Finanças pessoais - No casamento, o mais difícil é controlar o orçamento
Se casamento já é um tema complicado, imagine quando o assunto é compartilhar
o orçamento. Por causa de dinheiro, muitos casais já colocaram fim a
relacionamentos que duravam décadas. Se você pretende se casar, ou já é casado e
tem problemas na administração do orçamento familiar, é preciso aprender a
planejar melhor seu orçamento de forma a evitar brigas desnecessárias.
A grande causa de todos os problemas é quando um dos parceiros ganha mais do que
o outro. Muitas pessoas não conseguem fazer a transição do individual para o
familiar, e acabam esquecendo de que o planejamento conjunto é necessário.
Aprendendo a dividir
Apesar de ser importante manter a independência financeira das partes, com o
casamento é preciso pensar se seus gastos não vão afetar o orçamento familiar.
Afinal, você não está mais sozinho(a) e precisa pensar na família antes de
assinar um cheque. Para muitos o processo mais difícil é exatamente este, o de
aprender a dividir.
Para muita gente, hoje em dia, o casamento é acima de tudo uma forma de dividir
despesas e compromissos. É mais barato morar a dois do que sozinho: um aluguel,
um condomínio, uma conta de luz, uma assinatura de TV a cabo etc. Por outro
lado, é provável que você precise de um apartamento maior, tenha que comprar
móveis novos, afinal a sua cama de solteiro não será de grande utilidade, o que
pode momentaneamente aumentar os gastos.
Planejamento a dois
A primeira providência a ser tomada é estabelecer detalhadamente qual o nível de
receita do casal, nível de gastos individuais (pré-casamento) e gastos
adicionais devido ao casamento. Feito isso, é possível estabelecer o quanto do
salário de cada um será absorvido para arcar com despesas mensais do casal. Este
percentual pode e deve variar de acordo com o salário de cada um, afinal é
importante que ambos possam reservar parte do seu orçamento para gastos pessoais
sem ter que se preocupar com o orçamento familiar.
Também é importante estabelecer responsabilidades. Qual dos dois vai se
responsabilizar pelo pagamento das contas, quem é que vai acompanhar o saldo da
conta conjunta. A melhor alternativa certamente é manter as contas individuais e
abrir uma conta conjunta. É na conta conjunta que devem cair todos os gastos do
casal, e para ela que vocês devem transferir parte do salário que será usada no
pagamento de contas do mês. Mas é preciso cuidado com as transferências, afinal
você não quer ficar pagando CPMF sobre transferências de última hora. É ai que
fica clara a importância do planejamento, deixe sempre uma folga na conta para
gastos extras, mas evite deixar dinheiro demais parado na conta.
Cuidados com a conta conjunta
A conta conjunta surgiu para facilitar a vida dos casados, especialmente para
aqueles que ganham mais, ou menos, que o parceiro. No entanto, a facilidade
dessa conta pode se transformar num perigo quando não há um controle financeiro
rígido entre os dois. É preciso estabelecer até quanto cada um pode gastar para
não correr o risco de não ter fundos para cobrir as despesas e entrar no cheque
especial.
Lembre-se que é o titular da conta é quem responde contratualmente pelos cheques
sem fundo, podendo acabar tendo que responder por dívidas contraídas pelo outro
correntista. Por isso, o planejamento financeiro é tão importante, afinal o
titular corre o risco de acabar tendo seu nome incluído na lista de maus
pagadores do Serasa. Isso sem falar nos juros do cheque especial, que não são
nada baixos. Lembre-se: a origem de muitos endividados está no cheque especial,
cuja dívida vai aumentando a ponto de ficar impagável.
E quando sobra dinheiro? Como investir a dois?
Mas se controlar os gastos já é difícil, é ainda mais complicado estabelecer uma
estratégia de investimento. Se você reparar que no final do mês está sempre
sobrando um excedente de caixa, seja na conta conjunta, ou na conta individual,
está na hora de pensar em investir. Afinal logo virão os filhos e é preciso se
planejar para isso. Nestas horas existem duas opções. Uma seria direcionar todo
excedente de caixa das contas individuais para uma conta de investimento
conjunta, de forma a aplicar o dinheiro do casal.
Em muitos casos isto é ainda mais difícil, pois o perfil de investimento das
partes é muito distinto. Uma sugestão pode ser investir parte do excesso de
caixa do casal em aplicações mais conservadoras com o objetivo de manter o
patrimônio da família. Enquanto o restante pode ser direcionado para aplicações
individuais, onde cada um aplica da forma que achar melhor. De qualquer maneira
a regra de direcionar a maior parte das economias para aplicações que visem à
manutenção do patrimônio da família ainda vale. Contudo este percentual pode
variar entre 60-90% dependendo do patrimônio acumulado e perfil de investimento
do casal.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Equipe Infomoney
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