Cerca de 40% da população ativa utiliza a voz como instrumento de trabalho.
Em especial, são considerados profissionais da voz: os teleoperadores,
professores, jornalistas, políticos, atores, vendedores, recepcionistas,
advogados, líderes religiosos, entre outros. Para estes profissionais, a voz é
quase indispensável para o exercício de suas funções e, por isso, deve receber
atenção especial.
A voz é produzida na laringe, que fica dentro do pescoço. O som da voz
depende de um apurado controle do cérebro que coloca em vibração as pregas
vocais, popularmente conhecidas como cordas vocais. O ar que sai dos pulmões
será o combustível para esta vibração. Uma boa coordenação entre o ar que passa
pela laringe e a vibração das pregas vocais produz a nossa voz, que se
transforma nos sons da fala pelos movimentos da língua, lábios e outros
articuladores.
Para manter a voz saudável é necessário ter certos cuidados como: ter boas
condições de saúde em geral; perceber desvios de voz e minimizar desgastes é
fundamental para preservar a voz saudável; diminuir a quantidade de fala depois
do uso profissional da voz; incluir no dia a dia alguns períodos de repouso
vocal de 15 minutos cada; dosar o volume de voz, falar em um volume moderado;
articular bem as palavras, isto é, abrir bem a boca ao falar; hidratar-se
adequadamente, ingerindo em média 2 litros de líquido ao longo do dia, sempre em
pequenos goles, pois as pregas vocais hidratadas vibram com menos esforço,
principalmente em ambientes com ar condicionado; submeter-se a treinamento
fonoaudiológico para desenvolver ótimas condições vocais e de comunicação para o
exercício profissional.
O profissional da voz é considerado um "atleta vocal", ou seja, da mesma
forma que esportistas tomam todas as precauções com seu corpo, o profissional
deve ter uma rotina diária de exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal,
com o objetivo de prevenir problemas de voz e manter excelente qualidade de vida
na profissão. Seguir fielmente as orientações passadas em um programa de
prevenção vocal, que inclui a adoção de ações de proteção e prevenção da saúde
vocal, é um cuidado diário e prático que um teleoperador pode praticar para
manter uma voz saudável.
A voz pode ser prejudicada por diversos motivos, dentre eles: falar demais
quando se está doente, gripado ou resfriado e quando se está muito estressado e
com sono; gritar e falar em forte intensidade, que geram muita sobrecarga para a
laringe; fumar e ingerir bebidas alcoólicas são o maior risco vocal; pigarrear e
tossir com frequência machucam as pregas vocais; conversar em ambientes
ruidosos, com cheiros muito fortes, poeira e mofo; ingerir cafeína em excesso e
alimentos que causem azia e má digestão; consumir pastilhas e sprays pode
mascarar sensações de esforço ao falar, mas são apenas paliativos como o mel,
própolis e gargarejos com receitas caseiras.
É importante notar os sinais de voz adoentada, mas como perceber esse
problema? Alguns dos sinais são: perceber se a voz modificou-se com o passar do
tempo, fazer força para falar, ficar com a voz fraca no final do dia, sentir
cansaço vocal, ter falhas na voz, dor ou ardência ao falar e rouquidão por mais
de 15 dias necessitam de avaliação especializada.
Existem diversas formas de tratamento que vão depender das causas do problema
de voz. O primeiro passo é procurar ajuda médica especializada, isto é, um
médico otorrinolaringologista que irá diagnosticar e definir se o caso requer
medicação, cirurgia e/ou tratamento fonoaudiológico. Este tratamento é realizado
por um fonoaudiólogo especialista em voz, que é o profissional capacitado para
prescrevê-lo e administrá-lo.
Geralmente os problemas de voz são reversíveis através de tratamentos médicos
e fonoaudiológicos, existem algumas restrições em casos muito severos que são
submetidos a grandes cirurgias laríngeas. Quanto ao nível de gravidade do
problema de voz: uma disfonia, que representa qualquer dificuldade na emissão
vocal que diminua, comprometa ou impeça a produção natural da voz e a atuação ou
a comunicação do trabalhador pode causar danos e prejuízos devastadores, o que
fatalmente leva a situações de afastamento e incapacidade para o desempenho das
funções, o que implica custos financeiros, sociais, profissionais e pessoais.