Apesar do termo “Gerenciamento de Projetos” ter se tornado mais comum na
última década (especialmente nos últimos anos, como vemos pelo enorme número de
cursos de projetos disponíveis no mercado), a maior parte das empresas sempre
realizou projetos.
Um projeto é um conjunto de atividades temporárias que levam à criação de um
produto ou serviço único. Em outras palavras, todo projeto deve ter um começo e
fim claros e deve ter como resultado algo bem definido. É importante não
confundir os projetos com atividades do dia-a-dia das organizações.
Algumas empresas vivem de projetos. Um bom exemplo são as consultorias, que são
contratadas por tempo determinado para produzir um resultado específico.
No entanto, se você trabalha em uma empresa de manufatura, por exemplo,
poderia dizer que as atividades da empresa são contínuas, e, portanto não são
projetos. Realmente, as atividades de manufatura de produtos já implementados
não são projetos. Da mesma forma, as operações de logística, atividades de
contabilidade e recursos humanos não são projetos. Mas e a implementação de
novos produtos? As ampliações de capacidade? A adoção de novos sistemas e
tecnologias? Todos estes casos são projetos, mesmo que a organização não o veja
desta forma.
Ao que quero chegar é que muitas empresas fazem projetos, seja como seu
negócio principal ou como um meio de obter mudanças positivas, mas não percebem
que estes eventos devem ser tratados de uma forma diferente das operações do
dia-a-dia. Quando não há esta percepção, são cometidos erros que os
profissionais mais experientes em gerenciamento de projetos conhecem bem:
- Colocar alguém forte na parte técnica para executar projetos, quando as
habilidades necessárias para o gerenciamento de projetos são muito
diferentes.
- Não se cria o ambiente necessário para que o projeto receba os recursos
necessários para seu sucesso.
- Os objetivos e entregáveis não são definidos claramente, e não há um
apoio da liderança da organização para o projeto.
O fato é que as organizações muitas vezes não entendem as causas do fracasso
dos projetos, e costumam culpar pessoas específicas ou fatores externos, quando
a causa real pode ser a falta de uma cultura de projetos na empresa.
A realização de projetos de forma estruturada e eficiente permite às
organizações obter o melhor retorno das constantes mudanças que são necessárias
nos mercados altamente competitivos em que vivem.
As organizações que já perceberem isto realizam seus projetos de forma
profissional e sempre alinhados com a estratégia corporativa. Como tanto a
tomada de decisões estratégicas quanto a implementação da estratégia pode ser
encaixadas dentro do molde de gerenciamento de projetos, a disciplina ganha cada
vez mais importância nas empresas modernas.
Uma conseqüência desta situação é que cada vez mais o gerente de projeto deve
ter amplos conhecimentos gerenciais nas diversas áreas de uma organização. Por
exemplo, além de saber se comunicar bem, deve conhecer métodos de gerenciamento
de recursos humanos, ferramentas financeiras e análise de riscos, entre outras
habilidades.
Em resumo, os responsáveis pelas empresas devem ter consciência do
conhecimento e da disciplina que se tornam cada vez mais necessários na
realização de projetos, e avaliar detalhadamente os ganhos que podem ser obtidos
ao mudar sua forma de gerenciá-los.