Consumidor - As 5 perguntas do comprador esperto: QUÉ - PRÊ - MÊ - PÓ - DÊ ?
Um dos principais males financeiros da atualidade,
é sem dúvida a chamada compra por impulso. Não que as suas
decisões de compra tenham que ser totalmente desprovidas do tal do “impulso”.
Comprar não precisa ser um ato 100% racional, totalmente
isento de emoções, pode muito bem ser uma experiência gostosa, por que
não? Agora... o que não pode acontecer, é comprar
exclusivamente pela emoção. O segrego de uma compra prazerosa e responsável,
é mesclar a emoção com a razão na hora de fechar o negócio.
Para ajudá-lo a evitar aquelas compras das
quais você certamente iria se arrepender depois, eu
vou lhe ensinar uma técnica bem simples. Antes de assinar o chequinho, de sacar
o cartão de débito ou de crédito, antes de se dirigir ao balcão do crediário ou
abrir a carteira e tirar de lá algumas notinhas para
cacifar sua compra, você deve se fazer cinco perguntinhas bem simples: Eu
quero? Eu mereço? Eu preciso? Eu posso? Eu devo?
Se você responder “sim” a cada uma dessas perguntas, mande brasa, pode comprar
sem medo de ser feliz. Mas se pintar algum “não”...
Para você não se esquecer de nenhuma dessas perguntas,
desde já vá decorando uma brincadeira que eu bolei para cooperar aí com a sua
memória. Eu peguei a primeira sílaba de cada pergunta, e montei uma nova
palavra, que acompanhada de um bom ponto de interrogação, acabou se
transformando em uma pergunta que vale por cinco:
qué-prê-mê-pó-dê? É, isso aí que você ouviu. Isso é o que você vai se
perguntar antes de cada compra: qué-prê-mê-pó-dê? Ou
seja: quero?,
mereço? preciso?
posso? devo?
Parece brincadeira, mas é assunto sério, e semana que vem nós vamos tratar dele
tim-tim por tim-tim.
1ª
PERGUNTA ( QUÉ ) = EU QUERO?
A 1ª pergunta, a
pergunta da sílaba “qué”: Eu quero?
Você bate o olho na vitrine e surge uma arrebatadora paixão! Eis que parece
estar nascendo um grande amor entre você e aquela mercadoria exposta lá na
vitrine, sedutora, piscando para você com ares de “I love
you!” Meu conselho? Muita calma nessa hora! À
primeira vista, pode parecer que você quer, quer muito, quer desesperadamente
levar para casa aquele sedutor objeto de desejo que acaba de encher os seus
olhos. Mas as aparências enganam, e pode ser que esse irrefreável “querer” não
vá muito longe, não. Basta fazer um rápido teste que colocará essa sua “nova
paixão” à prova. Quer ver?
Pare, respire fundo, e faça uma lista mental de três outras
coisas "também irresistíveis" que você poderia comprar com a mesma grana, ou
seja, três outras coisas que você também “quer” muito. Se não vier nada na sua
cabeça, se o cobiçado objeto do seu desejo continuar olhando para você com
aquele olhar terno, tudo bem, a resposta está clara:
sim, você quer! Então vá em frente, e compre. Não, não, não! Espere aí! Antes
disso tem outras quatro perguntinhas que você ainda deve se fazer. Fique ligado
nos boletins das próximas semanas!
2ª PERGUNTA ( PRÊ )
= EU PRECISO?
A 2ª pergunta, a pergunta da sílaba “prê”:
Eu preciso? Como diria a propaganda de um conhecido cartão de
crédito: "Precisar, não precisa..." E muitas vezes não precisa mesmo! Aquela
blusinha preta, muito bonitinha, por um super-preço, para pagar em três vezes
sem juros, escuta aqui, será que você não tem uma (ou mais) bem parecidas
mofando lá no fundo do seu guarda-roupas? Aquele belo
par de sapatos azul escuro, mesmo estando baratinhos de dar dó, você ainda não
tem mesmo? Será que vai usar? Tá te fazendo tanta
falta assim?
