Investimentos / Fundos - FIDC: Conheça os principais riscos no hora de aplicar seus recursos em FIDCs
Modalidade de investimento em forte crescimento, os FIDCs (Fundos de
Investimentos em Direitos Creditórios) são instrumentos sofisticados. Suas
estruturas bastante flexíveis, além de resultar em contratos pouco padronizados,
também conferem ao investimento riscos de diversas naturezas.
Apesar de uma combinação muito boa entre risco e retorno, quem considera a
possibilidade de investir nestes fundos precisa ter uma idéia básica de quais
são seus principais tipos de risco. Com base em informações da Andima e da Cetip,
você pode esclarecer dúvidas sobre este produto, que deve seguir ganhando
importância nos próximos anos.
Risco de inadimplência
Um risco a ser enfrentado por quem investe em FIDCs é, naturalmente, relacionado
à possibilidade de inadimplência ou de atrasos no pagamento dos juros ou do
principal por parte dos emissores dos ativos ou dos devedores dos direitos
creditórios.
Quando uma situação como esta se materializa, o fundo pode experimentar uma
redução nos ganhos ou, até mesmo, amargar perdas financeiras que podem chegar
até o valor das operações contratadas e não liquidadas.
Liquidez é questão que merece cuidado
Outro fator que sempre deve ser levado em consideração é a liquidez. No caso dos
FIDCs, o estágio ainda pouco desenvolvido deste mercado no Brasil acaba
configurando mais um fator de risco. Sendo assim, a análise deve recair sobre
dois pontos.
Primeiramente, deve ser analisada a liquidez dos recebíveis, já que a falta de
demanda pelos ativos que compõem a carteira do fundo pode prejudicar o pagamento
de amortização ou resgates aos cotistas, que devem considerar também a
possibilidade de levar a vencimento os recebíveis, no caso de uma eventual
liquidação antecipada do fundo.
Além disso, os fundos fechados encontram na falta de liquidez do mercado
secundário de cotas um problema. Ainda bastante incipiente, isso pode criar
limitações para o investidor que precisa de liquidez antes do prazo de
encerramento do fundo.
Riscos sistemático e não-sistemático
Evidentemente, os FIDCs não estão imunes ao risco de mercado. Os preços dos
ativos financeiros da carteira podem sofrer oscilações em função do quadro
político, econômico, das expectativas dos agentes ou ainda de fatores
relacionados aos emissores, que podem acarretar volatilidade e perdas aos
cotistas do fundo.
Assim como no mercado de ações, na hora de escolher um fundo é ideal levar em
conta a diversificação de sua carteira. Como colocar todos os ovos em uma única
cesta não é o mais indicado, a concentração das aplicações do FIDC em apenas um
ou em poucos sacados é um importante fator de risco.
Adicionalmente, há também o risco de distorção entre os preços do derivativo e
do ativo objeto, que pode elevar a volatilidade do fundo e gerar prejuízos aos
cotistas. Mesmo como uma forma de proteção contra as variações no mercado à
vista, o derivativo pode não se revelar um hedge perfeito.
Problemas operacionais e custos de transação
Problemas operacionais também podem comprometer o fluxo de recursos para o fundo
e, neste quesito, o potencial investidor deve considerar a possibilidade de
falhas de cadastro, cobrança e controles internos se revelarem obstáculos ao bom
desempenho do fundo.
Os custos de cobranças judiciais dos direitos creditórios em função de
inadimplência e o caráter discricionário da decisão das autoridades julgadoras
também estão entre os fatores que podem penalizar os cotistas.
Compromisso da cedente
Um FIDC também pode ter que enfrentar os efeitos de uma falência, fechamentos de
filiais, ou qualquer outro fator capaz de prejudicar os resultados da cedente.
Possivelmente, em uma situação como esta o pagamento dos direitos creditórios
ficaria dificultado, caso seja efetuado na própria cedente.
Por fim, a cedente pode ainda trazer outros problemas caso não cumpra o
compromisso de continuar gerando e cedendo direitos creditórios ao fundo ao
longo de sua existência. Neste caso, o percentual mínimo de aplicações em
direitos creditórios pode ficar comprometido e, conseqüentemente, o período de
duração do fundo diminuído mediante liquidação antecipada.
Riscos reduzidos
Apesar da longa lista de riscos existentes, os FIDCs, em sua grande maioria,
podem ser considerados como uma alternativa de investimento de baixo risco.
Estes fundos devem ter uma classificação de risco por parte de uma agência
classificadora, que deve ser atualizada, no máximo, trimestralmente.
Estes ratings indicam que quase a totalidade dos FIDCs disponíveis
atualmente se encaixa na categoria de grau de investimento em escala nacional,
ou seja, são classificados como alternativas de baixo risco.
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