Boa parte das pessoas não investe porque teme correr riscos.
Mas, a verdade é que não existe maior risco para a sua saúde financeira do que a
inércia. Deixar o tempo passar e ficar esperando o momento correto para começar
a planejar o seu futuro financeiro é o maior risco que você pode correr.
Comece tomando consciência de que não há como evitar, por completo, o risco. Ele
está por aí. Não se esconde apenas no mercado financeiro, mas está à espreita em
todos os momentos da sua vida. Afinal, viver implica em riscos, e nem por isso
você deixa de fazer o que gosta, não é?
Portanto, se você já aprendeu a lidar com esta realidade da vida, como explicar
que não consiga superar o medo de correr riscos ao investir? Não se iluda, até
mesmo os grandes investidores, em algum momento, tomaram decisões erradas, e
perderam dinheiro.
Questão não é eliminar, mas gerenciar
A questão não é evitar por completo que isso aconteça, pois não é possível, mas
aprender a gerenciar os riscos, de forma a minimizá-los.
E, para quem acredita que não está correndo risco ao investir na poupança, vale
a lembrança: no longo prazo é provável que o retorno da poupança não supere a
inflação, ou fique bastante próximo dela. Na prática isso significa que, ao
investir na poupança, você corre o risco de não juntar o suficiente para se
aposentar.
No momento em que você entender que não há risco zero, nem mesmo na poupança,
terá dado o primeiro passo na superação do seu medo de investir. Isso não quer
dizer, em absoluto, que o fato de não poder eliminar o risco significa que você
deve ignorá-lo por completo.
As duas faces do risco
Agora que você se conscientizou da existência do risco, saiba que nem sempre ele
é ruim. Vejamos, por exemplo, o caso de uma pessoa que decide trocar de emprego.
Ninguém nega que esta pessoa corre um risco.
Ao tomar esta decisão a pessoa pode ter experiências positivas, ou negativas. As
positivas de aprender novas coisas, conhecer novas pessoas podem, ou não,
compensar as ruins, a incerteza de um novo emprego.
Daí o porquê, quando se fala de risco, é importante avaliá-lo no contexto das
vantagens e desvantagens que esta decisão pode lhe trazer. Em investimento, é
comum dizer que risco e retorno andam de mãos dadas. Porém, nunca é demais
lembrar que ao correr um risco maior você não tem garantia de que seu retorno
será maior, apenas tem uma probabilidade maior de que isso aconteça.
Informe-se e entenda o risco
Não há nada como a informação e a educação para ajudar a dissipar nossos medos.
Quem já não ouviu falar que a melhor forma de derrotar um inimigo é saber tudo
sobre ele? Pois bem, se o medo de risco é o que impede você de começar a
investir, procure entender a natureza deste risco. Desta forma, conseguirá
estabelecer uma estratégia que minimiza o seu risco, o que certamente lhe trará
maior tranqüilidade.
Voltando ao exemplo da troca de emprego. Avalie qual o risco da sua decisão:
você pode não se adaptar e ser forçado a mudar de emprego novamente, a nova
empresa pode quebrar e aí você fica sem emprego etc. A melhor forma de diminuir
as chances de que isso aconteça (ou seja, reduzir o seu risco) é obter o máximo
de informação possível da nova empresa. O mesmo princípio vale para
investimentos: você precisa entender o risco embutido nas aplicações financeiras
se quiser minimizá-los.
Avalie o seu perfil de risco
Todos nós queremos o maior retorno para o menor risco possível. Mas, a verdade é
que a percepção de risco não é a mesma para todos nós. Cada pessoa tem uma
tolerância distinta, a qual chamamos perfil de investimento.
Além da tolerância ao risco, o perfil de investidor também avalia a sua
capacidade de assumir riscos. Muitas pessoas podem até estar dispostas a isso,
mas a sua situação financeira não permite, pois não têm uma reserva para
emergências. Mas, não se esqueça, com o passar do tempo, é preciso rever sua
estratégia, o que exige uma nova reflexão sobre o risco.
Não é difícil entender que uma pessoa jovem, sem filhos, que está começando a
poupar, pode correr mais risco do que alguém que está a 10 anos de se aposentar
e ainda não quitou o financiamento da casa própria.
Diversificação é melhor opção
Diversificar significa colocar o seu dinheiro em aplicações distintas: ou os
ovos em várias cestas. Mas, existem limites. Diversificar demais para quem tem
pouco dinheiro pode implicar em custos excessivos: lembre-se que as taxas de
administração são maiores nos fundos com aplicação menor. E, para quem tem
muito, pode dificultar a gestão. Voltando às cestas, já imaginou o trabalho de
carregar 10 cestas ao mesmo tempo?
Outro cuidado é o de escolher aplicações que sejam efetivamente distintas.
Aplicar em poupança e fundo DI não é diversificar: o risco a que você se expõe é
o mesmo. Na dúvida procure ajuda especializada.
Por último, não se esqueça: não há como fazer o seu patrimônio crescer de forma
adequada sem correr riscos. E, como o seu futuro financeiro depende cada vez
mais de você, é importante que supere esta barreira. Lembre-se: errar faz parte
do aprendizado