com tristeza, o que passa a
imagem para a criança de que o dinheiro é causa de tensão e hostilidade. Por
outro lado, pais que trabalham demais, e não têm tempo para os filhos, podem
passar, ainda que não seja essa a intenção, a mensagem de que é mais importante
investir em um estilo de vida do que na família.
Pais financeiramente inteligentes sabem que o dinheiro em si mesmo não é bom nem
ruim, mas o que fazemos com ele é que pode sim, ser um bom exemplo, ou não, para
os nossos filhos. Transformar-se em um pai financeiramente inteligente exige
mais do que conhecimento sobre planejamento financeiro. Você precisa aprender a
tomar decisões inteligentes sobre o seu dinheiro, traduzindo conhecimento para
ações, que sirvam de exemplo aos seus filhos.