Para quem não tem muito dinheiro para comprar ações por meio do lote padrão,
uma alternativa disponível é operar por meio do mercado fracionário. Mas você
sabe qual a diferença entre os dois mercados? Será que vale a pena comprar ações
desta maneira?
Em primeiro lugar, fracionário é o mercado onde as ações são negociadas em
quantidade inferior ao lote padrão (que costuma ser de 100 ações). E existem
algumas diferenças entre os dois mercados. De acordo com o analista da Futura
Investimentos, Adriano Moreno, em primeiro lugar, o lote fracionário costuma ter
um spread (diferença entre preço de compra e venda) maior do que no lote padrão,
por conta da menor liquidez, o que é um ponto negativo para o pequeno
investidor.
“Se o investidor quiser comprar, por exemplo, um papel que no lote padrão
está cotado a R$ 10, no fracionário pode ter vendedor apenas em R$ 10,10”,
afirma Moreno. E o mesmo pode acontecer na hora de vender a ação. “Para vender,
ele pode encontrar comprador apenas com R$ 9,90, por exemplo”, completa.
Para ele, apesar desta diferença de preços e liquidez, comprar no fracionário
pode ser uma boa alternativa. “Para aqueles que não possuem valor suficiente
para adquirir o lote padrão, o fracionário funciona muito bem”, afirma Moreno.
A equipe de analistas da UM Investimentos concorda. “O lote fracionário é
interessante porque, com ele, você consegue montar uma carteira com valor
financeiro reduzido e ter portfólio de ações diversificado”, afirmam.
Além disso, o investidor que não possui dinheiro em determinado momento pode
adquirir ações por meio do fracionário, até que se torne um lote padrão. “Ele
acumula ações e depois pode negociar no padrão”, apontam os analistas.
Taxa de corretagem
De acordo com o analista da Futura, quem opera no mercado fracionário deve
ficar ainda mais atento às taxas cobradas pela corretora. “Se a instituição
cobrar uma taxa fixa de R$ 10 por operação, por exemplo, e você comprar R$ 100
em ações, terá perdido 10% do investimento apenas com a taxa”, afirma Moreno.
Quanto maior o investimento, mais diluída fica a taxa cobrada pela corretora.
No caso de uma transação de compra de R$ 1 mil, uma taxa fixa de R$ 10
equivaleria a 1% do total investido e no caso de R$ 10 mil, a apenas 0,1%.
Segundo ele, para quem compra pequenas quantidades no fracionário, o ideal é
procurar por corretoras que cobram uma taxa diferenciada para quem opera com
valores menores, ou então por aquelas que utilizam a tabela Bovespa (tabela de
corretagem sugerida pela Bolsa de Valores de São Paulo) que, dependendo do valor
da transação, aplica taxas fixas e/ou variáveis.
Poupança para o futuro
O especialista da MoneyFit, Antônio de Julio, concorda que o mercado
fracionário pode ser uma boa opção, especialmente para aqueles que gostam de
comprar ações mensalmente, fazendo uma poupança pensando no futuro.
“Para quem compra ações com objetivos de longuíssimo prazo, o fracionário
pode ser uma boa alternativa”, afirma. “O investidor pode selecionar algumas
empresas que ele conhece os fundamentos e acredita eque possuem um grande
potencial de valorização e investir uma quantidade pequena por mês, mas que no
longo prazo, se tornará um grande investimento”, conclui.