Você tem hoje algum dinheiro em aplicação financeira? Se tem, preste atenção:
a partir do dia 1º de outubro, sexta-feira daqui a duas semanas, seu banco
abrirá para você uma nova conta, a “conta investimento”. Digo-lhe logo de cara
que a notícia é boa, mas é importante que você entenda melhor como funciona esse
novo instrumento e como você pode usá-lo a seu favor. Não se trata de uma nova
modalidade de investimento, mas de um recurso que todos os investidores terão
para não pagar CPMF na troca de aplicações financeiras.
Hoje funciona assim: você deseja aplicar na Caderneta de Poupança a quantia
de $5 mil economizados a duras penas. Para fazer a aplicação na conta da
Caderneta, o dinheiro deverá sair da sua conta corrente e nesse momento levará a
mordida da CPMF de 0,38% ou $19. Daí você ouve um comentarista econômico falando
que um FIF-DI oferece a mesma segurança que a Poupança e no entanto paga bem
mais ( 0,7% X 1% líquidos ao mês). O comentarista até faz uma simulação
financeira muito interessante.
Se você aplicar hoje $5mil na Poupança a juros de 0,67% ao mês, terá $25 mil
daqui a 20 anos. Parece uma “montanha de dinheiro”, certo? Mas se você aplicar
os mesmos $5 mil num FIF-DI que lhe renda 0,96% líquidos ao mês, após o mesmo
período de 20 anos você terá nada menos que o dobro, ou $50 mil. Está
matematicamente comprovado que, apesar de a diferença de rentabilidade no mês
ser pequena, no longo prazo vale muito a pena trocar de aplicação. Você até fica
tentado, mas desanima quando lembra da CPMF.
Acontece que você não pode transferir a grana diretamente da conta de
Poupança para a conta do FIF-DI: primeiro será obrigado a baixar o valor da
Poupança para sua conta corrente, e somente daí aplicar no fundo, levando uma
nova mordida de 0,38% do dinheiro na saída. Para trocar de aplicação, você tem
que pagar este “pedágio”. É ruim, hein? Aí entra em ação a conta investimento:
ao invés de ir para a conta corrente, o dinheiro baixado da Poupança vai para
sua conta investimento e dela para o FIF, sem pagamento de CPMF.
Vai ser bom para quem quiser fazer uma administração mais dinâmica dos seus
investimentos financeiros, tro cando aplicações “fraquinhas” por outras mais
atraentes. Em tempo: na primeira vez que o dinheiro sair da conta corrente para
ser aplicado, continuará pagando CPMF, que aliás seguirá sendo cobrada
normalmente em todas as saídas da sua conta corrente, seja para aplicar ou
gastar. Por isso, investimentos não financeiros, como a compra de um imóvel ou
negócio próprio, ficarão de fora do novo benefício.