Mirian Zacareli afirma que os momentos de convivência em casa
devem ter mais qualidade do que quantidade
Boa parte das mulheres sempre se questiona sobre qual o
melhor momento para ser mãe, uma vez que, de algumas décadas para cá, a meta
dessas guerreiras femininas está cada vez mais voltada ao sucesso profissional e
financeiro. Entretanto, há aquelas que, com amor e muita dose de carinho,
paciência e compreensão, conseguem alinhar todos os segmentos da vida.
"O fato da mulher ir para o mercado de trabalho pode passar a
ilusão de que a educação dos filhos possa ficar em segundo plano, ou que a
dedicação ao marido não seria diferente se ela estivesse mais presente, o que na
verdade não passa de um grande paradigma imposto pelas nossas avós e mães",
afirma a executiva Mirian Zacareli, mãe de Christhiano, de 30 anos.
Mirian confessa que nem sempre é fácil conciliar várias
atividades ao mesmo tempo. Por isso, organização é fundamental. "Disponibilidade
de tempo é exigência dos altos cargos de chefia e isso é um aspecto que marca as
gerentes, pela exigência no cumprimento de metas, na constante atualização,
restando, daí, poucas horas para dedicação ao estudo e à família".
Por essa razão, muitas profissionais sentem-se divididas
entre seus papéis de mãe e de profissional e se culpam por acharem que houve
perda na participação familiar. Daí estarem, agora, à procura do equilíbrio
neste setor de suas vidas. Essa, porém, não é a realidade de Mirian. "Encaro
essa questão com mais naturalidade. Dedico os meus momentos de folga à família,
proporcionando maiores possibilidades educacionais e melhoria no entretenimento,
fazendo com que a nossa interação seja mais proveitosa. O que adianta ficar o
dia todo ao lado do filho se em muitos casos a criança fica de um lado da casa e
a mãe de outro?", ou às vezes ficam próximos mas sem uma conversa de verdade,
uma troca de experiência, ou sem contar uma historinha infantil, dessas que a
gente nunca esquece quando é contada pela mãe? questiona a executiva.
É notável a presença feminina em treinamentos oferecidos
pelas empresas, em especial os de chefia. Essa iniciativa em capacitar-se
deve-se ao fato de que a ascensão profissional, no universo estudado, efetiva-se
por meio de concursos internos, o que gera uma preocupação constante das mesmas
em participar permanentemente de processos de reciclagem, como forma de
atualizar seus conhecimentos.
Estudiosos dizem que as mães viajam menos a negócios que os
pais. Mas um relatório da Travel Industry Association, em Washington, revelou
que as mulheres totalizaram 43% dos passageiros em viagens de negócios em 2004.
Em 2000, a proporção equivalia a 39%. "As viagens de negócios nunca devem ser
encaradas como pequenas férias ou diversão, como pensam os que estão de fora dos
negócios, mas requerem muito mais foco e planejamento das atividades e
obrigações do trabalho e da casa , para assegurar um bom aproveitamento do tempo
e gerenciamento dos investimentos para superar as expectativas de resultados ",
afirma Mirian.
Mirian defende que as mulheres não querem só trabalho, mas
também apoio e cumplicidade dos seus companheiros, para que possam conciliar
todas as atividades. "A americana Betty Friedman, ícone do feminismo nos anos 60
e 70, pregava que a mulher não podia ser definida só por suas funções
biológicas, mas insistia que os homens deveriam ser aceitos como aliados, e a
família não devia ser rejeitada. A mulher deve ser capaz de perguntar, sem
sentir-se culpada, ?quem eu sou e o que eu quero da vida??. Ela não deve se
sentir egoísta ou neurótica por ter objetivos próprios além do marido e dos
filhos. Como não há certo ou errado, nosso grande momento é escolher, sem culpa,
o melhor caminho a seguir, ou até todos os caminhos ao mesmo tempo. Isso vale
também para os homens, nossos parceiros na jornada em que ambos são aprendizes",
defende.
A executiva é contra a postura de algumas mulheres que
recusam ofertas ou postos de comandos com a desculpa de que precisam dedicar
mais tempo à família. "Essa conquista tão importante não deve ser desprezada de
forma alguma. Não concordo com essa afirmação. É preciso mudar a mentalidade
dessas mulheres que ainda pensam e se comportam dessa forma. No futuro, quando o
filho já estiver encaminhado profissionalmente e o marido, ou companheiro,
estiver imerso em seus compromissos profissionais, com certeza ela vai se cobrar
quanto à sua situação e ai, em boa parte dos casos, pode ser tarde. Não se
desiste do que não se conhece. Esse direito não pode e não deve ser
desprezado".
Entretanto, se a pressão for muita e a mãe quiser propor para
a empresa em que trabalha um horário mais flexível para ficar mais próxima dos
filhos, o cuidado com a organização e o tempo deve ser redobrado_. "Devido a
tantas obrigações do dia-a-dia, a mulher desenvolveu habilidades, competências e
qualificações que a tornaram apta para contemplar várias atividades ao mesmo
tempo. As competências da vida doméstica são facilmente transferidas para as
novas situações de trabalho."
História do Dia da Mães
As mais antigas celebrações do Dia da Mãe remontam às
comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e
mãe dos deuses. Em Roma, as festas comemorativas deste dia eram dedicadas a
Cybele, a mãe dos deuses romanos, e as cerimônias em sua homenagem começaram por
volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.
Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava, no 4º Domingo
de Quaresma (40 dias antes da Páscoa), um dia chamado "Domingo da Mãe" que
pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da
classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo
da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar à casa e
passar esse dia com a sua mãe.
À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa,
passou-se a homenagear a "Igreja Mãe" - a força espiritual que lhe dava vida e o
protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a
celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas
mães, como a Igreja.
Nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães
foi sugerida, pela primeira vez, em 1872, por Julia Ward .
A maioria das fontes é unânime sobre a idéia da criação de um
Dia das Mães. E esta partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe
morreu, chamou a atenção na igreja de Grafton para um dia especialmente dedicado
a todas as mães. Três anos depois, a 10 de Maio de 1907, foi celebrado o
primeiro Dia das Mães, na igreja de Grafton, reunindo praticamente família e
amigos. Nessa ocasião, a sra. Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos,
que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade.
Ao longo dos anos, enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton -
encarnados, para as mães ainda vivas, e brancos, para as já desaparecidas - e
que são hoje considerados, mundialmente, símbolos de pureza, força e resistência
das mães.
Em Portugal, até há alguns anos, o Dia das Mães era
comemorado em 8 de dezembro, mas atualmente é no 1º Domingo de Maio, em
homenagem a Maria, Mãe de Cristo.
No Brasil, a introdução desta data se deu no Rio Grande do
Sul, em 12 de maio de 1918, por iniciativa de Eula K. Long. Em São Paulo, a
primeira comemoração ocorreu em 1921. A oficialização se deu por decreto no
Governo Provisório de Getúlio Vargas, que em 5 de maio de 1932, assinou o
decreto nº 21.366. Em 1947, a data foi incluída no calendário oficial da Igreja
Católica, por determinação do Cardeal-Arcebispo do Rio, Dom Jaime de Barros
Câmara.