Bem, se precisar mesmo comprar, então compre! Só não se
esqueça de que 90% do que a gente compra e não usa
no período dos próximos trinta dias após a compra, acaba indo direto para o
lixo.
E... se for para jogar dinheiro no lixo, olha, manda
para o endereço lá de casa, tá? Ou então fique
ligado nos nossos comentários
3ª PERGUNTA ( MÊ
) = EU MEREÇO?
A 3ª pergunta, a
pergunta da sílaba “mê”: Eu mereço?
Todo mundo sempre acha que merece tudo, é verdade. Mas...
que tal fazer “joguinhos” com você mesmo? Ao
invés de sair comprando logo no primeiro impulso, coloque-se primeiramente
uma determinada meta a ser alcançada, um desafio de você para você mesmo. Se
você vencê-lo, merece efetivar a compra; do contrário, nada feito. Somente
depois de atingir a meta colocada é que você deverá fazer sua compra, que
virá como um prêmio pela façanha.
Deixa eu lhe dar um exemplo
bem concreto. Você passa por uma doçaria e avista uma suculenta torta de
chocolate na vitrine. Comprá-la ou não comprá-la... eis
a questão! Antes de enfiar a mão no bolso, lance a si mesmo o seguinte
desafio: primeiro perder um quilinho do seu peso atual, depois comprar a
torta de chocolate, sem medo de ser feliz (ou ganhar o quilinho que se
perdeu...). Mas só se você estiver merecendo! Se você não emagrecer nada,
bem, então pelo menos a sua carteira também não vai ficar mais magra!
4ª PERGUNTA ( PÓ
) = EU POSSO?
A 4ª pergunta, a
pergunta da sílaba “pó”: Eu posso? Veja, você trabalha
que é para poder ter as coisas, certo? Se você já ganhou o dinheiro que vai
gastar na compra, pode comprar, pode gastar sem dó. Só não está valendo
gastar o que você ainda não ganhou, tática muito popular e vulgarmente
conhecida como "atolar-se nas dívidas".
Uma
dividazinha aqui e outra ali, vá lá, tudo bem. Mas dever muito
dinheiro nesse nosso país que é, de longe, o recordista mundial de taxas de
juros reais praticados ao consumidor – e olha nós
já estamos nessa pole
position há mais de 10 anos! – é
lou-cu-ra, insanidade, motivo para lhe botarem
uma camisa de força sem você poder reclamar. Se é
com dinheiro seu, que você já tem, pode. Se é
como dinheiro dos outros, pagando uma montanha de juros, não, não pode.
Parece conversa de mãe para filho, mas, veja, é para o seu próprio bem...
5ª PERGUNTA ( DÊ
) = EU DEVO?
A 5ª e última pergunta,
a pergunta da sílaba “dê”: Eu devo? Olha...
você é quem sabe, né...
Mas quem compra, gasta, quem gasta, não poupa, quem não poupa, não investe,
e quem não investe... desculpe ter que lhe
informar, mas quem não investe não tem futuro. Por outro lado, quem
economiza e aplica, não vai ter do que reclamar lá na frente. Cada R$1 que
você deixa de gastar hoje e aplica em um investimento conservador, como a
Caderneta de Poupança, por exemplo, vai se transformar
em gorduchos R$6
daqui a trinta anos, isso em valor atualizado da época!
Não é milagre, não, é só o
mecanismo dos juros compostos trabalhando a seu favor, jogando fermento ano
após ano nos seus investimentos, fazendo eles
crescerem e aparecerem. Cá entre nós: para que torrar R$1 agora e perder R$6
daqui a trinta anos? Trinta anos é bastante
tempo, é verdade, mas o tempo passa, e o futuro costuma ser bem mais gentil
com quem não tem medo se fazer as cinco perguntinhas do comprador esperto:
qué-prê-mê-pó-dê? = quero?,
mereço?,
preciso?, posso?,
devo?
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